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Capítulo 11 Surpresa inesperada

Ivana talvez estivesse assustada, se tornando excessivamente apegada. Dia após dia, ela grudava em seu colo, a obrigando a não se afastar nem por um instante, o que a deixava extremamente ansiosa.

Vitor, por sua vez, agia como uma astuta raposa, não deixando escapar sequer uma pista. Chegava ao trabalho no horário, retornava no mesmo ritmo, sem dar margem a qualquer suspeita.

Tudo que ele trazia para casa era meticulosamente inspecionado, mas ela nunca encontrava nada suspeito. Às vezes, até se questionava se estava sofrendo de delírios.

Ao meio-dia, após finalmente conseguir fazer Ivana dormir, ela percebeu que não havia frutas nem vegetais frescos em casa. Observando o sono profundo de Ivana, decidiu ir rapidamente ao mercado.

A feira era perto, então ela nem se preocupou em trocar de roupa, saindo de casa apressadamente. Precisava ser rápida.

Entretanto, ao retornar do mercado, ela ficou perplexa ao não encontrar suas chaves. Refletindo por um bom tempo e frustrada, bateu na própria cabeça, certa de que as havia esquecido em casa.

Sem alternativa, ligou para Vitor. Ele atendeu baixinho e após ela explicar a situação, ele disse:

- Estou em reunião, não posso sair. Peça à Joyce para ir até lá!

Reunião, novamente? Essa desculpa parecia nunca envelhecer.

Resignada, ela ligou para Joyce, que tinha uma cópia das chaves. Se pudesse também recuperar a sua chave, seria perfeito.

O telefone tocou por um bom tempo antes de Joyce atender. O fundo estava barulhento, como se muitas pessoas estivessem falando e a voz de Joyce soou clara:

- Cunhada, o que foi?

- Esqueci minha chave, você pode trazer para mim?

- Estou ocupada fora, não tenho tempo agora! - Joyce respondeu secamente, parecendo gritar para alguém ao lado. - Espere um pouco!

- Onde você está? Eu vou buscar! - Ela respondeu rapidamente, vendo uma oportunidade de recuperar a chave.

Antes mesmo de Joyce responder, alguém ao telefone falou com ela:

- Senhorita, venha ver a posição deste armário embutido.

E a ligação foi encerrada.

"Armário embutido? Que armário?" Ela ficou confusa. Por que ela iria olhar um armário? Em casa, ela era uma típica dama de sociedade, que não levantava um dedo sequer para ajudar, que dirá se preocupar com um armário.

Ela murmurou para si mesma, irritada: "O que ela está aprontando lá fora? Nunca se pode contar com ela para assuntos sérios, só é útil quando quer dinheiro!"

Com um monte de vegetais nas mãos, ela se encostou na porta de casa, desanimada e sem opções.

Ela temia que Ivana acordasse, não a visse e ficasse assustada. Decidiu imediatamente deixar as compras que carregava à porta e desceu as escadas, querendo ir à empresa buscar a chave e, de quebra, verificar se Vitor havia ou não começado a reunião.

Ao entrar no táxi, ela segurou a testa, lamentando para si mesma.

"Com essa aparência, ir à empresa?"

Quando saiu, estava vestida com roupas de casa, mas não tinha outra escolha.

Ao chegar à Mansão Kam Fai e descer do carro, ela se olhou com um sorriso irônico, se sentindo realmente envergonhada. Se arrependeu de não ter trocado de roupa antes de sair. Ir a um lugar desses vestida com roupas de casa era realmente embaraçoso.

Ela hesitou por um momento e ligou para Vitor, esperando que ele trouxesse a chave para baixo, para que ela pudesse se envergonhar menos. Mas o telefone tocou por um longo tempo sem resposta, então ela teve que reunir coragem e entrar.

Ela precisava ganhar tempo, senão seria problemático se Ivana acordasse e não a visse.

Como esperado, assim que entrou no saguão, muitas pessoas te lançaram olhares estranhos, como se vissem um monstro.

As mulheres daqui eram muito competitivas.

Ela caminhou rapidamente até a recepção, querendo subir logo. Havia muitas pessoas visitando, todas fazendo o registro. Ela falou duas vezes, mas ninguém te deu atenção.

Ela esperou pacientemente que a recepcionista terminasse com essas pessoas, então falou novamente:

- Olá, senhorita! Eu vou ao 10º andar, na Empresa de Construção DX, procurar Vitor! - Desta vez, ela foi direta ao ponto, sem esperar que a recepcionista perguntasse.

- Você tem uma reserva? - Uma voz rotineira e indiferente perguntou.

A pessoa que falou com ela, ela se lembrou, era a mesma funcionária que havia dito que o Sr. Vitor tinha saído com a esposa no outro dia.

Ela estava prestes a responder, mas o rosto da recepcionista de repente se iluminou com um sorriso radiante e bajulador, olhando por cima do ombro dela.

- Sra. Barreto, a senhora chegou!

Essas palavras soaram como um trovão aos seus ouvidos. "Sra. Barreto?"

Ela se virou rapidamente para trás.

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