Ele pareceu satisfeito. Passou a mão longa e firme sob o assento e, num instante, o encosto da cadeira reclinou. Isabela caiu de surpresa, ficando deitada sob Sérgio.
E, claro, numa posição bem sugestiva.
Sérgio era bonito demais, de um jeito até injusto. Vendo aquele rosto de baixo para cima, Isabela simplesmente não conseguiu soltar nenhuma das palavras ácidas que normalmente teria dito.
Restou apenas encarar ele, irritada:
— O Sr. Sérgio não acha que está passando um pouco dos limites?
Sérgio deu uma risada baixa:
— Limites? Alguns, sim.
A voz dele tinha um magnetismo quase hipnótico. Isabela ainda tentava se recuperar do impacto daquele tom quando ele se inclinou mais uma vez.
Puxou a gravata com um gesto rápido, revelando o pomo-de-adão bem marcado.
O perfume frio e agressivo que vinha do corpo dele tomava conta da respiração de Isabela. Ela sabia exatamente o que vinha a seguir.
Não era sua primeira vez. E com as coisas já naquele ponto, recusar naquele momento pareceria forçado.