Capítulo 2

Os movimentos de Nicholas foram mudando gradualmente de natureza, e ele começou a exercer mais força.

Agarrei as bordas da mesa de exame com as duas mãos e não pude deixar de gritar:

— Está doendo, doutor!

Se Nicholas não estivesse me segurando com as duas mãos, eu já teria desabado.

— Terminei de verificar. Não há problemas. Podemos passar para a próxima etapa.

Quando consegui me recompor, eu já estava deitada na maca. As tiras ao lado me mantinham presa firmemente.

— O que o senhor está fazendo, doutor?

Eu não conseguia evitar me debater, estava com a sensação de que perdi o controle do meu próprio corpo.

— É um exame ginecológico, faz parte do exame físico. Você não sabia?

Nicholas pegou o formulário médico e apontou para ele. Estava escrito lá, mas eu claramente me lembrava de que não era obrigatório para mulheres solteiras.

— Eu não sou casada, doutor. Não preciso fazer essa parte.

Nicholas me olhou com aqueles olhos profundos e intensos e disse com firmeza:

— Quem disse que mulheres solteiras não precisam ser examinadas? Todas vocês precisam. Está planejando entrar no mercado de trabalho carregando uma doença?

Mesmo assim, senti que algo não parecia certo.

— Não, doutor. Eu não vou fazer isso.

Ele me ignorou e colocou as luvas.

As luvas de látex estavam frias como gelo e generosamente untadas com uma solução medicinal, tornando-as escorregadias e pegajosas.

Os movimentos de Nicholas eram lentos e calculados. Ele não levantou minha saia, mas eu podia ver suas mãos subindo lentamente sobre o tecido.

Minha respiração acelerou.

Seu dedo gelado penetrou em mim suavemente, com a ajuda da solução medicinal.

Se eu não estivesse amarrada à cama, teria dado um pulo.

— Parece que há um problema aqui. Vou ter que examinar melhor.

Me contorci para tentar evitar aquela sensação terrível.

— Não!

Gritei e implorei, mas isso não impediu Nicholas.

Quando ele finalmente parou, eu estava tremendo incontrolavelmente.

Ele estendeu o dedo para mim, com uma expressão séria.

— Isso não parece normal. Vou usar outra ferramenta.

— Não, doutor. Eu não quero mais fazer esse exame. — Implorei, balançando a cabeça.

Nicholas rejeitou meu pedido sem misericórdia alguma.

— Não podemos parar agora que chegamos até aqui.

Ele tirou as luvas e apertou um botão. Metade da maca se elevou lentamente e levantou um pouco minhas pernas.

Pequenas gotas de suor brilhavam nas minhas pernas pálidas sob as luzes brancas, tornando-as ainda mais chamativas.

Nicholas pensou o mesmo sobre as minhas pernas e não resistiu a acariciar meu tornozelo.

Eu estava de salto alto naquele dia, e não tinha tirado os sapatos ao deitar.

Senti meu coração se apertar quando o olhar de Nicholas se escureceu. Ele me encarava como um predador observando sua presa antes de devorá-la.

Ele de repente puxou uma tela sobre minha cintura.

Ela bloqueou minha visão de tudo abaixo da cintura, inclusive Nicholas. Eu não conseguia ver nada e comecei a me sentir ainda mais inquieta.

— O que está fazendo, doutor?

— Este é um procedimento normal. É para impedir que você fique nervosa ao ver a ferramenta. — Explicou Nicholas.

Eu só sentia meu corpo completamente exposto ao ar. Eu tremia, mas não havia nada que pudesse fazer.

Nicholas tirou minha roupa íntima sem piedade, deixando-a pendurada nos meus tornozelos.

Ele usou a máquina para me levantar e começou a usar seu instrumento lentamente.

Eu não aguentava mais e comecei a implorar por misericórdia, em meio a lágrimas.

— Dói muito. Por favor, pare. Eu não quero mais continuar com esse exame.

— Aguente só mais um pouquinho. Já estamos quase terminando.

Nicholas estava suando muito. Embora eu tentasse ao máximo me controlar, eu não conseguia evitar os soluços do choro.

Finalmente, Nicholas suspirou satisfeito.