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Capítulo 3

Capítulo 3

“Belle está me traindo e está com o Vicente às escondidas?” pensou Patrícia.

Impossível!

Patrícia rapidamente negou essa ideia.

Porque, durante os cinco anos de casamento, ela nunca levou Vicente para conhecer sua melhor amiga, Belle.

Com a aparência e a linhagem de Belle, seria impossível que ela se interessasse por um cara sem perspectivas como Vicente.

A família Mayson, embora não fosse considerada de elite na Cidade S, ainda era uma família antiga e respeitável.

“Certamente, Vicente deve ter pegado ou roubado esse prendedor de borboleta de algum lugar!”

Afinal, esse cara podia fantasiar sobre várias mulheres escrevendo cartas de amor para ele, então não tinha limites para o que ele poderia fazer de repugnante!

No entanto, por segurança, ela decidiu ligar para Belle e fazer perguntas de maneira sutil.

Só ela poderia trair Vicente, ele não tinha direito de traí-la!

Patrícia ligou para Belle, mas ninguém atendeu.

“Ninguém atendeu?” Patrícia franziu a testa.

Nesse horário, Belle deveria estar ocupada no trabalho.

Deixa pra lá, ela perguntaria mais tarde.

Ela tinha combinado com Pavel acompanhá-lo para discutir o projeto no GIK e depois sair para jantar. Era melhor se arrumar direito.

Patrícia largou o celular, colocou o prendedor de volta na caixa e se sentou para se maquiar na frente do espelho...

...

Às duas e meia da tarde.

Vicente chegou ao GIK em seu Maybach.

Olhando para o arranha-céu imponente à sua frente, ele sentiu uma sensação familiar, mas estranha ao mesmo tempo.

Cinco anos podiam mudar muita coisa, incluindo a empresa.

Por isso, ele veio meio hora mais cedo, só para ver como a empresa estava agora.

Sorrindo com um tom nostálgico, Vicente entrou pela porta da empresa.

O saguão ainda tinha a mesma disposição, mas era muito maior do que antes.

“Johnny fez um ótimo trabalho.” Vicente balançou a cabeça rindo, pronto para passear pelo saguão.

Ding!

As portas do elevador se abriram não muito longe dele.

Um homem e uma mulher saíram de lá conversando e rindo.

O homem vestia um terno azul-escuro, penteado para trás, usando óculos dourados, aparentando ter uns vinte e sete ou vinte e oito anos.

A mulher vestia uma saia plissada azul, o cabelo preso elegantemente, maquiagem delicada no rosto.

Era Patrícia.

- Pavel, você é incrível, conseguir lidar até com o Diretor Wallace, que cara influente! Se você conseguir fechar esse negócio, terá lucros de pelo menos várias centenas de milhões. - Disse Patrícia.

- Haha, eu e o Diretor Wallace somos velhos amigos. Quando se trata do projeto, é só uma palavra minha. - Respondeu ele.

- Pavel, você está livre nos próximos dias?

- O que foi?

- Minha mãe quer muito te conhecer, quer te convidar para jantar em casa.

- Certo, sua mãe é muito gentil comigo. - Pavel sorriu cavalheirescamente.

- Tudo bem, eu aviso minha mãe.

Patrícia suavemente apertou os lábios, revelando um calor e uma gentileza que nunca mostrou a Vicente quando lidava com Pavel.

Esta cena foi exatamente testemunhada por Vicente.

No entanto, ele não demonstrou qualquer emoção em seu olhar.

Nesse momento, Patrícia e Pavel estavam se aproximando da porta da empresa quando esbarraram com Vicente.

Patrícia olhou para Vicente com uma expressão de repulsa:

- Vicente, o que você está fazendo aqui?

- Se você está aqui, por que eu não estaria? - Vicente olhou para Patrícia com indiferença.

“Este mundo é realmente pequeno.” pensou ele.

Patrícia sorriu, cheia de sarcasmo:

- Eu estou aqui com Pavel para discutir um projeto. E você? Veio aqui se candidatar a um emprego de segurança ou veio implorar para voltar comigo? Me deixe dizer, isso é impossível!

