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Capítulo 15
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Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 165
O que mantinha Isadora de pé até hoje nunca foi amor; era raiva, frustração, tudo aquilo que a consumia por dentro. Ela simplesmente não conseguia aceitar que quem destruiu a vida da filha estivesse vivendo bem, como se nada tivesse acontecido. Ver os dois desfilando felizes era insuportável.Se tudo aquilo passasse impune, então o que Aline significava? O que ela mesma significava?Com o olhar firme, quase teimoso, ela encarou Rafael:— Você vai me ajudar, não vai?No fundo, Isadora sabia que não devia se apoiar nele. Mas, às vezes, estar sozinha era cruel demais.Rafael apertou sua mão com suavidade.— Vou ajudar, sim. Mas, mais do que isso, eu queria ver você bem.Ele não queria vê-la afundar nesse turbilhão de mágoas. Seu maior medo era que ela se perdesse nesse desejo de vingança e acabasse destruída também.Isadora sorriu de leve e afagou Peki, que dormia tranquilo em seu colo.— Prometi para a minha Aline que ia seguir em frente. E eu vou.Rafael suspirou fundo, resignado, e deu
Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 164
Ela sabia muito bem que Tereza tinha vindo com Olavo de propósito. Queria provocar, só isso. Mas Isadora nem se importou. Para ela, as duas já nem jogavam o mesmo jogo. Tereza ainda se apegava a homem. Isadora, agora, só queria dinheiro. E queria ver Olavo pagar caro, sofrer como ela sofreu!— Não pense que esse seu teatrinho vai te salvar, Isadora!— Se você não conseguir fechar esse projeto, quero ver sair envergonhada do Grupo Carvalho!Pela primeira vez, Olavo deixou a frieza de lado. Diante de todos, expôs seu rancor, sua raiva. O autocontrole se perdeu. Os punhos cerrados, o maxilar travado — já não era mais o mesmo homem elegante e inatingível de sempre.Mas, mesmo que caísse morto ali, isso não mudaria nada para Isadora.Ela apenas deu de ombros, segurando Peki com firmeza, e respondeu com calma:— Sr. Olavo, antes de cobrar os outros, olhe para si mesmo.E saiu, firme, sem olhar para trás.Assim que ela passou pela porta, a tensão dominou o ambiente. Até os funcionários da c
Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 163
Rafael sorriu para Isadora com uma doçura que a deixou surpresa. Ele tinha acabado de vê-la se levantar como uma verdadeira guerreira — e não escondia a admiração.Isadora franziu levemente a testa, hesitando por um segundo, e perguntou:— Você não acha que fui barraqueira?Ele ergueu a sobrancelha:— Barraqueira? Ficar calada enquanto é humilhada na frente da sua própria casa? Isso não é ser educada, é ser submissa!Foi direto ao ponto. Essa conversa de elegância e boas maneiras não funcionava com gente como Tereza. Quando a pessoa não tem vergonha na cara, o único argumento que funciona é ser firme.As palavras dele bateram fundo. O nariz de Isadora até ficou meio vermelho.Durante anos, toda vez que ela levantava um pouco a voz, Olavo a repreendia: dizia que ela não tinha postura, que não parecia alguém da família Carvalho. Mas afinal, o que era ser alguém “dessa família”? Isadora, no fundo, nunca entendeu.Agora? Ela nem queria mais entender. Porque aquela família não era mais dela
Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 162
Isadora perdeu o sorriso, segurou Peki com carinho no colo, e olhou com desdém para quem havia falado:— Você devia estar trabalhando agora, não aqui na minha casa. O que você está fazendo aqui?Tereza respondeu, puxando de leve a blusa, revelando as marcas deixadas por Olavo:— Olavo bebeu demais ontem, eu cuidei dele a noite toda. Ele ficou com pena de mim e disse que eu podia folgar hoje.Isadora, que já tinha sido mãe, não precisava de explicações para entender o que aquilo significava.Antes, ver essas marcas a teria deixado arrasada, mas agora? Para ela, era só lixo.— Já que ontem à noite você cansou de gemer, por que não ficou descansando em vez de vir até aqui?— Quer passar o dia inteiro gemendo aqui? Desculpa, mas eu não tenho essa capacidade.Isadora encarou Tereza de cima a baixo, soltando palavras afiadas, sem medo de provocar.Aquele casal safado já tinha ultrapassado todos os limites — ela não ia se segurar agora.Tereza claramente não esperava ouvir isso de uma mulher
Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 161
Olavo massageava as têmporas com visível exaustão. Entre a ressaca e o cansaço, ele definitivamente não estava no seu melhor.— Não foi isso que eu quis dizer. Para de pensar besteira.Assim que notou sua expressão abatida, Tereza se aproximou e, com os dedos finos, começou a fazer movimentos suaves nas têmporas dele.— Você está muito sobrecarregado, né? Assim melhora um pouquinho?— Acho melhor não ir trabalhar hoje. A empresa está tranquila, sem nada urgente. Fica em casa, descansa... preparo um caldinho bem gostoso para você, que tal?Ela se aninhou no peito dele, fofa e dengosa, igual uma gatinha carente.Com aquele jeitinho doce e acolhedor, era difícil dizer não. Olavo, envolvido por aquele cuidado calculado, relaxou os ombros e deixou o braço cair naturalmente sobre os ombros dela.— Só você mesmo, Tereza... só você consegue me fazer respirar em paz.Mesmo sem ouvir isso, ela já sabia. Se não tivesse essa habilidade, não teria permanecido ao lado dele por tantos anos.Tereza su
Brindou a Outra, Enterrei o Passado Capítulo 160
Isadora sabia que nunca teria força para enfrentar Olavo, mas só de pensar em qualquer contato íntimo com ele, já sentia enjoo. Era uma repulsa crua.As lágrimas escorreram sem que ela conseguisse segurar. Olhando fixo para ele, disse em voz firme:— Eu te odeio!Aquela frase, dita com tanta dor e tanta verdade, paralisou Olavo. Ele ficou ali, estático, ainda sobre ela, encarando aquelas lágrimas e aquele ódio escancarado. Pela primeira vez na vida, sentiu um pânico que não sabia explicar.Ele murmurou, com a voz rouca:— Você... não era isso que queria?— Some daqui!Isadora gritou com todo o ódio que ainda conseguia reunir. Nos olhos dela, não havia espaço para medo, só desprezo.O peito de Olavo doeu de um jeito estranho. Instintivamente, estendeu a mão e tocou o rosto dela. A pele gelada, molhada de lágrimas, o fez recuar. Em silêncio, saiu às pressas.Assim que a porta bateu, Isadora desabou na cama, chorando alto, sem se importar mais com nada.Maria entrou no quarto quase que im
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