Logan desligou o motor do carro quando chegamos à beira de um mirante dando para ver toda a cidade. Desligou os faróis e respirou fundo.
- A noite é ainda mais bonito. – Disse ao abrir a porta.
Ele caminhou até a frente do carro se recostando no para-choque de braços cruzados. Soltei meus cabelos, observei seus passos até que tomei coragem e fiz companhia a ele.
Conseguíamos ver alguns pontos de luzes da cidade, de longe era tudo tão pequeno e calmo. Ouvi o cantar de algumas cigarras, as luzes de alguns vaga-lumes e o barulho dos sapos.
Como eu amava a natureza, isso me fez relembrar das noites na mansão.
Uma pequena claridade invadiu o quarto, com dificuldade e cansaço consegui abrir os olhos com a mão sob eles para que pudesse enxergar melhor. O barulho da festa do dia anterior havia cessado, pela janela, o sol forte batia pegando bem em meu rosto. - Quem está aí? – Perguntei sonolenta, duas sombras entraram no quarto rindo e segurando-se uma na outra para não cair. - Alysson? – Outra voz segurou uma risada, com certeza estavam bêbadas. Vi Carrie e Beck caírem em suas camas apagando logo em seguida, Alysson não estava com elas, talvez tivesse tido uma noite melhor que a minha.&
Logan me olhou de forma estranha, talvez por eu estar bebendo algo que odiava. Mas esse não foi o foco da conversa. - Tudo bem. – Balançou a cabeça como se me ver tomando café estourasse seus miolos. – Encontrei a pasta. Realmente está em nome de Mason. - É da minha família? – Perguntei esperançosa. - Não sei. – Meu semblante de esperança desapareceu. – Não tive tempo de ver, peguei antes que alguém desconfiasse, o escritório não vai abrir pelos próximos três dias por causa do feriado, então teremos tempo de analisar com cuidado. Irei me certificar que Mason não saiba desse meu pequeno furto.
- Tia Ben? – Refiz sua pergunta. – Carter... – Lembrei do sobrenome. – Margo Bennet Carter é sua tia? – Dei um passo para trás. - Sim. – Dei outro passo tropeçando nas caixas. - E não me contou? Como pôde deixar eu me aproximar de você sabendo quem Bennet representa em minha vida? – Perguntei. - E o que Bennet é em sua vida? – Perguntou confuso ao se aproximar. - É a dona do orfanato. – Falei ríspida. - Orfanato? Nancy, por que nunca me disse que estava em um orfanato? – Pisq
Vi Logan correr pela cozinha de um lado para o outro, coloquei as mãos nos bolsos da calça jeans seguindo seus passos. - O que está fazendo? – Perguntei com a voz brincalhona. - Voltou. – Não parecia uma pergunta, mas sua voz era diferente. - Estava falando com Luan. – Por mais que Logan parecia ser amigo de Luan, quando eu dizia seu nome, ele transparecia certa irritação, ou será que fosse... – Está com ciúmes? – Acusei me aproximando do balcão da cozinha. Debrucei-me diante dele, senti o gelo da pedra em meus braços. - Ciúmes? Por que eu teria
Não dissemos nada sobre o ocorrido de mais cedo, depois que havia recuperado um pouco da minha dignidade, consegui ir tomar um banho. Infelizmente não conseguia decifrar as expressões de Logan, mas eu acreditava que para realmente termos algo, ele deveria conhecer sobre seus próprios sentimentos. - Até a pessoa mais forte, tem seus momentos de fraqueza. – Logan pegou uma xícara e colocou diante de mim, acrescentou chá fresco e voltou seus olhos a mim, como se pudesse ler minha mente, respondendo minha única pergunta daquele momento. - Como? – Perguntei confusa. Logan era tão estranho quanto eu. Logan r
Logan saiu para comprar comida, me deixou com Luan arrumando nossa bagunça, já que iriamos embora na manhã seguinte. Por obra do acaso, Luan precisou cuidar de sua mãe que estava doente e parecia ter piorado com o frio. - Tem certeza que não precisa de ajuda? – Perguntei preocupada. – Sem contar que não há nada a se fazer aqui. – Corri rapidamente meus olhos pela cozinha. - Absoluta. – Luan riu me fazendo retribuir o sorriso. - Qualquer coisa estarei aqui. – Coloquei a vassoura no canto da cozinha e o pano dentro da pia ao terminar de limpar a bancada. – Também não tenho pra ond
A noite terminou quase tranquila, tirando o fato de eu quase ter amputado meu braço e sentir dor a noite toda. Tentei me concentrar na fatia de pizza que comia, mas ver Logan sempre de terno e de repente sem camisa era uma total confusão. - Vai comer o último pedaço? – Logan perguntou me trazendo de volta. - Não mesmo. – Meu estômago estava explodindo de tão cheio, que nem consegui terminar de comer meu pedaço o jogando no prato. Anos sem comer pizza e quando como, acabo desperdiçando. - Acho melhor ir dormir, não aguento m
Acordando atrasada como sempre, o dia seguinte se iniciou da mesma maneira que se iniciava todas as manhãs. Corri para o trabalho deixando Alysson desmaiada em sua cama. Cochichos pararam quando me aproximei dos grupinhos de fofocas e mais olhares intimidantes estavam sobre mim. Droga! Meu pesadelo estava apenas começando. - Nancy? – Virei dando de cara com Dayse, a peituda/ruiva/recepcionista que não tinha o melhor dos olhares para mim. – Adam quer vê-la em sua sala imediatamente. Ela baixou os olhos, não fez piada como sempre, apenas v