- Eu não fiz isso. - Julieta o encarou diretamente, com os olhos vermelhos de tanto chorar. - Eu nunca pensei em ter relações sexuais com outra pessoa.- Então, por que você veio?Julieta respirou fundo, se esforçando para parecer menos abalada.- Sr. Francisco, a Srta. Mayara sempre se recusou a cooperar com meu trabalho e não consegui entrar em contato com a agente. Me restou apenas pedir ajuda ao Sr. Bryan.Francisco apertou seu queixo:- Isso é realmente só por causa do trabalho? Ou ele é o próximo patrocinador que você escolheu?Julieta sentiu dor com o aperto, mas não demonstrou.Ela sorriu para Francisco:- Tenho muitas opções de possíveis patrocinadores, teria que ser cega para escolher alguém assim.Os olhos de Francisco se inflamaram de raiva.Ele agarrou seu pulso, quase a ponto de quebrá-lo.Assim, arrastou ela para fora do restaurante e a empurrou para dentro do carro.O carro disparou como uma flecha.Francisco permaneceu em silêncio. Julieta também se manteve quieta.Nem

Julieta mantinha os cantos dos lábios firmemente cerrados.Não emitia resposta, mas era evidente seu sentimento de injustiça.Porém, essa sua sensação de injustiça não conseguia despertar nem um pingo de simpatia ou compaixão naquele homem.- Bryan já se aproveitou de você antes, você não percebeu ou simplesmente não se importou? - Francisco segurou sua nuca, forçando ela a levantar o rosto.Julieta repetiu sua defesa.- Eu não tinha alternativa, só me restou procurar o Sr. Bryan. Mayara não cooperava, a agente não respondia às ligações. O Sr. Francisco insistia em envolver Mayara, o que mais eu poderia fazer?Francisco a soltou de imediato:- Se o trabalho não pode ser concluído, então é melhor substituir a pessoa!- Sr. Francisco, por favor, compreenda que é Mayara que se recusa a cooperar com meu trabalho!Francisco soltou uma risada fria:- Por que ela cooperaria? Julieta, eu não te avisei para não provocá-la? Reflita sobre sua atitude em relação a ela durante todo esse tempo!Juli

Julieta não pôde negar que tinha reclamado.Na noite anterior, de fato, ela mencionou várias vezes para Francisco que procurou Bryan porque Mayara não cooperava.Ela apenas não esperava que Francisco fosse realmente ameaçar Mayara.Afinal, Mayara era seu primeiro amor, o qual ele jamais havia dito uma palavra dura.Talvez ele tenha agido assim apenas pelo bem do projeto.Mas, ainda assim, o coração de Julieta se agitou.Pequenas alegrias pulavam em seu peito e ela não conseguia contê-las.Refletindo melhor, ela se sentia bastante patética, por se sentir assim com qualquer pequena gentileza dele. Ela se agarrava, se contentando secretamente por longos períodos.Julieta não continuou a conversa com a agente.Ela reuniu seus pensamentos e começou a organizar os detalhes da filmagem, se comunicando com o fotógrafo e a equipe de produção.Quando terminou de coordenar, a maquiagem de Mayara também estava pronta.Mayara parou diante de Julieta, sorrindo levemente:- Francisco organizará uma r

Mayara se aproximou de Julieta com duas taças de vinho na mão.Julieta olhou para o vinho nas mãos dela e sabia o que viria a seguir. Sua têmpora começou a doer instantaneamente. Como esperado, no momento seguinte, Mayara estendeu uma das taças para Julieta.- Sra. Julieta, desculpe, meu comportamento pode ter causado atrasos no trabalho e talvez alguns mal-entendidos desnecessários. Estou aqui para me desculpar.Julieta olhou para o vinho à sua frente e levantou os olhos para encontrar o olhar de Mayara.- Não precisa se desculpar, atritos no trabalho são normais, desde que possamos nos comunicar, está tudo bem. Não preciso do vinho, não estou me sentindo muito bem ultimamente.Ela recusou a taça de vinho e continuou caminhando para fora, mas Mayara bloqueou seu caminho diretamente.- A Sra. Julieta realmente não está disposta a me perdoar? Por que não quer beber nem uma taça de vinho comigo?Julieta sorriu:- Srta. Mayara, como já disse, o que temos é apenas um atrito de trabalho.

Julieta pendurou sua bolsa no cabide e trocou os sapatos.- Fui passear no mercado noturno.- Acompanhada de quem?Julieta hesitou, mas optou por não ocultar a verdade.Diante da postura de Francisco, era provável que ele já suspeitasse de algo.- Sozinha. Apenas encontrei o advogado Heitor no caminho de volta e ele me ofereceu uma carona até em casa.Francisco a observou do sofá.- Um encontro por acaso?- Sim, por acaso.- Que coincidência.Ele soltou uma risada sarcástica e bateu no espaço ao seu lado no sofá.- Vem, senta aqui e conta mais sobre essa coincidência.Julieta sentiu a tensão no ar.A irritação de Francisco era palpável.Começou a explicar, com um tom amargo na voz:- Estava esperando um carro na rua quando ele passou e me ofereceu uma carona. Sr. Francisco, não sou tão encantadora a ponto de ter alguém à minha disposição com um simples telefonema.A expressão de Francisco escureceu, como se tinta preta a cobrisse.Ele riu de forma gelada:- Sra. Julieta, seria prudente