Mal o assistente terminou de falar, desapareceu do lado de Augusto como se tivesse sido engolido pela terra, temendo que um segundo de demora permitisse a Margarida chamá-lo de volta.Margarida permaneceu ali com uma expressão sombria. Não esperava que o assistente de Augusto usasse contra ela a velha tática de criar fatos consumados.Se ele achava que assim ela não teria escolha senão obedecer, estava enganado!— Ainda assim, não vou com você ao médico. — Margarida encarou Augusto diretamente. — Você não é mais criança para precisar de companhia numa simples consulta. Além disso, eu não sou a Leonor. Se seu assistente quer tanto uma mulher para acompanhar você no tratamento, deveria ligar para sua quase noiva, não para mim.Claro que, com o assistente já longe, Margarida também não ligaria para Leonor.Conhecendo a personalidade obsessiva de Leonor, que já estava tramando contra ela para a exposição de arte, um telefonema de Margarida naquele momento só a deixaria ainda mais desequili
Margarida franziu o cenho e se virou para Eduarda, mas percebeu que um homem se aproximava apressado na direção dela, assumindo o controle da cadeira de rodas antes de se afastar rapidamente. Havia algo estranhamente familiar naquela silhueta.De repente, uma sensação desconfortável tomou conta de Margarida.Seu primeiro impulso foi segui-los discretamente.No entanto, uma figura elegante e imponente surgiu à sua frente, bloqueando sua passagem.Margarida parou surpresa e, ao erguer o olhar para identificar quem era, sua expressão endureceu num instante.Era Augusto.O destino parecia ter um senso de humor cruel, fazendo com que inimigos se cruzassem assim. Margarida não imaginava que uma visita espontânea ao hospital resultaria em tantos encontros indesejados.Pelo visto, Augusto também a encontrava por acaso. Estava acompanhado de seu assistente, mas seus olhos claros se fixavam apenas nela.— Por que você está no hospital? Aconteceu alguma coisa? — Perguntou ele.— Não aconteceu nad
— Não, não é nada disso. Ainda não estou grávida... — Margarida segurava a ficha médica, surpresa com a ousadia de Eduarda em espiar suas informações. Explicou constrangida. — Estou me preparando para engravidar. Vim consultar um obstetra hoje e pegar alguns medicamentos para regular meu organismo.— É sério? — Eduarda ficou atônita e, no momento seguinte, seu rosto acinzentado recuperou um pouco de cor. A dor em seu peito diminuiu. — Então você realmente não está grávida!Margarida confirmou com a cabeça. Não estava mentindo, mas a mudança drástica no comportamento de Eduarda a deixou intrigada.Afinal, Eduarda não havia dito que era fã do relacionamento dela com Vicente?Qualquer fã normal ficaria em êxtase ao saber que o casal que acompanhava estava planejando ter filhos. Por que Eduarda reagia como se o mundo estivesse desabando?Margarida soltou a cadeira de rodas instintivamente, um sinal de alerta acendendo em sua mente.— Srta. Eduarda, já que não precisa mais de minha ajuda pa
Durante toda a noite, Eduarda permaneceu desperta, agarrada ao celular numa tortura autoinfligida enquanto assistia às mesmas imagens repetidas vezes.O resultado daquela vigília foi que, no dia seguinte, seus sinais vitais voltaram a apresentar instabilidade.Após examiná-la, o médico particular decidiu levá-la de cadeira de rodas ao hospital do Grupo Almeida para uma avaliação mais detalhada. Embora a suíte do Hotel Luar contasse com alguns equipamentos médicos básicos, exames complexos como ressonância magnética só poderiam ser realizados no hospital.O que ela jamais imaginaria era que, ao chegar ao hospital, talvez por um capricho do destino, avistaria Margarida preenchendo sua ficha na recepção.Inventando rapidamente uma desculpa para dispensar o médico, Eduarda assumiu o controle da cadeira de rodas e se dirigiu em direção a Margarida....Agora, Eduarda encarava o rosto que havia observado durante toda a noite.Imaginava que, após passar horas fixada naquelas imagens, sentiria
— Me desculpa, foi sem querer...Margarida jamais imaginaria que, ao se virar naquele momento, acabaria trombando com alguém daquela forma.Embora tudo não passasse de um acidente pelo qual ela não tinha culpa alguma, quando percebeu que a garota estava numa cadeira de rodas, Margarida se apressou em pedir desculpas e se abaixou para recolher o cartão do convênio que havia caído no chão.Antes que pudesse alcançá-lo, uma mão pálida e delicada se adiantou, pressionando o cartão contra o piso antes de erguê-lo com cuidado.A jovem franzina examinou o nome e a foto impressos no cartão, ela ergueu o olhar enquanto perguntava com uma voz suave:— Margarida? Seu nome é mesmo Margarida, né? Já li várias matérias sobre você e seu marido Vicente na internet. Sou completamente fã do casal que vocês formam.A garota curvou os lábios num sorriso doce que irradiava uma bondade genuína.Margarida ficou surpresa por um instante, depois sentiu o rosto esquentar de constrangimento enquanto levava a mão
Aquilo já não era mais questão de intensidade, mas sim de vida ou morte.Margarida reuniu todas as forças que ainda lhe restavam para resistir ao peito sensual e suado de Vicente, enquanto seu corpo tremia sem controle sob aquelas carícias devastadoras.— Sr. Vicente, será que fiz algo que o deixou assim tão... intenso? — Ela conseguiu perguntar entre respirações entrecortadas.Margarida não estava sendo presunçosa ao pensar dessa forma. Se antes acreditava que Vicente talvez tivesse brigado com algum amigo e por isso andava de mau-humor, agora tinha certeza de que ela era a causa daquela mudança nele.Vicente piscou devagar, como se confirmasse seus pensamentos, e segurou a mão dela com delicadeza, entrelaçando seus dedos.— Estou com medo, Marga. Medo de que um dia você se canse de mim e me abandone.— Como assim? De onde veio essa ideia? — A pergunta a fez rir baixinho, sem conseguir entender a origem daquele receio. — Você não fez nada que me irritasse, e além disso, acredita mesmo