Mateus imediatamente levantou a mão para enxugar as lágrimas de Sabrina.— Pequena, que tal isso, o tio compra um novo para você, tá bem?Sabrina balançou a cabeça.— Eu não quero... Só quero esse que a mamãe me deu.Era a primeira vez que Mateus tentava consolar uma criança, e ele estava visivelmente perdido, sem saber o que fazer.— Pequena, então onde está a sua mamãe? Eu vou procurar por ela agora mesmo.Sabrina respondeu com a voz embargada:— A minha mamãe não está aqui.Mateus ficou sem opções.— Pequena, vem cá. O tio te leva para encontrar a sua mamãe e o seu papai.Mateus pegou-a no colo. A menininha era bem leve, e ele segurou-a com firmeza nos braços.Sabrina olhou para Mateus. As lágrimas foram cessando aos poucos. Ela achou aquele tio muito bonito, e ele a segurava bem alto, mais alto até do que o papai Nilo costumava fazer.— Pequena, se a sua mamãe não está aqui, e o seu papai? Você não saiu sozinha, não é?Sabrina respondeu:— Tio, eu não saí sozinha.Nesse momento, Sa
Mateus chegou a Monteluz. Três anos haviam se passado desde a última vez que estivera ali, e seus traços, já naturalmente marcantes, estavam ainda mais definidos, como se fossem esculpidos à mão. O terno feito sob medida delineava perfeitamente sua cintura firme e atlética. Caminhava com passos seguros pelo saguão, exalando uma aura imponente de um verdadeiro líder nato, que atraía olhares curiosos e repetidos de quem passava.O secretário Félix o seguia de perto, relatando em voz baixa:— Presidente Mateus, já verificamos tudo. Não há nenhuma informação sobre a Srta. Emilly aqui. A Srta. Emilly não está em Monteluz.Mateus se aproximou da enorme janela de vidro que ia do chão ao teto.— Nestes três anos, eu passei por muitas cidades, estive em tantos lugares... Tudo procurando pela Emilly. Mas é como se ela tivesse desaparecido do mundo. Por mais que eu procure, eu não consigo encontrá-la.Três anos atrás, Emilly havia partido com Nilo em seu carro de luxo, e desde então, nunca mais v
— Ainda não decidi.Nilo tirou um convite do bolso.— Não espere mais, Emilly. Amanhã partimos. Vai acontecer um baile de gala em Coração do Vale, que reunirá os cem nomes mais ricos da lista de milionários da Forbes. Todos os convidados serão figuras influentes e poderosas. Este é o seu convite.Emilly pegou o convite e o abriu. Dentro, estava escrito o nome em inglês de Emelia.— A grande chefe por trás do maior conglomerado farmacêutico do mundo, o Centro São Remédio, Emelia, estará presente no baile de gala. Essa notícia já se espalhou. A sua presença será o brilho mais deslumbrante dessa noite de luxo e ostentação. Aproveite essa oportunidade para ir a Coração do Vale, Emilly.Emelia era o nome falso de Emilly, e ela era, de fato, a dona oculta do Centro São Remédio.Emilly não recusou, mas olhou para o lado, onde Sabrina estava desenhando com a ajuda de uma funcionária.— Mas, se eu for para Coração do Vale, o que vai ser da Sabrina? Ela nunca ficou longe de mim desde que nasceu.
Três anos depois.Monteluz.Na imensa mansão, Emilly estava deitada na cama. Seus longos cílios caíam suavemente, enquanto o rostinho do tamanho de uma palma exibia uma pele delicada como porcelana, branca com um leve tom rosado, despertando em quem a observasse uma vontade quase irresistível de mordê-la.As cortinas douradas caíam suavemente até o chão, e o sol quente do lado de fora atravessava o tecido, preenchendo o quarto com uma luz morna e acolhedora.Nesse instante, com o leve rangido da porta se abrindo, uma menininha correu para dentro do quarto e subiu na cama. Ela aproximou o rostinho do rosto de Emilly e lhe deu um beijo estalado na bochecha, falando com a voz doce e infantil:— Toc toc! O beijinho da Sabrina chegou. Mamãe, acorda!Sabrina tinha três anos. Três anos atrás, Emilly havia retornado a Monteluz e dado à luz sua filha, Sabrina.Vestida com um vestidinho rosa de princesa, Sabrina era como uma boneca feita à mão: com grandes olhos brilhantes, ela havia herdado por
— Desde pequena, tenho problemas no coração. Sou uma pessoa incompleta. Depois de tanto tempo, finalmente encontrei meu pai, mas ele não me ama. Só me restou recorrer a meios desprezíveis para tentar conquistar o amor dele!Monique chorava copiosamente, profundamente magoada.Eduardo olhava para Monique com um olhar cheio de sentimentos contraditórios.— Monique, na verdade, você não precisava fazer isso. A culpa é toda minha. Foi o papai que não prestou atenção aos seus sentimentos...— Papai, ficamos tantos anos separados... Eu pensei que, depois de nos reencontrarmos, você fosse me tratar bem, que me amaria incondicionalmente, só a mim. Mas fui ingênua. Minha mãe já faleceu há muito tempo... Agora eu quero ir até ela, contar-lhe que meu pai nunca me amou de verdade!Ao mencionar a mãe, Eduardo sentiu uma dor aguda no peito. Seu olhar, antes firme e distante, começou a suavizar, ganhando traços de ternura. Ele se aproximou.— Monique, me desculpa. A culpa é toda minha. Me dá mais uma
Emilly olhou para Eduardo.— Por que a Maria morreu de repente? Por que ela bateu a cabeça na parede assim, do nada?Eduardo respondeu:— Eu também não sei ao certo.Olhando para o corpo sem vida de Maria, Emilly sentiu uma tristeza apertar-lhe o peito. Apesar de Maria nunca ter demonstrado carinho de mãe, e até mesmo tê-la machucado diversas vezes, Emilly jamais havia desejado sua morte.Seus olhos claros começaram a se avermelhar e a se encher de lágrimas, que logo caíram em grandes gotas.Nesse momento, a voz do mordomo soou do lado de fora:— Sr. Eduardo, aconteceu uma coisa! É algo grave!Eduardo se virou para o mordomo:— O que foi que aconteceu?— Sr. Eduardo, a Srta. Monique desapareceu repentinamente."O quê? A Monique sumiu?!"Eduardo correu imediatamente para fora. Entrou no quarto de Monique, que estava vazio. Não havia sinal dela em lugar nenhum.— Monique! Monique! — Eduardo se virou para o mordomo. — Quando foi que ela desapareceu?— Sr. Eduardo, há pouco a empregada foi