No momento em que Luana Tavares perdeu o bebê, Henrique Ribeiro estava comemorando o retorno de Bianca Monteiro ao país. Três anos ao lado dele—cuidando, se dedicando, sendo parceira—no fim, pra ele, Luana era só uma empregada e cozinheira dentro de casa. Ela se cansou, perdeu a esperança, e decidiu se divorciar. No círculo deles, todo mundo sabia: Luana era famosa por ser igual chiclete, difícil de desgrudar. — Eu aposto que em um dia a Luana volta correndo. — Um dia? Meio dia já é máximo. — Disse Henrique. Assim que assinou o divórcio, Luana decidiu: nunca mais olhar pra trás. Se jogou na nova vida, correu atrás da carreira deixada de lado, se ocupou em conhecer gente nova. Dia após dia, Henrique já não via nem sombra dela em casa. Quando o desespero bateu, numa conferência, Henrique finalmente a viu—ela estava cercada de gente, diferente de antes. Ele foi direto: — Luana, até quando você vai continuar com essa palhaçada?! Dante Siqueira entrou na frente, empurrou Henrique com frieza: — Não encosta na sua cunhada. Henrique nunca amou Luana. E, quando finalmente aprendeu a amar, ela já não tinha mais espaço pra ele.
Voir plusDante, tudo bem, ela não ousava provocar.Mas Luana, aos olhos de Júlia, não passava da empregada do irmão, fazia tudo o que mandavam e ainda tentava agradar todo mundo. Agora, justo ela resolveu desobedecer? Que raiva!Álvaro pediu ao mordomo que servisse vinho.— Vovô, meu estômago anda ruim, não vou beber. — Disse Henrique.Álvaro não insistiu e olhou para Dante.Dante não recusou.— Três anos sem nos vermos. — Álvaro olhou para Dante com evidente carinho e perguntou o que ele andou fazendo fora do país.Dante respondeu de maneira direta, mas sem faltar aos detalhes.O avô escutava e concordando com a cabeça. No rosto sério, até apareceu um sorriso, dava pra ver que ele estava realmente feliz com a volta do Dante.Recém-recuperado da gripe, mas, animado, resolveu aproveitar e beber um pouco mais.Cada vez que o avô levantava a taça, Dante acompanhava na mesma medida.E toda vez que brindavam, Dante mantinha a taça mais baixa que a do avô, num gesto de respeito.O laço dos dois era
Os pais de Henrique não vieram hoje.Com Dante ali, era certo que haveria confusão, então evitaram, o que até foi bom.O lugar ao lado de Dante ficou reservado para o velho Sr. Ribeiro.Luana olhou para Júlia, que a encarava com ódio.Deu vontade de rir. Ter que jantar com quem você teme… talvez esse fosse o único sofrimento real que Júlia já teve na vida.No fundo, Júlia era muito sortuda.Enquanto pensava nisso, o velho Sr. Ribeiro entrou na sala.Os netos se levantaram um a um.Álvaro tinha setenta e três anos. O rosto ainda guardava traços da antiga beleza, o corpo ereto, sem sinais de curvatura apesar da idade.Quando era jovem, tinha fama de homem duro, quase militar. Agora, mais velho, ficou mais brando, principalmente com os netos, que não o temiam tanto quanto os filhos.Assim que viu o avô, Júlia se aliviou:— Vovô, ouvi do mordomo que o senhor não andou bem esses dias. Por que só avisou quando já estava melhor? Se estiver doente, não pode esconder da gente.— Era só uma grip
