O perfil de Giuseppe estava vazio, configurado para ser visível por apenas três dias. Ele nunca havia feito isso antes, e isso parecia um presságio. Fiquei olhando fixamente para o perfil vazio de Giuseppe, me sentindo realmente culpada agora. O destino dos meus pais e de Giuseppe, ambos foram alterados para pior por minha causa. Nesse momento, uma figura à porta entrou lentamente.- Hugo, o que você está fazendo aqui? - Limpei as lágrimas dos cantos dos meus olhos, um pouco surpresa.Hugo fechou suavemente a porta do quarto, seu cabelo estava cortado curto, e ele parecia mais afiado. Seu rosto sempre frio parecia envolto em um véu misterioso.Ele veio até mim e olhou para baixo.- Ouvi dizer que Giuseppe teve um problema, e você está internada novamente, então vim dar uma olhada em você. Minha mãe também está internada neste hospital.Ele também estava sob pressão agora, largando o emprego que adorava, sua mãe com câncer terminal, e ele enfrentando um noivado indesejado.Diante dele
Após apenas um dia no hospital, mal podia esperar para sair. Corri para a delegacia para saber sobre o progresso do caso de Giuseppe e recebi a mesma resposta que Carlos. Quando saí da delegacia, o céu já estava escuro, mas as ruas estavam agitadas, afinal, o Carnaval estava próximo, o período mais animado do ano. Nas movimentadas e frias ruas, recebi uma ligação de Celeste, vindo de um número desconhecido.- Pepe... Como isso pôde acontecer? - A voz chorosa de Celeste veio do outro lado do telefone.- Celeste, você é uma ótima atriz. - Questionei friamente. - Ele foi seu primeiro amor, sempre foi tão bom para você, e você não sente nem um pouco de remorso?Celeste chorou, dizendo: - Samantha, realmente não fui eu quem o matou, foi apenas um acidente, por que você me vê tão mal? Não tenho um coração humano? Eu só queria que ele saísse da Cidade A!Ela parecia genuinamente triste pela morte de Giuseppe.- Samantha, podemos nos encontrar pessoalmente e conversar? - Ela sugeriu novame
- O que você quer dizer? - Minha voz soou mais séria.- Pensei que Hugo teria te contado, para que você pudesse finalmente desistir de Carlos e ficar com ele. - Celeste suspirou. - Ele é realmente ingênuo.As divagações de Celeste estavam cada vez mais extensas, me deixando impaciente. Meus olhos, carregados de frieza, a encaravam, esperando que ela continuasse.Ela tomou mais um gole do café terrível, um sorriso de vitória estampado em seu rosto, continuando: - Naquela época, quando você me expulsou de Jardim Plátano, eu só tinha a chave de lá mais nada. Mas infelizmente, a fechadura foi trocada recentemente. Fiquei em uma situação terrível naquela época, quase morri. Meus pais ficaram ao meu lado no hospital, até venderam a casa nova que não tinham conseguido morar para juntar dinheiro para o meu tratamento. Mas, como a casa não foi vendida imediatamente, enfrentamos dificuldades. Adivinha por que eu tinha dinheiro para o tratamento?Celeste me lançou essa pergunta, seu sorriso se a
- Por que veio aqui de repente? - Carlos perguntou com voz grave após me ajudar com o casaco.Não respondi, apenas olhei para dentro do café. Celeste já havia notado a presença de Carlos, e a cena em que ele me ajudou com o casaco provavelmente não passou despercebida por ela. Senão, seu rosto não estaria tão feio, abandonando o sorriso anterior de confiança. Amar alguém era compartilhar todas as suas alegrias e tristezas com essa pessoa, e Celeste não era exceção, aproveitando a oportunidade para se vingar facilmente por meio de Carlos. Carlos seguiu meu olhar e avistou Celeste.- Você veio ver ela? - Sua voz ficou repentinamente fria, a testa franzida involuntariamente.- Vim perguntar se foi ela quem matou Giuseppe. - Minha resposta deve ter sido idiota, mas tudo bem.Carlos ficou sério. - Você está assustando a presa.Sorri levemente ao olhar para o homem bonito e distinto à minha frente. O tempo não havia tirado nem um centímetro de sua beleza, apenas acrescentado uma dose de
