Na minha vida passada, eu era apenas um peão, um detalhe que acentuava ainda mais o profundo afeto de Carlos Oliveira por outra mulher. A destruição da minha família foi um golpe devastador e, em um desfecho trágico, acabei morta, em um triste fim. Após renascer, percebi que ser indiferente era a coisa mais confortável. Não me importei com mais nada e apenas aguardei Carlos pedir o divórcio.No entanto, a situação tomou um rumo estranho. O homem que não voltava para casa por meses na vida passada, agora retornava a cada três ou cinco dias?- Você acredita que em um futuro próximo você vai desejar que eu desapareça? - Eu perguntei.- Não sonhe acordada. - Ele respondeu. - Vamos nos torturar um ao outro até a morte.Suspirei. Como alguém que renasceu, eu tinha plena confiança de que Carlos em breve encontraria sua alma gêmea.Finalmente, ele a encontrou, e eu pensei que a liberdade estava a apenas um passo de distância.Mas ele me perguntou de forma sarcástica:- Quem disse que eu quero me divorciar?Ele não apenas não queria se divorciar, mas também estava cada vez mais obcecado por mim, até mesmo abandonando sua alma gêmea!
View MoreDizer que eu não estava nervosa seria uma mentira. Desde o divórcio, Carlos já havia me permitido muitas coisas, não importava o que eu fizesse, ele nunca me colocou em uma situação desesperadora de verdade.Mas agora, ao propor o negócio, eu estava me colocando em uma posição diferente. Mantive minha calma, olhando diretamente para Carlos o mais tranquilamente possível. - Eu sei. Estou falando sério.- Como você vai provar sua sinceridade?Os olhos de Carlos desceram do meu rosto até o cobertor, levantando uma sobrancelha com um significado muito claro.Se eu não entendesse o que ele estava insinuando, eu seria uma idiota. Meu rosto queimou, me sentindo como um peixe numa tábua de cortar, à disposição de qualquer um. Mas logo me convenci de que era difícil engravidar, então não havia motivo para preocupação.E não era como se fosse a primeira vez que eu e Carlos fizemos sexo, não havia necessidade de hesitar. Depois de pensar sobre isso, desvendei o cobertor. O quarto estava que
- Eu sei.Apertei a mão com firmeza, meu coração se apertou, mas mantive um sorriso calmo no rosto.- Quero um filho.Carlos me encarou intensamente, seus olhos claros e escuros, cheios de uma penetração cativante, por um instante senti como se ele pudesse ler minha mente, capaz de desvendar qualquer conspiração.Essa frase me surpreendeu, meu coração começou a bater mais rápido. Com minha condição física, praticamente não conseguiria engravidar novamente. A condição de Carlos ultrapassava completamente minhas expectativas!Ao ver que eu não respondia, um sorriso irônico surgiu nos seus lábios. - Então, você está me enganando?- Está bem! - Assim que ele falou, sem pensar, soltei uma palavra. - Concordo, mas essas duas coisas têm que acontecer ao mesmo tempo. Se você quer dizer que vai esperar até eu engravidar ou ter um filho para resolver esses dois assuntos, então é como se eu nunca tivesse dito nada.Os olhos de Carlos brilharam ligeiramente, e ele olhou para baixo, os fixando em
- Por que veio aqui de repente? - Carlos perguntou com voz grave após me ajudar com o casaco.Não respondi, apenas olhei para dentro do café. Celeste já havia notado a presença de Carlos, e a cena em que ele me ajudou com o casaco provavelmente não passou despercebida por ela. Senão, seu rosto não estaria tão feio, abandonando o sorriso anterior de confiança. Amar alguém era compartilhar todas as suas alegrias e tristezas com essa pessoa, e Celeste não era exceção, aproveitando a oportunidade para se vingar facilmente por meio de Carlos. Carlos seguiu meu olhar e avistou Celeste.- Você veio ver ela? - Sua voz ficou repentinamente fria, a testa franzida involuntariamente.- Vim perguntar se foi ela quem matou Giuseppe. - Minha resposta deve ter sido idiota, mas tudo bem.Carlos ficou sério. - Você está assustando a presa.Sorri levemente ao olhar para o homem bonito e distinto à minha frente. O tempo não havia tirado nem um centímetro de sua beleza, apenas acrescentado uma dose de
- O que você quer dizer? - Minha voz soou mais séria.- Pensei que Hugo teria te contado, para que você pudesse finalmente desistir de Carlos e ficar com ele. - Celeste suspirou. - Ele é realmente ingênuo.As divagações de Celeste estavam cada vez mais extensas, me deixando impaciente. Meus olhos, carregados de frieza, a encaravam, esperando que ela continuasse.Ela tomou mais um gole do café terrível, um sorriso de vitória estampado em seu rosto, continuando: - Naquela época, quando você me expulsou de Jardim Plátano, eu só tinha a chave de lá mais nada. Mas infelizmente, a fechadura foi trocada recentemente. Fiquei em uma situação terrível naquela época, quase morri. Meus pais ficaram ao meu lado no hospital, até venderam a casa nova que não tinham conseguido morar para juntar dinheiro para o meu tratamento. Mas, como a casa não foi vendida imediatamente, enfrentamos dificuldades. Adivinha por que eu tinha dinheiro para o tratamento?Celeste me lançou essa pergunta, seu sorriso se a
