- Você não vai para a empresa? Eu te levo. - Carlos olhou para o relógio em seu pulso. - Vamos descer para tomar café da manhã.Ele se virou e desceu as escadas, e eu o segui em silêncio. Quando chegamos à sala de jantar, vi que o Sr. Mateus e a Sra. Oliveira já estavam lá, os dois me deram um leve sorriso quando me viram.Eu tomei a iniciativa. - Sr. Mateus, Sra. Oliveira, bom dia.- Bom dia, Samantha. Se sente e tome um café da manhã. Você está mais magra agora.Sra. Oliveira empurrou um monte de pães recém-casados em minha direção e sinalizou para o empregado aquecer o leite.O Sr. Mateus estava comendo macarrão e disse com preocupação:- Sim, coma um pouco de macarrão. É bom para o estômago.Na verdade, eu não estava com muita fome, mas por questões de saúde, eu me forçava a comer um pouco. Carlos se sentou ao meu lado e pegou um ovo cozido da mesa, começando a descascar ele para mim. Eu pensei para mim mesma, por favor, não faça isso de novo!- Coma, é uma boa fonte de proteína.
- O que foi? Quem mandou a mensagem? - Justo quando chegamos ao semáforo, Carlos parou o carro lentamente e se virou para me perguntar.Guardei o celular e respondi casualmente, como se nada estivesse acontecendo. - É uma mensagem da Mônica, não é nada.Mas Carlos apenas levantou levemente o canto dos lábios, seu sorriso parecia frio. - Ela te contou que o Hugo vai ficar noivo, não é?Fiquei surpresa. - Você já sabia?Carlos já tinha certeza de que Hugo e Nanda estariam noivos durante o casamento de Larissa, mas Hugo não confirmou naquele momento...- O que mais poderia ser? - Carlos desviou o olhar, olhando para a frente de forma indiferente. - Eu estava ciente disso antes de você. Ele estava destinado a viver de acordo com a vontade dos pais pelo resto de sua vida. No início, quando ele estava estudando medicina, isso aconteceu devido a uma chantagem que ele fez com os pais, ameaçando abandonar os estudos.Eu não fazia ideia de como o Hugo tinha lutado tanto para estudar medicina,
Até Hugo desaparecer completamente da vista, percebi que meus olhos estavam marejados. Carlos estendeu a mão e passou a ponta do dedo no canto do meu olho, disse em voz baixa: - Chorou?Eu afastei a mão dele, sacudindo a cabeça como se nada tivesse acontecido: - Não, não chorei.- Que bom, não gosto de te ver chorando por causa de outros homens. - Carlos recuou a mão, sua voz carregada de um tom de aviso. Eu reuni meus ânimos, respondendo indiferente: - Isso é liberdade minha, goste ou não, não interfere em mim.Carlos disse friamente: - Vamos, vamos para casa.Segui em silêncio atrás de Carlos, lá fora estava chovendo, o carro dele estava não muito longe. Com o guarda-chuva preto aberto, Carlos segurava a haste e inclinava levemente o guarda-chuva na minha direção. Eu não resisti, afinal, ser eu mesma quem ficaria resfriada se pegasse chuva.Depois que entrei no carro, falei novamente: - Carlos, não precisa mais me buscar. A partir de agora, vou pedir para o Montes me buscar o
Eu estava quase dormindo, satisfeita após aplicar uma máscara facial. De repente, um arrepio percorreu meu corpo, como se eu tivesse sido acordada inesperadamente. Carlos se levantou como se não fosse ele mesmo se aproximando de mim.- Vai deixar essa coisa no rosto a noite toda? - Carlos apontou para a máscara facial com a ponta do dedo.- Como você entrou aqui? - Perguntei, surpresa.- Vim pegar algo, sua porta não estava trancada. - Carlos jogou a máscara no lixo e procurou aleatoriamente em uma gaveta, pegando uma caixa de charutos cubanos. - Geralmente você é mais cuidadosa, mas hoje adormeceu sem trancar a porta. Seja mais atenta. - Ele disse isso com um sorriso sugestivo e saiu. Fiquei olhando para a porta fechada, me xingando mentalmente por ser tão descuidada. Quando achei que Carlos já estava no andar de baixo, fui trancar a porta.Pensei que estaria segura trancando a porta, mas no meio da noite, fui acordada pelo som de batidas acompanhado pela voz de Carlos: - Quem tra
