- Não. – Minha voz saiu entrecortada. – Não. Não. – Não saía outra palavra da minha boca. Eu mal podia respirar.
- Vem, eu te ajudo. – Recusei sua ajuda, mas aceitei em seguida, afinal não tinha escolhas.
Entramos no elevador, era enorme e espelhado. Desviei os olhos para o senhor que não dizia sequer uma palavra. Usava um terno azul escuro e uma gravata preta. Notei que ele arrumou a grava ao engolir em seco.Cerrei os punhos de nervosismo, mal conseguia olhar para cima.
Parecia que Thomas havia regredido. Perdeu feio às duas vezes que jogamos. E ele não parecia decepcionado, o que me preocupava mais ainda.- O que aconteceu? – Perguntei arrumando o tabuleiro para uma nova partida.
- Não, espere. – Peguei a carta aberta de sua mão. Brigamos pela posse da correspondência até que ela se partiu ao meio.- Você está louca! – Pulei em seu colo tomando seu pedaço de papel. Juntei as duas metades e pude ler claramente.
Ao me virar em direção a Academia de Direito dei de cara com alguém que me fez tropeçar quase caindo no chão.- Oi. – Falou ao arrumar a gravata vermelha que eu tinha bagunçado quando apoiei em seu braço para não cair.
Não precisa dizer que estou errada, eu sei e assumo meus erros! Corri para a república a procura de Martin, eu precisava conversar com algum amigo e ele era minha melhor opção. - Alguma de vocês sabe onde posso encontrar Martin? – Perguntei ao abrir a porta do quarto ofegante. - Talvez esteja no treino. – Respondeu Beck, que estava lendo uma revista de fofocas deitada em sua cama. - E onde fica isso? – Caminhei até minha cama tirando minha roupa de trabalho, pegando da gaveta uma regata e uma calça jeans.&nbs
Chegando ao meu quarto percebi que a porta estava entreaberta, olhei para os lados, mas ninguém parecia notar minha presença, receosa adentrei com a luz apagada, ao entrar esbarrei em alguma coisa que me fez cair no chão. Ainda caída, estiquei o braço até alcançar o acendedor podendo ter total visibilidade do quarto, não tinha ninguém, mas a minha frente havia uma sacola preta com um bilhete. Franzi a testa sem entender, claro que não era pra mim, até que minha curiosidade se mostrou maior lendo um pequeno bilhete.“Para Nancy. Boa sorte no jantar de hoje”.Com amor Martin Um pequeno sorriso involuntário tomou conta do meu rosto, levantei expondo a cabe&ccedi
No banheiro do restaurante observei meu reflexo, cada detalhe do meu rosto, parecia que meu pesadelo estava longe de acabar. Toda vez que eu estava feliz, algo conseguia me atingir de tal forma que eu parecia uma boneca prestes a se quebrar. Tudo o que eu precisava era de controle e controle estava longe de estar em minhas mãos. E eu me odiava por isso. Depois de garantir ao segurança que estava tudo bem e que Logan não era uma ameaça, ele pegou as chaves do carro sumindo de nossa vista. Consegui ficar em pé e caminhar sem tropeçar. Como eu disse, o lugar era incrível e pela decoração deveria ser
Logan desligou o motor do carro quando chegamos à beira de um mirante dando para ver toda a cidade. Desligou os faróis e respirou fundo. - A noite é ainda mais bonito. – Disse ao abrir a porta. Ele caminhou até a frente do carro se recostando no para-choque de braços cruzados. Soltei meus cabelos, observei seus passos até que tomei coragem e fiz companhia a ele. Conseguíamos ver alguns pontos de luzes da cidade, de longe era tudo tão pequeno e calmo. Ouvi o cantar de algumas cigarras, as luzes de alguns vaga-lumes e o barulho dos sapos. Como eu amava a natureza, isso me fez relembrar das noites na mansão.