Meu nome é Alexander Angel, e eu sou um corredor de rua do terceiro ano do ensino médio. Bem, eu sei que corridas de rua é algo perigoso, mas a adrenalina está no meu sangue.
Mas tudo começou desde pequeno, quando eu tinha meus 4 anos de idade.
Meu pai era fascinado com carros antigos, corridas de Fórmula 1 e de Nascar. Ele tinha uma coleção em miniatura de carros antigos. Mas o seu predileto... não era um, mas sim três; Dodge Charger R/T, Impala 67 e o Camaro SS 68. Eram os que ele mais tinha sonhado.
Minha mãe era apaixonada pelo meu pai, mesmo achando estranho o gosto dele de colecionar miniaturas automotivas.
— Filho! — meu pai me chama da cozinha. — Vem ver o que eu comprei.
Eu me levanto e corro até ele, enquanto deixava o controle do meu PlayStation cuidadosamente em minha cama.
Ao sair na garagem, encontro meu pai e minha mãe abraçados, sorrindo um para o outro.
— O que...? — me interrompi ao ver aquela máquina estacionada em frente à nossa casa. Eu sempre imaginei que meu pai fosse conquistar um sonho que ele sempre teve.
— Você conseguiu, amor! — disse minha mãe dando beijinhos em meu pai. — Realizou seu sonho.
— É, eu consegui! — ele confirma.
— Não acredito no que estou vendo — digo, meus olhos brilhando ao ver aquela belezura. — É o Impala que você tanto sonhou, não é pai?
— É sim, filho! — meu pai afirma e agacha em minha frente, bagunçando meus cabelos. — Futuramente, você terá o seu clássico.
— Um Camaro SS 68? — questiono, a felicidade invadindo meu peito.
— Quem sabe? — ele balança os ombros. — Na verdade, já sabia que escolheria esse.
— Sério?
— Sim — ele confirma. — E já encomendei ele para você, no seu décimo oitavo aniversário.
— Nossa, que maravilha, querido — diz minha mãe.
Hoje, aos 18 anos e prestes a terminar o ensino médio, corro pelas ruas contra outros corredores, mas tomando o máximo de cuidado para eu não ter o carro apreendido pela polícia, ou não sofrer um acidente enquanto estiver em alta velocidade.
Meu celular toca e eu o atendo.
— Fala Kleber — digo um pouco exausto de tanto estudar para a prova que ocorreria daqui a três dias.
— E aí, mané! — ele exclama com seu jeito carioca. — Bora tirar um racha? — ele me convida.
— Ah, você tá ligado que eu não posso — rejeito seu convite. — Tenho prova em três dias. Não posso bobear. Senão eu danço, saca? — expliquei.
Na verdade eu não estava afim de tirar um racha. Não queria correr.
— Ah, saquei mano — ele parece meio chateado. Mas logo volta seu ânimo. — Vou chamar o Vitinho então, demorô? — ele avisa.
— Claro, chama ele — confirmo. — Faz tempo que ele não corre contigo.
— Ah é, pode crer — diz Kleber. — Então, vou indo nessa. Falou aí, mané.
— Falou — desligo o telefone e volto a estudar.
Voltei a me focar em meu caderno que estava à minha frente para não ir mal na prova de Física.
3 DIAS DEPOIS...
Após a prova, fiquei ansioso para poder pegar meu carro e passar na casa do Hector para a gente poder ir à casa do Pedro.
Entrei em meu Camaro SS 68 e dei a partida. Vejo Bárbara chegar perto da janela e abaixo o vidro.
— Escuta, Aleh — ela diz, um pequeno sorriso em seus lábios. — Bem... minha amiga está interessada em você...
— Ou no meu carro? — questionei, mostrando um sorriso para ela, que abriu ainda mais o dela.
— Bem... eu não sei — ela riu.
— Escuta Babi — digo — vê se pede para ela não me encher o saco, valeu?
— Mas... por que está dizendo isso? — Babi pergunta.
