Mas como bem lhe dissera dona Iolanda , a tarefa não seria assim tão fácil.
“ Querido vai ser muito difícil para você seduzir essa da roça. Eu no seu lugar me poupava , porque vai por mim, no final da história, isso não vai dar em nada.”
Ela garantiu. E lembrando-se daquela ocasião Patrick então questionou:
- Tata , você por acaso tem alguém?
- Eu? Ninguém. Quem?
- Um admirador, alguém com quem possa estar se relacionando?
- Jamais Patrick. De onde tirou essa ideia? Estou sozinha. Eu, Deus e agora sua filha que eu amo de paixão, mas nenhum homem, ninguém que possa me dar amor, nenhum braço para me proteger e me amparar.
Ele estendeu os dele fazendo ela rir.
- Estou aqui.
- Inteiro?
Ele se calou. Deu um suspiro e depois questionou , só para despistar.
- Minha Filha? Que horas termina o trabalho?
- Nesse Haras o trabalho não tem hora para acabar. Foram muitas as vezes que depois de deixar tudo pronto as baias um brinco, a avó chega nela e pede para que ela faça diversas outras coisas que não são da nossa responsabilidade. Só para não dar a ela a chance de descansar. Mas... lá pela 8 da noite hoje ela deve estar em casa. por que pergunta?
Patrick não respondeu. Olhou no relógio e dando meio sorriso trancou a porta deixando Taele em alerta.
- Então ainda temos um tempinho.
- Tempinho?
- Sim. Para namorar.
Informou tranquilamente enquanto caminhava até ela.
- Namorar? Eu...
- Vem cá!
Segurou em seu pulso e a arrastou até seu quarto. Escorou-a na porta e lhe deu um beijão. Tatá perdeu logo o folego , mas correspondeu com paixão. Quando ela enlaçou seu pescoço , ele a abraçou.
- Mas o que viemos fazer aqui?
- Tatá! O que um casal faz em um quarto , quando estão a sós e loucos de desejo? Pelo amor de Deus.
- O que um casal faz em um quarto?
Repetia meio zonza. Tentava ganhar tempo.
- Sim.
- E nós somos um casal?
- Ainda não mas seremos.
- Você não pode.
- Posso sim. Vou te mostrar e vamos parar de perder tempo com conversinha.
- Também acho.
Ela suspirou profundamente enquanto sua boca era tomada por mais um beijo para lá de sensual.
a coisa esquentava, estava ficando picante e Patrick era muito bom no que fazia, mas ela estava insegura e com muita vergonha , pois tinha muito mais do que 10 anos que não se relacionava com ninguém .
nenhum contato , nenhum pretendente , nenhum encontro amoroso. Então aquilo não seria muito fácil. mas não pretendia fazer com que o Patrick ficasse desconfortável ao perceber o próprio desconforto dela. Pode-se chamar por desconforto também, timidez. Mas ele por enquanto não percebia nada. Beijava seu pescoço e aspirava com prazer aquele perfume delicioso.
- Te quero todinha só para mim. Se entrega vai. O que pode haver de errado nisso?
- É que eu não quero só prazer.
- Eu também não.
A loira abaixou a cabeça triste.
- Mas você ama Bela.
- Esquece Bela. Ela já morreu.
- Você mais do que ninguém precisa estar ciente disso Patrick.
Ela pensou que com essas palavras ele se afastasse mas não .
Ao invés disso, a pegou no colo. E como naquelas cenas de novela , fechou a porta do leito com o pé. Ela estava com os olhos arregalados e a boca semi-aberta, tentando vocabular algo.
- Você está vermelha. Calor?
- Um pouco!
- Posso abrir a janela.
- Não! Quer dizer..
Patrick riu.
- Meu amor , você está é envergonhada.
- Sim. Estou.
- Mas por que?
Ela sentou-se na cama de cabeça baixa.
- Oras, a gente não se conhece a tanto tempo assim.
- Jura que liga para isso?
- Sim.
Patrick então sentou-se ao lado dela, com carinho, passou a acariciar todo seu rosto, bem devagar. Adorava sentir a textura aveludada da pele, sentir seu cheiro e a maneira incrivel que ela se arrepiava quando se tocavam. Ele tentava assim , acalmá-la.
- Tatá. Gostaria tanto de fazer esse momento especial para mim e para você!
- Eu acredito.
- Mas parece que você não está preparada.
- Nem você tão pouco. Ficou muito claro para mim que você acha que dormindo comigo vai conseguir esquecer Bela e não é assim.
- Bela? Para quê colocar a falecida nessa história moça?
- Como não vou colocar se ela é o problema?
- Você realmente acha?
- Eu tenho certeza. Patrick ouça: Para que tenha exito em qualquer relacionamento com quem quer que seja , primeiro você precisa enterrar essa mulher de uma vez por todas do seu coração, porque sepultada ela já está faz tempo.
E foi com essas palavras que no dia seguinte ele acordou de um pesadelo.
A imagem de Bela o perseguiu durante toda a madrugada e de maneira real. Estava aborrecido. Não contava com aquela situação.
Será que naquela altura do campeonato, depois de ter conhecido uma mulher maravilhosa , iria ser dominado novamente por sua obssessão pela falecida esposa?
Arrasado, Patrick se levantou, tomou um banho gelado e tratou de cuidar da vida.
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.