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Capítulo 7

Author: Algodão
— Que trabalho? — Karen estava completamente confusa e olhou para Igor, intrigada.

Ele reagiu com fúria, quase rangendo os dentes:

— Ela é insaciável em suas ambições! Essa era uma oportunidade de trabalho que você conquistou com muito esforço. Por que teria que ceder para ela? Milena, você é boa demais, esse é o problema.

Igor então se lembrou do que Talita tinha dito, e um traço de culpa passou por seus olhos. Ele acrescentou:

— Ela não tem qualificação, a empresa não vai aceitar ela.

— Igor, eu não quero que a mana fique com raiva de mim. — Milena enxugava as lágrimas. — Não quero ver a mamãe triste. Talvez... Seja melhor eu ir embora.

Talita tinha acabado de chegar à sala de estar quando ouviu aquelas palavras doces e fingidas. Seu primeiro instinto foi perceber que vinha problema, e ela parou por um momento, ponderando se deveria ou não entrar.

— A Srta. Talita voltou!

O grito surpreso da empregada interrompeu seus pensamentos. "Ótimo, agora não tem mais como evitar."

Talita deu alguns passos e entrou. Karen, ao vê-la, se iluminou de alegria, exclamando:

— Tali, você voltou! Vem, vem comer.

Talita manteve o rosto neutro e apenas assentiu com a cabeça.

Igor, ao ver aquela frieza, sentiu a raiva voltar com força, questionando:

— Talita, você não acha que deveria nos dar uma explicação?

— Explicar o quê? — Talita levantou os olhos, com um olhar indiferente.

Igor se levantou bruscamente, reclamando:

— Você fez isso de propósito, não foi? Só porque a Milena não cedeu a vaga de trabalho para você?

Talita ficou confusa. "Como ele chegou a essa conclusão?"

— Não.

Igor não acreditou nem por um segundo, e com os olhos cheios de raiva, continuou a falar:

— Não pense que não percebi, você fez de propósito! Talita, o que você quer afinal? Desde que voltou, só trouxe confusão para dentro de casa. Se eu soubesse que seria assim, nunca teria ido te buscar!

O riso leve da garota soou de repente. Talita ergueu o olhar, e seus olhos transbordavam sarcasmo.

— Sr. Igor, que memória curta a sua. Fui eu que pedi para você me buscar? E você realmente chegou a me buscar?

As duas perguntas fizeram o rosto de Igor escurecer ainda mais.

— Tali... — Karen interveio, repreendendo Igor com a voz baixa. — Igor, sua irmã acabou de voltar hoje. Não pode falar com ela com mais carinho?

— E ela? Com essa atitude, parece que quer conversar direito com a gente? — Igor fuzilava Talita com os olhos.

Se não fosse pelo avô, Talita realmente não queria perder tempo discutindo com Igor por bobagens.

— Já que o Sr. Igor não quer conversar, vou subir para o quarto. — Ela se levantou e se virou para sair.

— Tali, seu irmão não quis dizer isso...

Karen a segurou pelo braço, lançando um olhar reprovador para Igor.

Ela era uma mulher extremamente gentil, nunca repreendia severamente os filhos. Quando Talita voltou, se sentiu profundamente tocada pela doçura da mãe biológica, ela era tão gentil e linda.

Mas, infelizmente, aquela doçura dela escolhia destinatários.

— Sra. Karen, estou cansada. Gostaria de descansar. — Talita soltou educadamente a mão de Karen, ainda com o rosto impassível.

Afinal, estava na casa dos outros,Talita manteve um mínimo de cortesia.

Os olhos de Karen ficaram ligeiramente vermelhos, mas ela forçou um sorriso:

— Tali, você não jantou, né? Coma alguma coisa antes de descansar.

— Não, obrigada.

Talita realmente não estava com fome. Seu corpo já havia se acostumado a comer apenas uma vez por dia.

— Mãe, se ela quer comer ou não, o problema é dela. Está fazendo essa cara para quem? — Igor resmungou com desprezo.

Milena, ao ver o olhar reprovador da mãe para Igor, desviou os olhos com um leve brilho maligno.

— Mana, quando eu e o Igor saímos à tarde, não te vimos. Pensamos que já tinha voltado. — Ela hesitou por um instante, como se não aguentasse mais guardar aquilo, e pediu com voz chorosa. — Tali, eu sei que você não gosta de mim, mas da próxima vez que voltar tarde, avisa a mamãe, está bem? Ela ficou muito preocupada com você.

Karen olhou para Milena com os olhos cheios de emoção. O olhar entre mãe e filha era bem caloroso.

Talita observava a cena e só conseguia achar ridículo.

— Acho que não vai dar. — Sua voz era fria. — Afinal, não consigo ligar para vocês.

Desde que foi presa, seu número havia sido bloqueado.

Karen empalideceu na hora, abrindo a boca de leve para perguntar:

— Como não consegue?

— Por que eu conseguiria? — Talita levantou os olhos, o tom era tranquilo. — Sra. Karen, seu celular ainda tem o número que eu usava há três anos?

Karen estava prestes a dizer que sim, que nunca apagou o número da Tali, mas Milena a interrompeu de repente:

— Mana, uma vez eu derrubei o celular da mamãe e quebrei sem querer. Talvez, durante o conserto, seu número tenha sido apagado sem querer. Foi culpa minha. Por favor, não culpe a mamãe.

Karen imediatamente demonstrou afeto e a defendeu:

— Milena, foi só um acidente. Era só um celular, como isso seria culpa sua?

Igor, obviamente, não suportava ver Milena sendo culpada, então ele retrucou com raiva:

— Talita, o que estamos discutindo é o fato de você ter voltado tarde. Mesmo que não conseguisse ligar, não podia ter voltado mais cedo?

Uma sombra de irritação passou pelos olhos de Talita. Já não queria mais discutir com eles. Sua voz permaneceu calma:

— Acho que não podia. Vim a pé, e leva tempo.

Karen ficou chocada, exclamando:

— Veio a pé? Tali, por que você não veio diri...

A palavra "dirigindo" engasgou. Três anos atrás, quando Talita foi presa no lugar de Milena, havia acabado de completar dezoito anos, nem teve chance de tirar carteira de motorista.

Igor também pensou nisso e franziu a testa, dizendo:

— A nossa casa tem motorista, não tem?

Mas ele também parou por aí. De repente se deu conta: Talita talvez nem soubesse como entrar em contato com o motorista. Ela não era tão familiarizada com aquela casa. Depois de três anos fora, ela era quase uma estranha.
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