— Eu já tenho uma garota que quero conquistar — respondi e lancei uma piscadela para ela, que fica um pouco corada.
— Ah é? — ela dá um sorriso, disfarçando que estava sem jeito. — E quem seria essa garota de sorte?
— Logo mais você saberá — respondi e sorri. — Eu vou indo agora. Até mais.
Pisei no acelerador e saí do estacionamento da escola. Pelo retrovisor, notei que ela se despedia de mim com um aceno de mão. Eu sorri, pois sempre gostei dela.
Estava correndo a 60 por hora, tomando cuidado para não sofrer nenhum acidente e não atropelar ninguém. Eu não queria aparecer no jornal como alguém que atropelara um inocente.
Paro ao sinal vermelho e meu telefone toca. Eu atendo a ligação de meu amigo.
— Já estou a caminho — aviso ao Hector.
— Mudança de planos — ele anuncia, me deixando um pouco confuso. — Vamos fazer uma festa em Copacabana.
— O que? Uma festa? — indaguei, tentando entender o que ele queria dizer com "festa". Paro o carro por um tempinho, guiando ele até o acostamento.
— Sim, vamos chamar vários companheiros nossos — ele avisa. — Kleber, Lucas, Miguel.
— Certo, mas e o Isac? — indago.
— Ele também está na lista.
— Tá, mas se vai ser um festa, não deveria envolver garotas? — perguntei, querendo saber se teriam garotas novas.
— Óbvio que terá garotas, né, oh cabeção! — ele afirma e eu rio.
— Certo — digo. — Que horas acontecerá a festa?
— Bem, eu vou ligar para você e te aviso o local exato de Copacabana.
— Certo. Mas não dá um furo, beleza? — falei.
— Relaxa, mano — ele confirma. — Fica na paz, beleza? Até mais.
Desligo o celular e guardo no porta-luvas do carro, e volto a andar. Hector não era de dar bolo. Mas eu tive que perguntar mesmo assim, para confirmar com ele.
Chegando em casa encontro minha mãe assistindo a sua novela favorita. Estava tão concentrada que quando a chamei, levou um susto.
— Ai que susto, Alex! — ela diz, botando a mão no peito.
— Oi, filhão! — meu pai me recebe com um abraço. — Como foi sua aula hoje?
— Olha, eu acho que fui bem na prova — respondo, colocando o pé no primeiro degrau da escada. — Eu vou me deitar e mais tarde eu vou sair, está bem?
— Aonde você vai mais tarde? — minha mãe pergunta, curiosa para saber aonde eu iria mais tarde. Ela estava de braços cruzados.
— Hector vai ir para Copacabana, e vamos fazer uma festa. — expliquei, sem entrar em detalhes.
— Isso é perigoso — diz meu pai. — Você sabe que a polícia pode interromper a festa e mandar você e a sua turma para o xilindró, não sabe?
— Sei sim, pai — respondi. Óbvio que eu estava ciente disso. — Mas não vai acontecer nada. Ficaremos em um ponto onde o barulho do som da música não chame muita atenção.
— Filho — meu pai se aproxima de mim, e coloca a mão em meu ombro. — Que Deus te proteja.
— Obrigado pai. — eu o abraço.
Meu pai atualmente está com seus 49 anos e minha mãe, 45.
Subi para o meu quarto.
— Será que ele ficará bem, Israel? — minha mãe pergunta a meu pai.
— Temos que ter fé em nosso filho, Carmem — meu pai dá um beijo na testa de minha mãe.
...
Quando cheguei no quarto depositei minha mochila na mesinha do meu computador e me deitei em minha cama. Fechei os olhos e dormi um pouco.
Mais tarde, acordo com um barulho irritante, seguido de um batidão alto.
Abro os olhos e vou até a porta.
— Hector está aí, esperando você — anuncia meu pai.
— Já estou indo — aviso, passando a mão no cabelo, um pouco sonolento. Me espreguicei.
