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Capítulo 4 você precisa ver se tem qualificações para isso

Mariane largou a caneta e esfregou a testa, dizendo pacientemente:

- Sr. Lopes, estamos discutindo o divórcio. Você acha apropriado me pedir para fazer chá de gengibre para você?

- Das últimas vezes que você pediu divórcio, quando você implorava para eu comer a comida que você fazia, quando implorava para eu voltar para casa, tudo era falso? - Ele perguntou friamente em resposta.

Se ele não tivesse dito nada, tudo bem, mas assim que Mariane o ouviu, ela se lembrou da primeira vez em que fez chá de gengibre para ele, e ela se queimou acidentalmente.

O empregado intrometido ligou para ele e exagerou a situação, e ele não deu importância. Quando ele voltou para casa à noite, descobriu que era apenas um pequeno ferimento e então ele a humilhou, em frente a todos os empregados, com palavras frias e suspeitas de que ela estava se fazendo de coitada.

Depois disso, toda vez que ele voltava de algum compromisso, estava sempre ou amargo demais ou doce demais, sempre encontrando falhas.

Agora, pensando sobre isso, ela percebeu que, na época, ela era tão obediente a ele, provavelmente apenas parecia um palhaço aos seus olhos.

Ela apertou a mão e assentiu:

- Sim, eu fui estúpida antes, mas não desta vez. Já enviei o acordo de divórcio para você. Contanto que você aja rápido, eu garanto que você poderá escapar de mim!

Ao mencionar o acordo de divórcio, o rosto de Vinícius ficou frio.

Ele esteve em uma viagem de negócios por quatro dias, pensando que ela estaria lúcida quando ele voltasse, mas descobriu que ela não voltou para casa na noite anterior e ainda teve a audácia de enviar o acordo de divórcio!

- Quem sabe que tipo de truque você está tentando desta vez?

Mariane ficou atônita com a pergunta dele e respondeu irritada:

- Eu pedi para você se divorciar e você não quer. Os zumbis comeram seu cérebro?

Vinícius respondeu com um tom zombeteiro:

- Falando em se divorciar, você precisa ver se tem qualificações para isso.

- O que você quer dizer? - Ela não entendeu.

A voz do homem soou cheia de desprezo:

- Sra. Lopes, devo lembrá-la de sua experiência de trabalho? Nos últimos anos, foi a família Lopes que te sustentou.

Em outras palavras: “Se você se divorciasse da família Lopes, seria capaz de sobreviver?”

Mariane apertou o celular com força e riu de si mesma com autodepreciação. Não era de admirar que ele estivesse tão confiante, ele a via apenas como um parasita sem habilidades.

Ela realmente não saía para trabalhar, mas foi porque a família Lopes não permitia.

Nos últimos anos, ela cuidou da avó dele, cuidou das tarefas domésticas, lidou com as senhoras ricas do círculo da alta sociedade e ainda teve que cuidar de todas as necessidades dele e preparativos de feriados e comemorações. Ela só se arrumava um pouco mais em ocasiões importantes, e no restante do tempo, ela nem usava o cartão da família Lopes.

No final, tudo o que ela recebeu foi a frase "a família Lopes te sustentou"!

Ela respirou fundo e concordou:

- Sim! Sr. Lopes, você está sendo prejudicado! Então, eu te imploro, assine o acordo de divórcio o mais rápido possível, chute para longe esse verme que eu sou, senão a família Lopes será arruinada por mim mais cedo ou mais tarde! Quanto ao chá de gengibre, tem muitas pessoas dispostas a fazê-lo, procure outra pessoa habilidosa!

Depois de dizer isso, ela desligou o telefone com raiva.

Vinícius olhou para a chamada interrompida, com a testa franzida.

Realmente, ele a havia mimado demais recentemente, a ponto de ela se tornar descontrolada. Ele lhe deu uma oportunidade de baixar a cabeça, e ela acabou se aproveitando disso para pisar em cima de sua cabeça.

Com a embriaguez subindo à cabeça, a carga de trabalho constante nos últimos dias e o jet lag deixaram ele tonto, provocando muita raiva e uma terrível dor de cabeça.

Ao alcance de sua mão estava um chá de gengibre que estava esfriando. Sem pensar duas vezes, ele pegou e bebeu.

Ao engolir, uma sensação amarga tomou sua garganta, e seu rosto mudou instantaneamente!

Os questionamentos de Vinícius estimularam ainda mais Mariane.

Ela estava ansiosa para trabalhar, mas todas as entrevistas agendadas eram para a próxima semana, e ela não tinha energia para fazer nada no momento.

Tamires percebeu a situação e perguntou antes de sair:

- Você quer ir comigo para a Diamonty? Chegou uma remessa de joias de alto nível hoje. Você pode dar uma olhada na exposição e talvez até esbarrar com Cris.

Mariane ficou um pouco tentada.

Oportunidades precisam ser procuradas, e ficar em casa certamente não ajudaria.

- Ok, eu vou. - Respondeu ela.

Ela trocou de roupa e seguiu Tamires para fora.

A Diamonty era um renomado estúdio de estilo pessoal no país, com uma coleção de joias e vestidos de alta qualidade. O proprietário, Sherlock Channely, era famoso por ser um mestre na indústria do tapete vermelho, sendo procurado por qualquer pessoa que estivesse com falta de vestidos ou joias.

Ao chegar ao local, não havia muitas pessoas. Tamires continuou trabalhando enquanto guiava Mariane para dar uma volta.

De repente, Mariane parou em frente a um conjunto de joias de jade violeta.

- O que foi? - Perguntou Tamires.

Mariane parecia incrédula e abaixou a cabeça para confirmar repetidamente. Levou um tempo até que ela, atordoada, dissesse:

- Isso é da minha mãe.

- Ãh? - Tamires ficou confusa e se aproximou. – Então, como veio parar aqui?
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França Ramos
gostaria de saber como alguém que se escritora escreve uma porcaria de um livro como esse e espera que as leitora gostem
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