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Capítulo 2

Perante a grandiosa e imponente recepção diante de seus olhos, Vicente permaneceu sereno, sem muita surpresa.

- Seja bem-vindo, Sr. Vicente! - Todos disseram em uníssono.

- Obrigado. - Vicente acenou com a cabeça e entrou no carro.

Ao mesmo tempo, ele atendeu o telefone.

- Mestre! - Uma voz masculina extremamente respeitosa ecoou imediatamente.

- Johnny. - Vicente respondeu suavemente.

- Damos as boas-vindas ao Mestre! Durante o tempo em que você esteve ausente, cuidei dos seus 150 negócios no país e dos 500 bilhões em ativos no exterior. Agora que você retornou, transferirei todos esses ativos para suas mãos dentro de um dia.

- Não precisa se apressar, você sabe, nos últimos cinco anos, me acostumei com a preguiça. - Disse Vicente.

- Foi aquela mulher que o arrastou. - O tom de Johnny instantaneamente se tornou frio e implacável. - Mestre, devo levar a empresa dela à falência?

Nesses anos todos, se não fosse pela ordem do Mestre para cuidar secretamente da Patrícia, a empresa dela não teria alcançado o desenvolvimento próspero de hoje. Ela nunca teria sido eleita uma das dez maiores empresárias da Cidade S.

Essa mulher não sabia reconhecer os favores!

- Deixa pra lá, deixe ela em paz. - Vicente disse indiferente.

Afinal, eles foram um casal, não havia necessidade de ser implacável.

Além disso, depois de conhecer o verdadeiro lado de Patrícia, ele não sentia mais nada por ela.

No futuro, eles seguiriam caminhos separados.

- Sim, Mestre! - Johnny recebeu a ordem e continuou perguntando. - Mestre, tem planos de permanecer na Cidade S nos próximos tempos?

- Sim, ainda não decidi para onde ir. Vou ficar aqui por enquanto. - Respondeu Vicente.

- Mestre, então eu irei entregar suas cinco empresas na Cidade S para você.

- Você... hahaha. - Vicente riu e balançou a cabeça. - Tudo bem, você pode começar.

- Certo, incluindo o hotel, você possui cinco empresas na Cidade S. Entre elas, o Grupo Internacional Kmofy (GIK) tem o valor de mercado mais alto, atingindo 30 bilhões, sendo o primeiro de todos os grupos na Cidade S, dobrando o valor do segundo lugar.

- GIK? - Vicente se animou. - Vou dar uma olhada lá depois.

Esta foi a primeira empresa que ele estabeleceu.

Significava muito para ele.

- Mestre, quando você pretende ir?

- Talvez às três da tarde.

- Certo, vou informar ao Diretor Wallace para recebê-lo na porta da empresa às três da tarde!

- Ótimo.

Após encerrar a ligação, Vicente balançou a cabeça involuntariamente.

Johnny ainda continuava sério como antes.

No entanto, cinco anos passaram rápido demais mesmo.

Durante esses cinco anos, ele abriu mão de quase tudo por Patrícia.

No entanto, ela não tinha a menor ideia disso.

E ele não se arrependia.

Tudo foi por causa daquela noite, quinze anos atrás, naquela nevasca terrível, quando, por causa de uma doença incurável, ele foi expulso da família e acabou nas ruas da Cidade S.

Em um momento de desespero, uma garotinha simples deu a ele o único pedaço de pão que tinha nas mãos e disse que a vida era como o pão, doce e saborosa.

Logo depois, a garota foi levada por uma governanta, mas ao partir, um prendedor de cabelo cor-de-rosa caiu da cabeça dela.

Ele pegou o prendedor e nunca esqueceu o que a garota lhe disse.

Mais tarde, ele foi levado por um velho misterioso.

Esse velho não só curou suas doenças, mas também compartilhou todo seu conhecimento, colocando-o no topo do mundo!

Durante esses anos, muitos nobres e realezas estenderam a mão para ele, mas ele rejeitou todas as investidas e cartas de amor.

Seu coração pertencia apenas àquela garota.

A persistência valeu a pena.

Cinco anos atrás, ele encontrou a garota através do prendedor.

Essa garota era Patrícia.

Naquela época, ela não tinha nada, apenas uma funcionária comum em uma empresa.

Ele decidiu abandonar tudo e ficar ao lado dela em silêncio, sem contar a ela nada disso.

Ele só queria protegê-la silenciosamente.

No entanto, ele nunca imaginou que isso acabaria assim.

