Capítulo 6

Fernando não escondeu e acenou com a cabeça, surpreso ao ver que o Vice-Diretor Pedro tinha algum conhecimento.

Leandro, parecendo um idiota, perguntou ao pai: — Pai, o que é essa tal de acupuntura? Eu não vejo nada de mais.

A expressão de Pedro imediatamente escureceu, desejando dar um tapa na cara do filho inútil.

— Você é um idiota! Cale a boca! Você não tem vergonha?

— A acupuntura é uma técnica médica, uma habilidade lendária.

— Dizem que alguns médicos antigos, que vivem afastados do mundo, podem usar essa técnica para tirar a vida de alguém instantaneamente, bloquear os vasos sanguíneos e salvar ou matar em um único pensamento...

Neve tinha conhecimento real e, quando Fernando começou a agir, ela ficou impressionada.

Esse homem que Mariana sustentava tinha, sem dúvida, habilidades médicas verdadeiras.

Mas não sabia por que um especialista como ele era mal interpretado como um "gigolô".

O tempo de tratamento não foi longo; dez minutos depois, a transfusão foi concluída.

Fernando fez o curativo na ferida da paciente, limpando tudo cuidadosamente, e instruiu para não incomodar a criança enquanto ela descansava, então saiu da sala de emergência.

Neve correu atrás dele: — Dr. Fernando, por favor, espere um momento.

Fernando se virou e olhou para ela: — Há algo mais?

Neve, após a transfusão, estava um pouco pálida e disse seriamente: — Na verdade, eu só queria agradecer aos amigos do Hospital Primeiro.

— Se não fosse por vocês, a Cici poderia realmente estar morta.

Ela fez um sinal e os agradecimentos que sua secretária havia preparado foram imediatamente entregues.

Os enfermeiras e médicos que ajudaram Fernando ficaram surpresos ao receber os presentes.

Porque a generosidade da Família Sofia era notável.

E todos sabiam que tudo isso era devido ao mérito de Fernando!

— Senhorita Sofia, você é muito gentil. Salvar vidas é o dever dos médicos; como poderíamos aceitar sua gratidão?

Nesse momento, Leandro e seu pai se aproximaram, com expressões de seriedade.

Particularmente Leandro, que tentava esconder sua satisfação, como se o sucesso do salvamento fosse por causa dele.

— Desculpe, eu queria agradecer ao Dr. Fernando e à sua equipe. Não tem nada a ver com vocês dois!

Neve disse de forma indiferente, fazendo o sorriso no rosto de Leandro e de seu pai congelar, como se tivessem sido jogados com água fria.

Neve os ignorou e, com seriedade, retirou um cartão dourado, entregando a Fernando.

— Dr. Fernando, este é o nosso agradecimento especial da Família Sofia. Por favor, aceite.

Fernando ainda não havia respondido.

Leandro, respirando pesadamente, correu até eles, fixando os olhos no cartão dourado.

— Senhorita Sofia, esse é o cartão exclusivo da Família Sofia, não é?

— Como você pode dar isso a esse fracassado? Se for para dar, deveria ser ao meu pai ou a mim! Meu pai é o vice-diretor do Hospital Primeiro; se alguém merece, deveria ser ele...

Neve não conseguiu mais se conter e disse friamente: — Chame os seguranças e faça-o se afastar.

Dois seguranças imediatamente avançaram e agarraram o cabelo de Leandro, arrastando-o brutalmente, ignorando seus gritos.

Pedro, ao ver isso, não se atreveu a ficar bravo com Neve e apenas olhou para Fernando com uma expressão sombria: — Fernando, sua habilidade médica é boa, mas espero que você entenda que, sem o hospital, você não é nada.

Fernando não aceitou o cartão dourado de Neve.

Ele nunca teve o hábito de aceitar presentes de pacientes, mesmo que aquele cartão representasse a Família Sofia, algo que faria muitos em Cidade A ficarem invejosos.

— Senhorita, esse Dr. Fernando não está tentando aplicar a famosa técnica de "pegar e soltar" em você, está?

A secretária não pôde deixar de perguntar, pois nunca tinha visto alguém que não se sentisse atraído pelo cartão dourado da Família Sofia.

Particularmente porque o cartão havia sido entregue pessoalmente por Neve, o que tornava a situação ainda mais especial.

Neve balançou a cabeça, pensativa: — Não parece, dá para ver que ele realmente não está interessado.

