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Capítulo 8

Author: Algodão
O rosto de Igor mudou de expressão, mas ele ainda estava irritado por dentro, dizendo:

— Mãe, ela fez de propósito! Ela tem boca, não sabe perguntar?

— Igor, fomos nós que falhamos com sua irmã... — Disse Karen, com tristeza nos olhos, abrindo a boca como se quisesse dizer algo mais.

Talita abaixou o olhar, como se não tivesse visto nada. Ela não precisava de arrependimentos tardios, principalmente vindo deles. Era tudo fingimento, lágrimas de crocodilo.

— Vou para o meu quarto. — Sem mais palavras, Talita se virou e voltou para o quarto dos empregados.

Na manhã seguinte, Talita desceu e logo ouviu a voz aguda de Milena:

— Mana, dormiu bem ontem à noite? — Milena estava descendo as escadas e olhou diretamente para Talita. Em seus olhos, havia um brilho de malícia escancarada. — Pelo jeito, dormiu muito bem... É claro, mesmo sendo o quarto dos empregados, ainda é centenas de vezes melhor do que a cela da prisão, né?

Talita saiu do quarto e fechou a porta com calma. De fato, ela havia dormido bem, com total tranquilidade, por isso não tinha intenção de discutir com Milena logo cedo. Preferia usar aquele tempo para visitar o avô.

— Talita! Pare aí agora mesmo! — Milena correu atrás de Talita, irritada por estar sendo ignorada.

O olhar de Milena era cheio de veneno ao encarar as costas da irmã. “Três anos na prisão, e ainda assim ela teve a ousadia de voltar? Eu não vou permitir! Tudo da família Fortuna é meu!”

A voz de Milena, para Talita, não passava de latidos de cachorro. Ela só conseguia pensar na casa logo ao lado, onde morava a pessoa que mais queria ver.

Talita acelerou o passo até a porta, mas foi barrada por um dos empregados.

— Eu sou a Talita, e lá dentro está meu avô. Vocês têm certeza de que vão me impedir de entrar?

Ela tinha certeza de que os empregados sabiam quem ela era.

Eles se entreolharam, até que um respondeu:

— Srta. Talita, o Sr. Igor nos deu ordens. Sem a permissão dele, ninguém mais pode entrar.

Milena se aproximou e, com tom "compreensivo", explicou:

— Mana, o vovô está doente, por isso Igor pediu para ninguém incomodar ele. Os empregados só estão seguindo ordens, não procure problemas para eles.

Os empregados rapidamente completaram:

— Srta. Milena, você também veio visitar o Sr. Fábio? O Sr. Igor disse que, se fosse você, poderia entrar diretamente.

Milena sorriu de canto. Ela se aproximou de Talita e sussurrou, em tom baixo:

— Posso deixar você ver o vovô... Se você me prometer uma coisa.

— O que você quer? — Talita levantou o olhar, os olhos negros como um poço profundo, como se enxergassem direto a alma.

Milena desviou o olhar, desconcertada. Ao ver alguém se aproximando ao longe, aproveitou para se inclinar ainda mais e murmurar:

— Quero que você vá embora da família Fortuna e nunca mais volte.

Talita não ligava para a família Fortuna, mas o avô ainda estava ali, não tinha como simplesmente ir embora para sempre. Sem hesitar, ela quis abrir a boca para recusar.

— Ah! — Com um grito, Milena de repente se jogou para trás.

Talita, por reflexo, tentou segurá-la, estendendo a mão.

E naquele instante, ouviu um grito vindo de trás dela:

— Talita! O que você está fazendo?!

— Igor, não foi culpa da Tali... — Milena falou enquanto era amparada pelos empregados que correram ao local.

Igor olhou para Milena, ela estava pálida de susto e, sem nem esperar para se firmar em pé direito, já estava falando pela Talita. Mas Talita havia a empurrado, se comportando de maneira cruel.

— Ela te machuca de forma tão maldosa e ainda não tem culpa?! Talita, tem algo a dizer?

Igor lançou um olhar feroz para Talita e correu até Milena, perguntando com preocupação se ela estava machucada.

Milena mordeu os lábios, os olhos marejados ao murmurar:

— Mano, eu estou bem, não brigue com a Tali. A culpa é minha, eu entendo se ela me odeia...

Igor franziu a testa, frustrado com as palavras dela. Ele falou:

— Milena, você tem um coração bondoso demais! Isso não pode ficar assim. Talita, peça desculpas para a Milena.

Igor tinha uma expressão severa. Mesmo que Talita tivesse sido injustiçada, isso não tinha nada a ver com Milena, mas desde que voltou, Talita estava implicando com Milena o tempo todo. Ainda bem que Milena tinha um bom coração e não se rebaixava ao nível dela.

— Eu não empurrei ela. — Talita falou com calma, apenas relatando os fatos.

— Eu vi com meus próprios olhos! Vai continuar negando?! Talita, se não pedir desculpas, esqueça de ver o vovô! — A voz de Igor já era quase um rugido.

O olhar de Talita esfriou. Igor sabia o quanto ela se importava com o avô e estava usando isso como ameaça. Ela olhou fixamente para Igor, sentindo o coração se tornar ainda mais frio. Então aqueles eram os seus familiares de sangue.

Mas se o assunto era o avô que tanto a mimava, Talita estava disposta a ceder.

— O que estão fazendo todos aqui fora? — Soou a voz de Bruno, que se aproximava.

O vento da manhã era fresco, e ele, vestindo um sobretudo preto, parecia ainda mais alto e imponente.

— Bru! — Milena largou Igor e correu até Bruno, animada, com as bochechas levemente coradas. — Você veio procurar o Igor?

Igor percebeu o verdadeiro interesse nas palavras de Milena e riu, zombando:

— Bruno, tomara que você não tenha vindo por minha causa. Senão minha irmãzinha aqui vai ficar chateada.

— Igor! — Milena pisou no chão, envergonhada. — Desde que o Bru venha, eu fico feliz!

Igor olhou satisfeito para os dois. Ela era delicada e adorável, ele era alto e bonito, realmente combinavam bem.

Mas então pelo canto do olho, viu a Talita ali, e sua cara fechou imediatamente.

— O que você ainda está fazendo aqui?

Talita levantou os olhos e respondeu com firmeza:

— Quero ver meu avô.

— Hoje não dá. — Igor respondeu com impaciência.

— E quando vai dar?

Talita não queria desistir tão fácil. Se hoje não era possível, então e no dia seguinte? Ela precisava de uma resposta concreta.
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