- Vai se sentar na cama. - Eu disse com firmeza.Carlos, mal ouvindo minhas palavras, andou cambaleando até a cama e se sentou.- Você pode dormir aqui, eu vou para o quarto de hóspedes. - Peguei minhas roupas e disse a Carlos.- Não vá, fica comigo um pouco, por favor? - Carlos me chamou, o tigre normalmente imponente e frio se transformando de repente em um gatinho miserável. Ele segurava a cabeça. - Estou com uma dor de cabeça terrível, sinto vontade de vomitar.O vendo fazer essa cena de coitado, eu me senti desconfortável, incapaz de dar um passo para sair.Me vendo imóvel, Carlos desabou na cama, chutando as pantufas para longe.- Só tire minha camisa e a faixa antiderrapante, estou quase vomitando só de me mexer.Carlos me trocou para casa hoje, mal comer e já estava bebendo e jogando com o João. Ele ainda não trocou de roupa ou tomou banho.Eu poderia chamar os empregados para ajudar, mas Carlos estava meio bêbado, e eu tinha medo de que ele causasse problemas novamente.- Tudo
Meu coração deu um salto, uma sensação de extrema inquietação começou a emergir, até minha voz parecia diferente:- Diga.- Rastreei o celular dele, está em um depósito frigorífico abandonado. Carlos fez uma pausa, continuando: - Provavelmente ainda está lá.- Depósito frigorífico? Fiquei chocada, como o celular do Giuseppe poderia estar em um lugar assim, e ainda por cima em um depósito frigorífico abandonado.Carlos assentiu. - Sim, se você quiser chamar a polícia, é melhor fazer logo. Embora não possamos ter certeza se ele está lá dentro, é melhor prevenir.Sem precisar que Carlos dissesse, percebi que as coisas estavam ruins. Peguei meu celular imediatamente e liguei para a polícia. Consegui o endereço do depósito frigorífico abandonado com Carlos e o repassei para as autoridades.Depois de desligar a ligação, me senti inquieta, pronta para ir até lá verificar a situação. Mas Carlos se levantou e me deteve. - Eu vou com você.- Você bebeu. - Eu me apressei para colocar o casa
Num instante, senti um nó na garganta, lágrimas inundaram meus olhos, e mal conseguia falar.A foto no documento de identidade de Giuseppe era jovem e inocente, muito parecido com ele na época da faculdade, radiante e animado, mas ainda com uma aura juvenil.- Ele, como ele... - Consegui recuperar minha voz com dificuldade, mas estava tão confusa que não conseguia me expressar claramente.Carlos estendeu a mão e me abraçou para evitar que eu caísse no chão. Ele explicou: - O falecido é nosso amigo. Não conseguimos o contatar nos últimos dias, então decidimos o rastrear. Quem chamou a polícia também fomos nós.Um policial suspirou e comentou: - Um rapaz tão jovem. Ele tinha uma bolsa por perto, parecia que ia viajar, como ele acabou morto aqui?Carlos não respondeu. Enquanto isso, eu estava mergulhada em uma grande culpa e dor, tendo alucinações diante de mim.Vi Giuseppe se levantar e caminhar em minha direção, sorrindo para mim:- Samantha, por que está chorando?- Desculpe... Realm
Carlos se sentou ao lado da minha cama no hospital e ficou me olhando por um bom tempo antes de finalmente falar: - Os resultados da autópsia saíram. Giuseppe foi congelado vivo e ligou para você antes de morrer.Eu já estava chorando, mas ao ouvir as palavras de Carlos, não consegui evitar soluçar.- A área não tem câmeras de vigilância, e as câmeras no freezer também estão quebradas. A polícia suspeita que ele tenha atendido a uma ligação e ido até lá, pensando que o freezer estava abandonado, e acabou ficando preso lá dentro por acidente.Eu não acreditava em uma palavra do que Carlos dizia. Como Giuseppe poderia ser tão ingênuo a ponto de ir sozinho até um freezer abandonado nos arredores da cidade e, por curiosidade, acabar trancando a porta por dentro?Eu estava tão tomada pela tristeza que não conseguia articular uma palavra, mas sabia claramente que algo estava errado.- Foi a Celeste!Depois de um tempo, consegui me acalmar um pouco e continuei a falar com Carlos:- Ela forço