Semua Bab Ignorada: Sem Volta do Meu Coração: Bab 91 - Bab 100

Um mal que veio para o bem.Olhei novamente para Dante, que havia claramente me colocado contra a parede na reunião. Ele não sorriu nem demonstrou irritação. Permanecia com aquela expressão calma, como se nada tivesse acontecido.Já Liz, sentada ao lado dele, mantinha a cabeça baixa, parecendo abatida.Assim que a reunião terminou, fui direto para o banheiro. Lavei o rosto com água fria, tentando me livrar da fraqueza que ainda me consumia. Finalmente, senti minha mente clarear, mas, ao olhar para o reflexo no espelho, percebi que minhas costas estavam completamente encharcadas de suor. Entrei em uma das cabines para me recompor.Ao me lembrar da postura imponente de Dante há pouco na sala de reuniões, senti um desconforto crescer dentro de mim. Ele sempre falava em proteger a reputação do Hospital Dona Presidente, mas, naquele momento, parecia não se importar se eu errasse ou me envergonhasse na frente de todos.Ou talvez ele realmente acreditasse que eu tinha derrubado a garrafa de á

Dante realmente não tinha nem um pingo de respeito por mim.— Que tal se eu fizer isso? — Theo interveio ao perceber que eu não me movia.Eu não queria envolver mais ninguém, então peguei o celular de Liz e apontei a câmera para os dois, clicando no botão de disparo repetidamente.Em poucos segundos, vi Liz, que inicialmente estava sentada a uma distância considerável de Dante, se aproximar lentamente, até que seus ombros encostaram. A intimidade entre os dois parecia crescer a cada clique, e o sorriso de Liz ficava cada vez mais radiante.Quando terminei de tirar as fotos, devolvi o celular para Liz. Liz olhou para Dante e disse, com uma expressão cheia de emoção:— Essas fotos são memórias preciosas para mim. Vou guardá-las para sempre.Levantei-me sob o pretexto de querer sair um pouco. Pelo canto do olho, percebi Dante sorrindo de leve.Do lado de fora, no deque, o vento soprava forte e impiedoso. Ele cortava minha pele e invadia meu pescoço, quase arrancando lágrimas dos meus olho

Aquilo era um lembrete? Mas como eu poderia ser comparada a Dante?Ele saiu do avião com um carro exclusivo à sua espera. Já eu, uma funcionária comum da classe trabalhadora, que não podia revelar o título de Sra. Lima, tive que pegar fila com todos para conseguir um táxi. Claro que isso levou mais tempo.Pensei em justificar mentalmente, mas a verdade era que eu não tinha forças nem vontade de explicar.Talvez eu tivesse sido o vento forte que enfrentei no deque na noite anterior, mas minha cabeça estava pesada, como se carregasse uma tonelada.Assim que a comida chegou à mesa, Luna prontamente encheu uma tigela de sopa para Dante. Ela o cercava de perguntas e cuidados, em uma cena que exalava ternura de mãe e filho. Quanto a mim, era como se eu fosse invisível.Minha intenção era comer em silêncio e terminar logo aquela refeição. No entanto, no momento seguinte, um cheiro familiar de durian atingiu meu nariz. Uma onda de náusea tomou conta de mim, e não pude evitar alguns engasgos.L

Peguei um táxi e fui para o asilo onde meu pai estava.Já fazia um tempo que eu não aparecia por lá. Ao olhar para os cabelos grisalhos e o rosto envelhecido dele, meu coração ficou apertado."Se ele soubesse que o casamento que ele pediu de cabeça baixa acabaria assim, com certeza estaria se sentindo culpado e cheio de remorso.""Pai, talvez todos nós tenhamos errado. Não existe amor forçado."Passei a tarde cuidando do pai. Cortei suas unhas, ajeitei seu cabelo e fiz tudo que estava ao meu alcance. Quando terminei, o sol já estava se pondo. Arrumei os cobertores dele com cuidado, hesitando antes de sair do quarto.Antes de fechar a porta, olhei mais uma vez para o homem deitado na cama e prometi silenciosamente a mim mesma:"Quezia, você não vai se deixar abater tão facilmente."Com a cabeça cheia de pensamentos, nem percebi quando entrei no elevador. Foi só quando ouvi uma voz suave e familiar me cumprimentar que levantei o olhar. Para minha surpresa, vi o rosto conhecido de Bento.

Minhas palavras, confiantes e claras, deixaram o diretor de RH momentaneamente sem reação. Após uma breve pausa, ele continuou:— Ontem, no grupo do Hospital Dona Presidente, apareceu uma foto sua com o Dr. Theo, da anestesiologia do Hospital Nova Terra. O que tem a dizer sobre isso?Respondi com tranquilidade:— Sendo um evento de intercâmbio, eu, como representante do Hospital Dona Presidente, demonstrei nossa cordialidade e profissionalismo. Quanto à foto em que o Dr. Theo aparece me segurando, foi apenas porque o convés estava instável no momento. Ele, como um verdadeiro cavalheiro, me ofereceu apoio.Talvez meu olhar decidido tinha surtido efeito, pois o rosto do diretor já não parecia tão severo quanto quando entrei na sala.Depois de um breve silêncio, ele concluiu:— Volte ao trabalho. Vamos investigar esse caso com atenção.Eu não poderia estar mais satisfeita com isso.Mas, no fundo, me perguntava quem teria sido a alma maldosa que, anonimamente, enviou uma denúncia contra mi