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Capítulo 6 Cavalheirismo

Fernanda olhou um tanto surpresa para ela.

A avó realmente sabia?

Paula puxou ela para se sentar, seu olhar era determinado.

- Fique tranquila! Se ele ousar passar a noite fora de novo, eu com certeza vou quebrar as pernas dele! Vai ver como eu lido com ele!

Fernanda picou os cílios. Afinal, o que a avó entendia não era sobre o divórcio, mas sim as dificuldade que ela enfrentava na vida.

Quando Paula viu a expressão séria de Xavier, ela o repreendeu com raiva:

- Que cara feia é essa! Eu preciso ver essa sua cara até mesmo quando te chamo para voltar e comer uma refeição?

Xavier reprimiu suas emoções, olhando para Paula.

- Eu não ousaria.

- O que você tem medo? Você é adulto o suficiente! Até agora, ainda não me deu um bisneto! Desrespeitoso em três aspectos, sem descendência é o pior. Você entendeu?

Vendo Paula se levantar, Fernanda a apoiou com pressa.

Xavier franzia a testa, lançando um olhar para Fernanda.

Os empregados, vendo Xavier voltar, começaram a arrumar a mesa.

Paula puxou Fernanda em direção à mesa.

- Vamos! Vamos comer! Se ele não quiser, pode sair daqui. Não precisa mais voltar!

Xavier parecia ainda mais sombrio, não disse nada, apenas se sentou do outro lado da mesa.

Paula serviu Fernanda, como se Fernanda fosse sua neta de verdade e Xavier fosse apenas um marido de sua neta.

Fernanda também comia com desenvoltura, participando da conversa animada com Paula.

Xavier, ao contrário, parecia isolado.

Comeu um pouco e perguntou a Paula:

- Vovó, por que você de repente quis que eu e Fernanda voltássemos para jantar?

- Há quanto tempo vocês não voltam?

Ao ver Xavier, Paula pensou na falta de consideração dele pelo relacionamento deles, ficando ainda mais irritada.

- Não pode passar um tempo comigo? Seu avô viaja com frequência e eu fico sozinha em casa. Como você ousa perguntar isso?

Xavier não sabia como responder. Ele continuou comendo em silêncio.

Enquanto Paula falava cada vez mais exaltada, bateu com raiva na mesa.

- De qualquer forma, Nanda é sua esposa! Você deveria cuidar dela. Por que você sempre vai ao hospital ver aquela amante? Acha que não é o suficiente para envergonhar a família Carmo!

A expressão de Xavier ficou mais sombria.

- Vovó, a Clara é minha benfeitora.

- Benfeitora?! Até os de olhos cegos sabem que é uma artimanha dela!

Xavier franziu a testa, olhando com frieza para Fernanda.

Ela o encarou com um sorriso irônico.

Ela sabia que ele certamente pensava que ela tinha falado algo.

Antes, ela temia que Xavier pudesse ter discordância sobre ela. Agora, se ele tivesse mal-entendidos, e daí? Que diferença faria?

- O que está olhando! Não foi a Nanda que veio me contar! Você vai ao hospital todos os dias, chamando a atenção, nem mesmo volta para casa. Você acha que sou cega?

Os lábios finos de Xavier permaneceram cerrados, sem dizer uma palavra.

Ao longo da refeição, basicamente tudo o que Paula fez foi repreender Xavier.

Ela era direta, sem concessões.

Ouvir isso trouxe uma sensação de alívio para Fernanda, como se ela tivesse desabafado.

Depois de mais um tempo com Paula, Fernanda e Xavier finalmente saíram juntos.

No entanto...

Fernanda estava um pouco desconfortável.

Paula ainda não sabia que eles haviam se divorciado.

Eles ainda precisavam manter as aparências, voltando juntos no mesmo carro.

Mas ela não queria ter nenhum contato com Xavier agora, no caminho até ali ela já estava incomodada demais.

Xavier ficou parado, com uma expressão carrancuda, mas Paula, impiedosa, cutucou ele.

- Não vai abrir a porta do carro para sua esposa? Moleque, não tem um pingo de cavalheirismo!

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