- Eu sei.Apertei a mão com firmeza, meu coração se apertou, mas mantive um sorriso calmo no rosto.- Quero um filho.Carlos me encarou intensamente, seus olhos claros e escuros, cheios de uma penetração cativante, por um instante senti como se ele pudesse ler minha mente, capaz de desvendar qualquer conspiração.Essa frase me surpreendeu, meu coração começou a bater mais rápido. Com minha condição física, praticamente não conseguiria engravidar novamente. A condição de Carlos ultrapassava completamente minhas expectativas!Ao ver que eu não respondia, um sorriso irônico surgiu nos seus lábios. - Então, você está me enganando?- Está bem! - Assim que ele falou, sem pensar, soltei uma palavra. - Concordo, mas essas duas coisas têm que acontecer ao mesmo tempo. Se você quer dizer que vai esperar até eu engravidar ou ter um filho para resolver esses dois assuntos, então é como se eu nunca tivesse dito nada.Os olhos de Carlos brilharam ligeiramente, e ele olhou para baixo, os fixando em
Dizer que eu não estava nervosa seria uma mentira. Desde o divórcio, Carlos já havia me permitido muitas coisas, não importava o que eu fizesse, ele nunca me colocou em uma situação desesperadora de verdade.Mas agora, ao propor o negócio, eu estava me colocando em uma posição diferente. Mantive minha calma, olhando diretamente para Carlos o mais tranquilamente possível. - Eu sei. Estou falando sério.- Como você vai provar sua sinceridade?Os olhos de Carlos desceram do meu rosto até o cobertor, levantando uma sobrancelha com um significado muito claro.Se eu não entendesse o que ele estava insinuando, eu seria uma idiota. Meu rosto queimou, me sentindo como um peixe numa tábua de cortar, à disposição de qualquer um. Mas logo me convenci de que era difícil engravidar, então não havia motivo para preocupação.E não era como se fosse a primeira vez que eu e Carlos fizemos sexo, não havia necessidade de hesitar. Depois de pensar sobre isso, desvendei o cobertor. O quarto estava que
Nas ruas da Cidade A, o trânsito era intenso.Eu estava sentada há cerca de duas horas, em uma cafeteria chamada "Meeting", em um canto perto da parede, de frente para o balcão onde uma jovem de avental azul claro estava ocupada preparando diversas bebidas.Ela tinha cerca de 1,60m de altura, não parecia pesar mais de 45 quilos. Sua pele era clara, ela era bem magra e adorava sorrir. Seus cabelos negros e espessos estavam presos em um rabo de cavalo alto e seus olhos em forma de lua crescente, faziam o sorriso dela parecer contagiante.- Senhora, gostaria de mais uma xícara? - Ela se aproximou, me perguntando com um sorriso radiante.Fiquei um pouco constrangida, pois acabei me perdendo observando essa jovem por um momento. Ainda bem que sou mulher, senão poderia ser confundida com um pervertido ou algo do tipo.- Está bem, mais um café puro. - Respondi com um sorriso educado, minha voz era suave.Logo, a moça trouxe outra xícara de café amargo para mim. Em vez de ir embora imediatamen
- Eu estou falando sério. - Eu permaneci sentada, enfrentando aqueles olhos opressores com calma. - Já se passaram cinco anos, de qualquer forma você nunca vai me amar, então vamos nos dar uma saída mútua.Daqui a um mês, haverá uma grande conferência comercial na Cidade A, onde Carlos estará presente e conhecerá Celeste, que estará trabalhando como recepcionista de meio período. Será amor à primeira vista e ele estará determinado a conquistar ela, mesmo que fosse necessário tomar medidas drásticas.Mas eu não vou mais desempenhar o papel de peão na intensa história deles.Eu já fiz o que eu queria, o que eu podia e o que deveria fazer na vida anterior. Eu obtive os resultados finais, e nesta vida eu não vou me tornar uma piada novamente, nem vou arrastar a família Correia para o abismo.Decidi me afastar antes de Carlos e Celeste Fontes se encontrarem, dando a eles o espaço para o primeiro passo para seu árduo caminho romântico.Talvez porque meu olhar estivesse realmente sério, o ros