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Capítulo 5

Dalila finalmente não aguentou mais e disse baxinho com seriedade:

- Seguranças, expulsem esse louco para mim.

- Entendido! - Dois seguranças se aproximaram, prontos para expulsar Nicolas.

Antes que pudessem agir, Nicolas contou até “um”.

No momento em que ele disse “um”, algo extraordinário aconteceu.

O menino abriu a boca e vomitou uma grande quantidade de sangue, convulsionando e espumando pela boca, com respiração difícil, seu rosto ficando cada vez mais pálido.

Aquela cena repentina fez a mãe do menino chorar no local.

- Filho, o que aconteceu, não me assuste.

Luiz também ficou horrorizado, perguntando:

- Dr. Severino, o que está acontecendo? Isso... Isso é normal? Me dê uma explicação.

Dr. Severino, aflito, examinou o menino, dizendo:

- Sr. Luiz, por favor, não se preocupe... - Após o exame, Dr. Severino ficou pálido. - Isso não deveria estar acontecendo, não faz sentido.

- Foda-se! - Dalila murmurou e correu para verificar o estado do menino. Após o exame, ela ficou gelada.

A respiração do menino estava obstruída, da forma como estava, ele não duraria cinco minutos.

Se ele morresse... Dalila não ousava continuar pensando nisso.

Luiz, observando as reações dos dois, percebeu que a situação era grave. Ele gritou:

- Dalila, não importa que métodos você use, você deve salvar meu filho. Caso contrário, você não será capaz de suportar as consequências.

A mãe do menino também entrou em colapso, agarrando o rosto de Dalila.

- Você, causadora de desgraças, pague pelo meu filho, pague pelo meu filho.

Desesperada, Dalila fechou os olhos.

Parecia que a única coisa que ela podia fazer agora era permitir que o outro desabafasse, buscando perdão.

Para sua surpresa, as unhas da mulher não atingiraram seu rosto. Dalila abriu com perplexidade os olhos.

Uma mão forte interceptou com firmeza a mãe da mãe do menino, protegendo Dalila.

Seguindo a grande mão, descobriu que o dono da mão era Nicolas.

Naquele momento, uma sensação estranha passou pelo coração dela.

Entre tantas pessoas presentes, incluindo seus confidentes, no final, foi um estranho que a protegeu. Que irônico!

A mãe do menino gritou de modo louco:

- Moleque, me solte, vou matar essa causadora de desgraças!

Nicolas falou com tranquilidade:

- Se seu filho participou voluntariamente do ensaio clínico, vocês deveriam ter assinado um termo de consentimento informado, isentando o Grupo JZ de responsabilidades por quaisquer incidentes médicos durante o ensaio. Vocês não têm o direito de responsabilizar eles, muito menos falar em tirar vidas.

- Absurdo! - A mãe do menino xingou com fúria. - Se você está protegendo ela, então você também vai morrer.

- Se eu morrer, o paciente também morrerá sem dúvida. Pelo contrário, se me pedirem ajuda agora, talvez ele tenha uma chance. - Disse Nicolas.

- Todos fiquem quietos! - Luiz gritou, olhando fixamente para Nicolas. - Você diz que pode salvar meu filho?

Nicolas assentiu com a cabeça.

Luiz, olhando para o filho em agonia, decidiu dizendo:

- Está bem, então é você que vai salvar meu filho.

- Eu discordo! - Dalila exclamou de imediato. - Ele é apenas um motorista, não entende nada de medicina. Deixar ele salvar alguém é absurdo.

Em seguida, ela sussurrou para Nicolas em voz baixa:

- Você nem tem ideia de quão complicada é essa situação. É melhor você não se envolver e sair imediatamente.

Ela não queria prejudicar pessoas inocentes.

Luiz hesitou, olhando para o Dr. Severino.

- Dr. Severino, o que você acha?

- Dada a condição atual do paciente, mesmo que meu mestre estivesse aqui, provavelmente seria impotente. Quanto mais um motorista que não entende medicina. - Dr. Severino disse.

A última esperança de Luiz se desfez, percebendo que agiu de maneira impulsiva ao depositar suas esperanças em um motorista.

Nicolas disse com frieza:

- Não entendo de medicina? Então, por que eu estava fazendo uma contagem regressiva há pouco?

As palavras despertaram todos.

Nicolas estava contando os últimos números quando o paciente teve uma súbita complicação. Isso sugeria que ele antecipou o mal-estar do paciente com antecedência.

Dizer que ele não entendia de medicina, como poderia ser possível!?

Uma verdade que fez Luiz tomar uma decisão final, ele disse:

- Está bem, você assume o tratamento. De imediato, agora.

Dalila ainda queria intervir, mas Nicolas já estava se aproximando do paciente para fazer o exame.

Dalila disse suspirando:

- Isso é tudo por sua própria escolha, não culpe os outros.

Nicolas examinou o paciente e teve uma ideia geral do problema.

Ele tirou um cigarro, o acendeu e deu uma tragada, soltando a fumaça diretamente no rosto do paciente.

Aquela ação provocou a indignação de todos.

Luiz ficou furioso, perguntando:

- O que você está fazendo?

Dalila também ficou gelada de susto, dizendo:

- Apague o cigarro rapidamente, estamos em uma sala estéril.

Para surpresa de todos, Nicolas jogou o restante do cigarro para Luiz.

- Espalhe o fumo, todos devem inalar. Ah, feche as portas e janelas para que a fumaça não saia.

- O que você está planejando afinal? - Luiz questionou.

- Tratar a doença. Já que me pediram para tratar, é melhor confiarem em mim. - Respondeu Nicolas.

- Você... - Luiz estava perplexo, sem saber se deveria arriscar ou não.

No entanto, ao olhar para seu filho, cuja respiração estava muito fraca e o rosto pálido, claramente à beira da morte, ele não tinha escolha a não ser tentar.

Não tentar significaria uma morte certa.

Luiz engoliu em seco e distribuiu o fumo.

- Inalem, todos, com força.

- Ah, não sacudam as cinzas do cigarro, as chances de o paciente sobreviver dependem delas. - Nicolas disse.

Em pouco tempo, a sala de experimentação estava cheia de fumaça, como se fosse um reino celestial.

Dalila e as outras mulheres estavam com lágrimas nos olhos devido à fumaça, mas nenhuma delas saiu, todas esperando por um milagre... Se era que milagres realmente existiam.

O cigarro se esgotou rapidamente e Nicolas coletou as cinzas, as misturando com soro fisiológico. Depois, despejou a mistura no estômago do paciente.

Ele agiu tão rápido que ninguém teve tempo de impedir ele.

Aquelas ações confusas de Nicolas deixaram todos perplexos.

Alguém sussurrou baixinho:

- Entendi, ou ele está usando algum remédio caseiro antigo ou está seguindo práticas supersticiosas. Esse sujeito não será algum tipo de feiticeiro ambulante, será?

Ao ouvir isso, a mãe do menino entrou em colapso. Ela correu até Nicolas, agarrando sua roupa.

- Me diga, você está prejudicando meu filho ou não.

Nicolas não respondeu, apenas começou a contar de novo.

- Dez, nove, oito, sete...

O que ele estava prestes a fazer?

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