Capítulo 6

Vendo a seriedade de Leo, Dantes finalmente concordou:

- Tudo bem, está combinado. Se você trouxer de volta a mulher que ama, não o impedirei de se divorciar.

Com o assunto resolvido, Leo foi direto para seu quarto. Dantes olhou para as costas dele se afastando e suspirou.

O mordomo, vendo isso, se aproximou e disse:

- Sr. Dantes, não se preocupe, a Srta. Ana é uma pessoa ingênua e bondosa por natureza. Depois de conviverem por um tempo, o Sr. Leo com certeza vai perceber seus pontos positivos. Afinal, os sentimentos podem surgir com o tempo, certo?

Diante dessas palavras, Dantes concordou com a cabeça.

Tomara que sim.

...

Depois que Leo foi chamado ao escritório por Dantes, Ana correu de volta para seu "novo quarto", onde havia passado menos de uma noite.

Ela estremeceu só de pensar no olhar gélido de Leo instantes atrás.

Aquele homem parecia não gostar nem um pouco dela. Será que ele vai pedir o divórcio?

Ana ficou aflita só de pensar nessa possibilidade. Não porque ela sentiria saudades do homem ou algo do tipo, mas porque estava casada há apenas um dia. Se a família Santos a mandasse de volta tão rápido assim, a família Lopes não ficaria feliz com isso.

Sua mãe tinha cabado de ser transferida para um hospital grande há pouco tempo, então Ana não podia simplesmente vê-la ser mandada de volta de braços cruzados.

Mas se ela permanecesse aqui, uma família de elite como essa com certeza se preocuparia com a honra de uma mulher. Se a coisa toda for exposta, a família Santos não ficaria furiosa?

Diante desse grande dilema, as mãos de Ana apertaram os cantos de seu casaco e gotas de suor escorreram por sua testa.

Enquanto ela se remexia de nervosismo, a porta do quarto, que estava bem fechada, foi aberta pelo lado de fora de forma repentina.

Leo entrou e ergueu uma sobrancelha ao ver Ana, que estava sentada em uma posição contida com sinal de repulsa em sua expressão.

- Você parece bem paciente sentada aqui.

Diante desse homem, Ana sempre se sentia sem fôlego, mas agora não era hora de entrar em pânico. Ela se levantou com pressa e forçou um sorriso:

- Sr. Leo...

Leo bufou em escárnio:

- Por que está sorrindo? Está feliz por me ver acordado? Acha que está segura no lugar da Sra. Santos?

Ana balançou a cabeça com pressa. Pela maneira como Leo a estava tratando, era claro que não seria mais possível permanecer aqui. Então, ela tomou coragem e disse:

- O Sr. Leo foi informado que eu virei sua esposa do nada assim que acordou. É natural que ficasse com raiva, e eu... Também sei que não sou digna de você e estou disposta a aceitar o divórcio. Mas antes disso, você poderia...

- Poderia o quê?

- Você poderia me dar uma quantia de dinheiro como compensação? Afinal de contas, antes de me casar com você, eu era solteira, e em um piscar de olhos, virei divorciada. Também saio perdendo nessa. - Ana estava gaguejando, mas ainda reuniu coragem para terminar a frase.

Ela havia sido educada por sua mãe para ter coragem de e nunca baixar a cabeça diante do dinheiro. Era vergonhoso pedir dinheiro, ela sabia disso, mas o que valia a dignidade diante da doença de sua mãe?

Já que ia ser expulsa de qualquer maneira, que pelo menos arranjasse dinheiro suficiente para bancar as despesas médicas de sua mãe por um tempo.

Depois de dizer isso, Ana manteve a cabeça baixa, sem ousar olhar para Leo.

Não deveria ser muito difícil para alguém como ele, um jovem de uma família rica como a dos Santos, que podia simplesmente gastar dinheiro para se livrar de uma pessoa como ela.

Ana até mesmo já tinha convencido a si mesma que suportaria calada se Leo a humilhasse com dinheiro mais tarde.

Mas em vez da cena clássica de jogar um cheque na cara que ela esperava, Ana ouviu Leo rindo friamente.

A risada soou bem sarcástica, fazendo o couro cabeludo de Ana formigar.

Ela mordeu o lábio inferior e sua voz estava tão fina quanto um mosquito:

- Sr. Leo, não acho que eu esteja pedindo muito...

Antes que ela pudesse terminar de dizer as palavras, Leo caminhou em sua direção subitamente. Em seguida, Ana sentiu o mundo girando diante de seus olhos.