Olavo a fitava, o olhar gélido, sem piscar:— Me explica. Por que transferiu tanto dinheiro para o Almir?Tereza, em pânico, balançou a cabeça, as lágrimas escorrendo sem controle:— Não é isso, Olavo! Deixa eu explicar... não é como você está pensando.Ele respondeu, frio:— Ótimo. Te dou essa chance. Então fala, o que está realmente acontecendo?Tereza desabou, caiu de joelhos diante dele, chorando em puro desespero:— Eu errei, eu admito! Mandei dinheiro para o Almir, mas só queria ajudar... só queria que tivesse uma vida melhor.Olavo soltou um riso sarcástico:— Uma vida melhor? Então você achou certo lavar dinheiro com meu dinheiro? É isso que sou para você, Tereza? Um caixa eletrônico?Ela gritou entre soluços:— Não, não é isso! Eu não queria que ele sofresse, Olavo! Ele é tudo que me resta da minha família. Eu não podia simplesmente virar as costas.— E para isso vale tudo? Até cometer crime?Olavo rugiu, a voz ecoando pelo quarto, fazendo Tereza estremecer.Ela chorava mais f
Mas, por trás dos olhos de Olavo, um traço quase imperceptível de dúvida surgiu.Tereza percebeu e, em pânico, começou a chorar ainda mais:— Olavo, você também não acredita em mim? Acha que sou uma mentirosa?Olavo se apressou em negar:— Não, claro que não! Eu só... só não consigo entender como o Almir pôde fazer algo assim.Tereza soluçava, quase sem ar:— O Almir... ele nunca faria isso. Ele sempre foi obediente! Deve ser coisa da Isadora, só pode ser ela tentando acabar conosco!O cenho de Olavo se contraiu ao ouvir o nome de Isadora, o que só aumentou sua irritação.Disse, num tom áspero:— Chega de chorar. Vou resolver isso. Você precisa descansar.Sem esperar resposta, se levantou e saiu da ala.Tereza acompanhou sua saída com um olhar sombrio, as unhas cravadas na palma da mão.De volta ao escritório, Marcos o esperava com uma pasta em mãos:— Sr. Olavo, este é o relatório financeiro recente da empresa do Almir, com detalhes das movimentações.Olavo pegou a pasta e começou a f
No escritório de Almir, a tensão era palpável.Almir andava de um lado para o outro, inquieto:— Mana, não é bom... a empresa parece que está sendo investigada!Tereza manteve a calma:— Por que se preocupar? Investigam, investigam... e daí?— Mas... e se descobrirem algo?A voz dele tremeu.— Descobrir o quê? Aquelas contas... eu já limpei tudo — Disse Tereza, com tom sereno, mas um leve sinal de nervosismo passou por seus olhos.Almir pegou o celular e começou a ligar:— Não! Não! Preciso transferir o dinheiro agora!Antes, ele queria que Olavo lhe desse participação para movimentar a empresa fantasma. Agora que finalmente havia uma oportunidade, não queria desperdiçar.Na sala de monitoramento, Zyan olhava as telas com um sorriso frio nos lábios:— O peixe mordeu a isca.Um subordinado informou:— Senhor, Almir começou a transferir os fundos.Zyan bateu os dedos na mesa:— Fiquem de olho. Cada movimento, cada centavo, registrem tudo.A mídia reagiu como tubarões farejando sangue.No
No escritório do Grupo Carvalho, Olavo folheava os papéis com expressão impassível, desprezando os boatos externos.Disse, com tom de deboche, como se fosse apenas uma piada:— A empresa do Almir está sendo investigada? Que absurdo.O assistente hesitou, querendo falar, mas parou.— Mais alguma coisa?Olavo ergueu os olhos, com uma ponta de impaciência.O assistente engoliu em seco, finalmente falou:— Sr. Olavo, fora daqui, estão dizendo que o órgão regulador financeiro realmente iniciou uma investigação sobre a empresa do Almir.Olavo franziu levemente a testa e deixou os papéis sobre a mesa:— Apenas boatos, não é confiável.Mesmo assim, Olavo já sentia uma pontinha de dúvida.No silêncio da noite, Olavo estava sozinho no escritório. Os dedos percorriam a tela do celular, onde aparecia uma foto de Tereza, com sorriso doce e olhar inocente.— Tereza... — Murmurou, com voz suave, mas levemente abalado por uma ponta de vulnerabilidade.O celular vibrou. Uma mensagem de Isadora apareceu
No Grupo Freitas, em uma sala de reuniões reservada,Isadora estava sentada com elegância no sofá. À sua frente, estavam alguns dos principais parceiros comerciais do Grupo Freitas.Ela disse, com voz calma, mas carregada de uma sutileza fria que poucos percebiam:— Senhores, a empresa passou por alguns problemas recentemente, imagino que já tenham ouvido falar.Um dos parceiros franziu a testa:— Sra. Isadora, aquelas notícias na internet... são verdadeiras? Almir realmente está armando contra você?Isadora sorriu levemente, com voz firme:— Verdade e mentira se misturam. Vocês são profissionais do mercado; sabem que nem tudo que se vê é a verdade.Outro parceiro tentou sondar:— Quer dizer, Sra. Isadora que...Ela ergueu a xícara de café, dando um gole leve, o olhar enigmático:— A situação financeira da empresa do Almir não anda muito boa. Vale a pena ficar atentos.No escritório do Grupo Carvalho, Olavo atirou os papéis sobre a mesa, gritando:— Inúteis! Todos inúteis! Auditoria fe
— É... é o vídeo do Almir transferindo o dinheiro roubado. Já se espalhou pela internet, dizem... dizem que ele é o verdadeiro culpado, armando contra a Isadora.A voz de Marcos foi diminuindo até quase sumir.Olavo afastou Marcos com um empurrão, pegou o celular e abriu a página. Manchetes pipocavam por toda a tela:“Reviravolta chocante! Almir transferindo criptomoedas na lan-house, armadilha contra Isadora comprovada!”“Caso do ‘sequestro’ de Tereza dá nova reviravolta, o verdadeiro culpado é o irmão da vítima!”“Presidente do Grupo Carvalho enganado, Isadora injustamente acusada, rivalidade entre famílias ricas se intensifica!”O rosto de Olavo empalideceu, os dedos tremiam enquanto clicava no vídeo. Na tela, Almir, na lan-house, sorrateiro, operando o computador, com registros de transações em criptomoeda ao lado.— Impossível! Isso não pode ser! — Rugiu Olavo, atirando o celular contra a parede. O vidro estourou em pedaços.Na ala VIP do hospital, Tereza se aconchegava no peito d