Hoje, Henrique também usava aliança.Mas era o modelo de casal com Bianca.A maioria das alianças masculinas é parecida, só quem olha com atenção percebe a diferença. Ninguém sabia se a de Henrique era realmente a de casamento.Luana não ficou presa a isso. Entrou na sala principal.Pelo biombo, ela viu Dante sentado numa cadeira de madeira maciça, tomando chá preparado por uma das funcionárias.Mesmo com a movimentação dos outros, ele nem levantou a cabeça.Parecia envolto numa barreira invisível, isolando todos ao redor.Henrique e Júlia já tinham aquela postura de quem não se importava com os outros, mas Luana achava que Dante era ainda mais frio e inacessível do que os dois irmãos juntos.De todo jeito, o jeito deles não era mais problema dela.Luana só precisava cumprir seu papel.Sentou-se em silêncio no lugar mais distante de Dante.Henrique, porém, sentou-se ao lado dela.Normalmente, ele ficava bem longe.Hoje, preferiu sentar perto a ter que dividir espaço com Dante.Luana ac
Henrique quase nunca puxava esse tipo de assunto.Provavelmente só tinha comentado porque tinha visto o carro de Dante.Entre casais comuns, essa pergunta até poderia ser vista como um pequeno ciúme, capaz de até criar certa cumplicidade.Mas não era o caso deles.Se o assunto envolvia Dante Siqueira, era sempre por causa do próprio Dante.Para Henrique, esse irmão mais velho, apenas um mês mais velho que ele, era um tabu, um assunto proibido.Nesses últimos anos, com Dante morando fora do país, Henrique nunca mencionava o nome dele.Foi só durante um jantar de família que Luana acabou ouvindo, através do sogro, alguns motivos.O pai deles tinha o hábito de comparar os dois filhos.Deixava claro que gostava mais do mais velho.Mesmo quando Henrique assumiu a presidência do Grupo Ribeiro e fez um bom trabalho, o pai ainda achava que ele não chegava aos pés de Dante.Com toda a posição que tinha hoje, Henrique ainda não tinha o respeito do pai. Dá pra imaginar o quanto ele deve ter ouvid
Como de costume, à tarde, Luana recebeu uma mensagem de Henrique no Instagram.“Cinco e meia, me espera ao pé da montanha.”A casa antiga da família ficava numa colina, nos arredores da cidade, onde o ar era puro.Sempre que iam pra lá, Henrique mandava Luana esperar no ponto de ônibus ao pé da montanha. Ele passava de carro, pegava ela e seguiam juntos.Era o mais prático para Henrique. Mas exigia um desvio a mais no caminho, por isso, ele sempre reclamava e pedia pra Luana ir até lá sozinha esperar.Era por volta das cinco e vinte da tarde, Luana chegou dez minutos adiantada no ponto de ônibus.Chovia sem parar desde manhã. Como estavam perto da serra, o clima estava mais frio que no centro. Já era quase noite, o vento batia forte e o frio aumentava.Dez minutos se passaram. As mãos e os pés de Luana já estavam congelando, mas o carro de Henrique não aparecia.Não tinha opção, só podia continuar esperando.Depois de uns cinco minutos, um par de faróis atravessou o nevoeiro da noite e
— Você não acha meio falta de respeito com ela?— Se ela quer me ver, certeza que tem algum interesse por trás. É normal esse jogo de sondar um ao outro. — Lorena continuou: — Pela minha experiência de anos de networking, gente que não revela o nome, ou é igual você, realmente poderosa, ou só tá bancando o misterioso. Aposto que é só pose.Nesses embates de trabalho, Lorena sempre tinha mais cancha. Luana só respondeu concordando, deixando pra resolver depois.Lorena ainda tinha compromisso à noite, então só deu uma passada para conhecer o novo apê da amiga antes de ir embora.O motorista já esperava no portão do condomínio.Luana desceu pra se despedir, e, antes de entrar no carro, Lorena falou:— Olha só pra você, casa própria, carro, dinheiro guardado, uma carreira que ama… Sua vida tá só começando. Eu boto fé, Luana. No futuro a gente vai ficar milionária juntas, pode apostar!A frase parecia trivial, mas pegou Luana em cheio. Ela ficou dois segundos em silêncio e, mais séria do qu
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