Durante todos esses anos, ele manteve o prendedor guardado. Ele o colocou numa caixa de madeira que ficava na gaveta do quarto dele e de Patrícia.

Desta vez, ele não levou o prendedor consigo, pois já não sentia mais nada por ele.

As inúmeras cartas de amor guardadas com o prendedor já não importavam mais para Patrícia, assim como a ideia de que ele era um homem ruim. Afinal, eles já haviam se divorciado.

Eles não teriam mais a chance de se encontrar no futuro.

Ele não ficaria na Cidade S por mais de uma semana. Havia coisas mais importantes a fazer.

- Motorista, siga em frente, primeiro dê uma volta na cidade e depois vá para a empresa. - Vicente instruiu.

Nos anos de casamento, ele nunca teve a chance de realmente conhecer Cidade S. Era hora de dar uma olhada.

- Sim, Sr. Vicente! - Disse motorista.

A frota de carros de luxo seguiu adiante, deixando os seguranças da mansão completamente atônitos.

Que tipo de figura importante teria tal ostentação?

Do outro lado, na mansão.

Enquanto organizava suas coisas, Patrícia atendeu uma ligação de sua mãe:

- Oi, mãe. Algo em que eu possa te ajudar?

- Só queria saber, como estão as coisas entre você e Vicente?

- Está tudo correndo bem, mãe.

- Esse sujeito não levou dinheiro seu, né?

- Pode ficar tranquila, mãe, eu jamais deixaria ele levar um centavo meu!

Depois de todos esses anos, Vicente já se aproveitou demais dela! Ele não conseguiria um centavo de compensação pelo divórcio!

- Ah, bom. E sobre você e Pavel Lurdes, como anda essa relação?

- Tudo ótimo, mãe.

- Nesses dias, então, convide Pavel para jantar aqui em casa. Vou preparar algo especial para vocês e, além disso, é bom adiantar os preparativos do casamento. Ele é o herdeiro de uma das quatro grandes famílias da Cidade S. Se você se casar com ele, o seu futuro e o nosso...

- Entendi, mãe. Vou conversar com Pavel. Aliás, hoje mesmo eu o acompanharei para negociar um grande projeto no GIK.

- Tudo bem, querida. Não vou te atrapalhar mais!

- Certo, até logo. - Depois de desligar o telefone, Patrícia, ao pensar em Pavel e logo em seguida em Vicente, sentiu uma repulsa imensa por Vicente.

Ela realmente ficou cinco anos com esse sujeito inútil!

Se não fosse por ele, ela já teria se casado com Pavel e seria a matriarca da família Lurdes agora!

Ao imaginar isso, Patrícia ficou cheia de raiva e decidiu jogar todas as coisas de Vicente fora.

Chegando ao quarto, Patrícia pegou todas as roupas de Vicente do armário e jogou no chão.

Ao chegar ao fundo, ela abriu a gaveta e viu uma caixa de madeira.

Era algo de Vicente, mas ela nunca o tinha visto antes.

Curiosa, Patrícia abriu a caixa.

Dentro, havia uma pilha grossa de papéis.

Ao pegar um para ler, ela descobriu que eram cartas de amor escritas para Vicente.

Incluindo a filha do ex-presidente do País M, a princesa Élia da atual realeza do País A...

Cada uma delas era uma das mulheres mais renomadas e belas do mundo contemporâneo, detendo posições de extrema nobreza e prestígio!

E até mesmo a senhorita Lilian Alvin, da família Alvin, a principal dinastia da Cidade Y no País C!

Patrícia ficou com uma expressão sombria.

Ela não acreditava que essas cartas eram reais!

Certamente, nos últimos cinco anos, Vicente tinha fantasiado sobre elas em segredo e forjado todas essas cartas!

- Esse pervertido! Um depravado! - Xingou Patrícia, se sentindo extremamente nojo.

Ela ficou tão furiosa que jogou a caixa no chão com força, fazendo as cartas se espalharem pelo chão.

Um prendedor de cabelo rosa em forma de borboleta caiu de baixo da caixa.

- O que é isso? - Patrícia franziu o olhar e pegou o prendedor do chão.

Quanto mais olhava, mais familiar parecia.

Não era esse o prendedor que ela e Belle Mayson compraram quando eram crianças, durante um inverno passando por uma barraca na rua?

Naquela época, elas compraram um prendedor cada uma e prometeram que, quando crescessem, aquele objeto se tornaria um símbolo eterno da amizade delas!

O prendedor dela ainda estava guardado em ótimo estado.

Mas como Vicente tinha um exatamente igual?

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