— Acho melhor tomar um banho — sugere meu pai, saindo do quarto. — Dirigir nessas condições... não é uma boa ideia.
— Você está certo — digo e fecho a porta após ele se distanciar.
Escolho uma roupa bacana para poder me divertir.
Escolhi uma calça jeans azul escura e uma camiseta polo vermelha.
...
Desço para o banheiro com uma toalha na mão e as roupas na outra. Fecho a porta do banheiro, ligo o chuveiro e tiro a roupa.
Após o banho, eu já havia me trocado. Subo novamente para o quarto enquanto meu pai avisava ao Hector que eu estava de saída.
Pego meu Malbec e coloco um pouco no peito e no pescoço. O aroma desse perfume é muito bom. Muitas meninas me olhavam quando eu passava por elas, exalando esse doce odor.
...
Desço novamente e me despeço de meus pais.
— Tchau pai! Tchau mãe! — grito para eles dois.
— Ei, espera! — diz minha mãe, correndo com passos curtos até a mim. — Cadê meu beijo, filho?
Dou um beijo na bochecha de minha mãe.
— Vai com Deus, garoto. Que ele te proteja. — diz meu pai.
— Mãe, pai, vocês fiquem com Deus — disse a eles. — E também, eu não vou embora.
— Toma aqui — meu pai me entrega um colar que eu não o reconheci de imediato.
— Anda logo, Alex! — grita Hector, parecendo impaciente.
— Já vou! — eu aviso. — Eu vou indo nessa, pai. Mãe! — Eu a abraço.
Saio dali e os deixo observando-me pegar as chaves de meu carro no bolso.
— Tem certeza que consegue me acompanhar? — Hector brincou.
— Olha, meu Camaro é um bom carro, rapaz! — afirmo rindo junto com ele.
Tiro o meu carro da garagem e entro nele.
— Pode ir. Eu fecho a garagem.
— Valeu, pai. — fechei a mão em punho, e ele fez o mesmo. Batemos os punhos em despedida.
— Até depois.
— Até.
Dei a partida e o segui.
Meu pai vai até a cozinha e pega a chave do carro em um gancho que ali tinha na parede. Minha mãe o questiona, querendo saber, o motivo dele ter pego a chave.Ele responde que era para me "ensinar uma lição", mas não entrou em detalhes. Ela apenas balança a cabeça em sinal de entendimento.Qu
Eu estava tão nervoso que não consegui me mexer direito, e nem sair do lugar. Hector me empurrou e eu caminhei devagar até a porta, coloquei a mão na maçaneta e a girei.— Que demora, meu filho! — diz minha mãe, me dando um abraço.— Oi… mãe — retribui o
Durante a noite de sono, tive um sonho realmente estranho. Sonho que corria e que sem entender o motivo, eu sofria um acidente, em um autódromo que eu desconhecia.O sonho era tão real, que parecia ser mais realista que o anterior que eu tive na casa de Becca.Becca! Ela também estava no sonho, e parecia... triste.
Não demorou muito, e 45 minutos depois já havíamos chegado ao restaurante. Desci do carro e abri a porta do passageiro para que Maria pudesse descer.Seguro em sua mão — mesmo indo contra minha vontade — e ela sorri.— Nunca pensei que você fosse tão cavalheiro — ela diz, admirada com minha atitude.
Ao chegar em casa, deixo o carro estacionado e entro. Hector vem logo atrás, carregando nossas mochilas.Ele entrega minha mochila e logo subo para o quarto com ela em mãos. Penduro ela na cabeceira de minha cama e aproveito para me trocar.— Alex, você... Ops! Foi mal. — ele diz, fechando a porta.
Quando chegamos na escola, estaciono e Hector desce primeiro. Estava segurando nossas mochilas em ambas as mãos.Desço do carro logo em seguida, e vou a caminho da entrada da escola. Entramos no pátio, e Bárbara logo nos encontra e nos cumprimenta.— Pensei que você começaria a faltar — digo a ela.