- Voltar com você? - Vicente riu friamente. - Você está enganada, estou apenas voltando para a minha empresa.

- Para a sua empresa? - Mas Patrícia achou aquilo uma piada imensa. - Quer que eu te conte? Isso aqui é o Grupo Internacional Kmofy, a principal empresa da Cidade S, avaliada em 30 bilhões!

- E daí? - Vicente olhou para Patrícia com calma.

- Então você consegue arranjar uma mentira um pouco mais convincente? - A atitude forçada de Vicente deixou Patrícia furiosa.

Vicente franzia a testa.

Como ele nunca percebeu antes que Patrícia era tão de baixo nível?

- Chega, Patrícia, não vale a pena se irritar por causa desse tipo de pessoa. - Pavel interveio. - Ele gosta de mentir e fingir ser rico. Deixe ele atuar, você é uma das dez principais empresárias da cidade agora. Ele está apenas com inveja.

Enquanto falava, ele lançou um olhar de desdém para Vicente.

Esse tipo de pessoa não fazia parte do seu mundo.

- Vicente, aprenda um pouco com a elegância do Pavel! - Patrícia disse a Vicente com raiva.

Vicente não estava disposto a continuar a conversa e já ia seguir para dentro da empresa.

- Espere! - Patrícia chamou Vicente.

- Algum problema? - Vicente franziu o cenho, olhando para Patrícia.

- Sobre a compensação do divórcio, ainda não resolvemos! - Disse Patrícia, friamente.

- Não preciso de compensação, apenas o divórcio é suficiente. Não se preocupe, depois do divórcio não vou mais interferir na sua vida. - Vicente se virou para sair.

- Dar compensação a você? Como você pode dizer isso com tanta desfaçatez! - Patrícia riu das palavras de Vicente.

- O que você quer dizer com isso? - Vicente parou, olhando friamente para Patrícia.

- Eu quero que você me compense, pelos danos emocionais que você me causou nos cinco anos de casamento! - Respondeu ela.

- Os danos emocionais causados por mim? - Vicente ficou atônito, mas logo não conseguiu segurar o riso. - Você me traiu e ainda quer que eu te compense? Patrícia, de qualquer forma, já fomos casados. Você chegou a esse ponto de crueldade?

- Casados? Você se atreve a falar essas coisas? - Patrícia, olhando com desdém para Vicente, disse. - Eu sinto repulsa só de olhar para você agora. Eu nunca imaginei que você fosse uma pessoa tão distorcida!

- Como assim distorcida? - Vicente franziu o cenho.

- Então, como você explica todas essas cartas de amor? - Patrícia questionou Vicente.

Os olhos de Vicente se moveram, confirmando que Patrícia havia descoberto tudo.

Nesse caso, ela também deveria ter visto o prendedor de cabelo.

Mas por que ela estava agindo assim tão indiferente?

Embora não quisesse explicar, Vicente ainda disse:

- As cartas de amor que você mencionou são todas verdadeiras.

- Você está mentindo! - Patrícia o acusou. - Quem você pensa que é para receber cartas de amor de princesas e rainhas? Olhe para si mesmo antes de inventar histórias!

- Patrícia, é sério isso? - Pavel parecia chocado.

- Exatamente, esse cara inventou um monte de cartas de amor às escondidas, e não sei de onde roubou um prendedor de cabelo de alguma garota. Isso me deixa muito enjoada!

- Haha! - Pavel riu alto e deu tapinhas no ombro de Vicente. - Cara, você é demais! Eu realmente admiro!

Vicente ficou em silêncio, seu rosto começou a escurecer.

Ele olhou para Patrícia:

- Pelo menos fomos casados no passado, é necessário denegrir minha imagem?

- Denegrir você? Quem você acha que é para eu precisar denegrir sua imagem? Se você não fez nada errado, por que se preocupar? - Disse ela.

- Sobre as cartas de amor, eu já expliquei para você. Quanto ao prendedor, não é seu?

- Besteira! O meu está guardado na minha gaveta! De onde você tirou esse prendedor, foi roubado da minha amiga?

- Sua amiga?

Vicente ficou atordoado.

Será que ele interpretou tudo errado nesses anos?

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