Após apenas um dia no hospital, mal podia esperar para sair. Corri para a delegacia para saber sobre o progresso do caso de Giuseppe e recebi a mesma resposta que Carlos. Quando saí da delegacia, o céu já estava escuro, mas as ruas estavam agitadas, afinal, o Carnaval estava próximo, o período mais animado do ano. Nas movimentadas e frias ruas, recebi uma ligação de Celeste, vindo de um número desconhecido.- Pepe... Como isso pôde acontecer? - A voz chorosa de Celeste veio do outro lado do telefone.- Celeste, você é uma ótima atriz. - Questionei friamente. - Ele foi seu primeiro amor, sempre foi tão bom para você, e você não sente nem um pouco de remorso?Celeste chorou, dizendo: - Samantha, realmente não fui eu quem o matou, foi apenas um acidente, por que você me vê tão mal? Não tenho um coração humano? Eu só queria que ele saísse da Cidade A!Ela parecia genuinamente triste pela morte de Giuseppe.- Samantha, podemos nos encontrar pessoalmente e conversar? - Ela sugeriu novame
O perfil de Giuseppe estava vazio, configurado para ser visível por apenas três dias. Ele nunca havia feito isso antes, e isso parecia um presságio. Fiquei olhando fixamente para o perfil vazio de Giuseppe, me sentindo realmente culpada agora. O destino dos meus pais e de Giuseppe, ambos foram alterados para pior por minha causa. Nesse momento, uma figura à porta entrou lentamente.- Hugo, o que você está fazendo aqui? - Limpei as lágrimas dos cantos dos meus olhos, um pouco surpresa.Hugo fechou suavemente a porta do quarto, seu cabelo estava cortado curto, e ele parecia mais afiado. Seu rosto sempre frio parecia envolto em um véu misterioso.Ele veio até mim e olhou para baixo.- Ouvi dizer que Giuseppe teve um problema, e você está internada novamente, então vim dar uma olhada em você. Minha mãe também está internada neste hospital.Ele também estava sob pressão agora, largando o emprego que adorava, sua mãe com câncer terminal, e ele enfrentando um noivado indesejado.Diante dele
Carlos se sentou ao lado da minha cama no hospital e ficou me olhando por um bom tempo antes de finalmente falar: - Os resultados da autópsia saíram. Giuseppe foi congelado vivo e ligou para você antes de morrer.Eu já estava chorando, mas ao ouvir as palavras de Carlos, não consegui evitar soluçar.- A área não tem câmeras de vigilância, e as câmeras no freezer também estão quebradas. A polícia suspeita que ele tenha atendido a uma ligação e ido até lá, pensando que o freezer estava abandonado, e acabou ficando preso lá dentro por acidente.Eu não acreditava em uma palavra do que Carlos dizia. Como Giuseppe poderia ser tão ingênuo a ponto de ir sozinho até um freezer abandonado nos arredores da cidade e, por curiosidade, acabar trancando a porta por dentro?Eu estava tão tomada pela tristeza que não conseguia articular uma palavra, mas sabia claramente que algo estava errado.- Foi a Celeste!Depois de um tempo, consegui me acalmar um pouco e continuei a falar com Carlos:- Ela forço
Num instante, senti um nó na garganta, lágrimas inundaram meus olhos, e mal conseguia falar.A foto no documento de identidade de Giuseppe era jovem e inocente, muito parecido com ele na época da faculdade, radiante e animado, mas ainda com uma aura juvenil.- Ele, como ele... - Consegui recuperar minha voz com dificuldade, mas estava tão confusa que não conseguia me expressar claramente.Carlos estendeu a mão e me abraçou para evitar que eu caísse no chão. Ele explicou: - O falecido é nosso amigo. Não conseguimos o contatar nos últimos dias, então decidimos o rastrear. Quem chamou a polícia também fomos nós.Um policial suspirou e comentou: - Um rapaz tão jovem. Ele tinha uma bolsa por perto, parecia que ia viajar, como ele acabou morto aqui?Carlos não respondeu. Enquanto isso, eu estava mergulhada em uma grande culpa e dor, tendo alucinações diante de mim.Vi Giuseppe se levantar e caminhar em minha direção, sorrindo para mim:- Samantha, por que está chorando?- Desculpe... Realm
Meu coração deu um salto, uma sensação de extrema inquietação começou a emergir, até minha voz parecia diferente:- Diga.- Rastreei o celular dele, está em um depósito frigorífico abandonado. Carlos fez uma pausa, continuando: - Provavelmente ainda está lá.- Depósito frigorífico? Fiquei chocada, como o celular do Giuseppe poderia estar em um lugar assim, e ainda por cima em um depósito frigorífico abandonado.Carlos assentiu. - Sim, se você quiser chamar a polícia, é melhor fazer logo. Embora não possamos ter certeza se ele está lá dentro, é melhor prevenir.Sem precisar que Carlos dissesse, percebi que as coisas estavam ruins. Peguei meu celular imediatamente e liguei para a polícia. Consegui o endereço do depósito frigorífico abandonado com Carlos e o repassei para as autoridades.Depois de desligar a ligação, me senti inquieta, pronta para ir até lá verificar a situação. Mas Carlos se levantou e me deteve. - Eu vou com você.- Você bebeu. - Eu me apressei para colocar o casa
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