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Capítulo 2

Após o término da reunião, Larissa acompanhou cada cliente até seus carros, se encostando ao poste de luz na calçada. Sentiu um arrepio gelado percorrer todo o seu corpo, sem conseguir identificar qual órgão estava pulsando com dores intermitentes.

Seu batom havia se desfeito, revelando seus lá lábios sem cor.

O motorista de Walter notou sua estranheza.

- Secretária Larissa, quer entrar no carro primeiro? - Sugeriu o motorista, conhecendo a relação entre ela e Walter.

Larissa assentiu, subindo para o banco de trás. Dois minutos depois, a porta foi aberta novamente, com Walter e uma garota parados ao lado do carro. Ambos pareciam planejar entrar juntos, sem contar com a presença de Larissa.

Quando viu Larissa, Walter franziu a testa, a culpando por estar ocupando o lugar.

- Sr. Walter, eu sento na frente. - Sussurrou a garota, abrindo rapidamente a porta do passageiro.

- Leve Bianca Souza para casa primeiro. - Ordenou Walter, batendo a porta.

Larissa fechou os olhos, se sentindo exausta. Beber no quarto dia após um aborto, realmente não era saudável...

O carro chegou a um antigo conjunto habitacional. Larissa estava sonolenta quando Walter de repente tocou em seu braço.

- Esta rua está muito escura e perigosa. Você pode acompanhar Bianca até o apartamento. - Questionou Walter, em um tom impositivo.

Os olhos grandes de Bianca brilhavam mesmo na escuridão do carro.

- Não precisa, Sr. Walter. Larissa está cansada. Eu ando por esta rua todos os dias, é só subir alguns degraus. Não se preocupe, eu consigo sozinha. - Disse Bianca, saindo do carro, se apoiando na porta e sorrindo para Walter no banco de trás. Em seguida, acrescentou. - Sr. Walter, leve Larissa para casa. Boa noite.

- Sim, boa noite. - Assentiu Walter, parecendo que havia um derretimento em suas sobrancelhas.

Larissa não disse uma palavra durante toda a cena.

O motorista também não a levou para casa, ele é o braço direito de Walter. Com um olhar de Walter, ele compreendeu e dirigiu direto para a Mansão das Costas Leste, a residência de Walter.

Os dois entraram juntos, antes que Larissa pudesse acender as luzes, foi pressionada contra a porta por Walter. Ele a beijou, enquanto a outra mão avançava sob a saia dela.

Larissa ficou perplexa, mas segurou de imediato a mão dele e interrompeu.

- Espera um momento... Hoje não estou me sentindo muito bem. - Disse Larissa.

Uma expressão de decepção não disfarçada surgiu no rosto de Walter.

- Então pegue um táxi de volta. - Disse Walter, antes de se dirigir até a sala de jantar.

Larissa acendeu as luzes, o observando pegar uma garrafa de água na geladeira. Ao inclinar a cabeça para trás, engoliu em seco, a garganta se movendo de maneira sexy e madura.

O único herdeiro da família Pires da Cidade S era impecável de cima a baixo, exceto por uma parte bastante evidente nas calças do terno, que não era esteticamente agradável.

Ele só a levava para a Mansão das Costas Leste quando tinha necessidades fisiológicas a serem atendidas, um acordo que surgiu desde que ele a “resgatou” três anos atrás.

Em vez de se afastar, Larissa se aproximou dele.

- Se estava tão necessitado, por que não deixou Bianca para resolver isso? Você não estava interessado nela? - Perguntou Larissa.

- Você percebeu? - Retrucou Walter, sorrindo, sem negar, de maneira ambígua.

- Como não perceberia? Quando isso aconteceu? E qual é a situação dela? - Indagou Larissa, com a voz baixa.

- A conheci dias atrás na Universidade da Cidade S. Ela é estudante de arte, não tem experiência, então, por enquanto, ela será minha assistente. - Disse Walter, mudando o tom ao mencionar Bianca.

Larissa riu, recordando que nos últimos dias, enquanto estava hospitalizada após o aborto, ele estava ocupado com uma universitária ao seu lado.

Então, ela estendeu um dedo, deslizando pela camisa dele de cima para baixo, acrescentando um toque de ambiguidade ao seu olhar sedutor.

- Estudante universitária é uma boa escolha. Tão pura e fácil de moldar. - Disse Larissa, com um olhar penetrante.

- Assim está bom para ela. - Disse Walter, segurando o queixo de Larissa. Enquanto seu polegar deslizava pelos lábios dela, acrescentou com voz rouca. - E, além disso, nem todos podem ser moldados como você... Se não for conveniente, podemos ir para outro lugar.

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