— Mas, pensando bem, se ele realmente tentasse me "pegar e soltar", não seria tão ruim...

No final da frase, ela sorriu sedutoramente, sem saber o que estava pensando.

A secretária fez uma careta, mas não levou as palavras dela a sério.

A nobre da Família Sofia era incomparável em beleza, e em Cidade A, havia poucas pessoas que poderiam atraí-la.

Esse Dr. Fernando, embora bonito e habilidoso, era apenas um médico...

Logo, chegou o horário de saída, e Fernando terminou seu trabalho e deixou o Hospital Primeiro.

Assim que chegou à porta, um Maserati rosa parou ao seu lado.

A janela desceu, revelando um rosto deslumbrante.

— Dr. Fernando, que coincidência! Nós nos encontramos novamente.

Fernando acenou: — Olá, Senhorita Sofia.

Neve sorriu: — Minha Cici, de qualquer forma, quer agradecer pessoalmente a você por salvar sua vida. Justamente esta noite, haverá uma festa de arrecadação de fundos no Orfanato da Cidade do Sul. Dr. Fernando, seria uma honra se você pudesse nos acompanhar.

Fernando estava prestes a recusar, mas ao ouvir que era no Orfanato da Cidade do Sul, entrou no carro.

— Assim sendo, agradeço, Senhorita Sofia. Também preciso ir ao Orfanato da Cidade do Sul.

Neve ficou surpresa: — Dr. Fernando, você também foi convidado para esta noite?

Fernando balançou a cabeça: — Eu, um simples médico, não tenho esse privilégio. Apenas conheço algumas crianças e os diretores do orfanato, então vou dar uma olhada.

Neve não fez mais perguntas, pensando que, naquela noite, as pessoas que iriam ao Orfanato da Cidade do Sul eram todas figuras proeminentes de Cidade A.

Alguém como Dr. Fernando, com sua posição, provavelmente não teria acesso a esse tipo de evento.

De repente, dois SUVs aceleraram e cercaram o Maserati.

A expressão de Neve mudou, e ela estava prestes a acelerar.

O SUV da frente fez uma parada brusca, bloqueando o Maserati na frente e atrás.

Seguiram-se sete ou oito homens que desceram dos carros, e o líder, um homem com cicatriz no rosto, subiu no capô do Maserati e sorriu para Neve: — Senhorita Sofia, por favor, desça do carro.

Neve não entrou em pânico, mas respondeu friamente: — Quem são vocês? Sabem as consequências de mexer com a Família Sofia?

O homem com cicatriz sorriu desdenhosamente: — Justamente porque sabemos que você é a filha da Família Sofia, é que decidimos agir.

— Não se preocupe, Senhorita Sofia, não vamos machucar você, mas você provavelmente não poderá ir ao Orfanato da Cidade do Sul esta noite.

Neve imediatamente percebeu que esses eram os concorrentes da noite, tentando sabotá-la.

— Dr. Fernando, Cici, fiquem tranquilos. Esses idiotas não sabem o que estão fazendo. Vou ligar para a minha família.

Ao ver Neve ligar, o homem com cicatriz ficou com uma expressão sombria e acenou com a mão: — Quebrem a porta do carro!

Dois homens imediatamente pegaram um martelo e foram para o carro, claramente preparados.

Neve ficou nervosa; mesmo que ligasse agora, os seguranças de sua família provavelmente não chegariam a tempo.

— Senhorita Sofia, não perca tempo. É melhor cooperar com a gente.

O homem com cicatriz riu, parecendo que já tinha tudo sob controle.

Nesse momento, a porta do Maserati, que estava trancada, se abriu.

Fernando saiu do carro.

— Dr. Fernando, não desça! É perigoso!

Neve gritou apressadamente, esquecendo até de ligar.

O homem com cicatriz riu: — Senhorita Sofia, seu "gigolô" não é nada corajoso. Ele se rendeu antes mesmo que meus homens fizessem algo. É um verdadeiro fraco.

Neve suspirou resignada e desligou a chamada: — Está certo, eu, a Família Sofia, abro mão da festa de arrecadação de fundos no orfanato esta noite.

— Não machuquem o Dr. Fernando; ele é apenas um estranho e não tem nada a ver com nossas desavenças.

Nesse momento, Fernando falou:

— A criança no carro é minha paciente. Vocês já a assustaram. Agora, darei a vocês dez segundos para desaparecer.