Eu não queria borrar a maquiagem, segurei as lágrimas. — Meu pai não morreu por minha causa, foi por sua causa!— Ele deixou os remédios da vovó na estante, e você, distraída, jogou fora. Você prometeu comprar outro, mas saiu com amigos e esqueceu.— Naquela noite, a vovó teve uma crise cardíaca, meu pai não conseguiu falar com você e correu até a farmácia. No caminho, um carro desgovernado...Minha mãe olhou para mim incrédula. — Mentira! Impossível! Foi você quem matou seu pai!Falei firme: — Até quando vai se enganar? Por que acha que a vovó não te recebeu depois de tantos anos? Porque você é covarde, não assume seus erros, sempre culpa os outros.— Mas jamais imaginei que você inventaria algo para justificar seu erro, me culpando e me odiando.— Mãe, sou mesmo sua filha?Sua expressão ficou pálida, ela caiu em prantos. — Desculpa, desculpa... foi tudo minha culpa...João também implorou. — Cecília, nós erramos, por favor nos perdoe.— Volte para casa, seu vestido e nossa casa estão
Seu rosto ficou pálido, como se tivesse levado um golpe. Curvado, parecia destruído.— Não pode ser verdade. Você não desistiria de mim.— Deve estar mentindo! Não acredito!Ele começou a gritar, descontrolado.Os seguranças da entrada o seguraram, imobilizando-o.Não senti pena.Para mim, ele era passado.Depois, soube por Luíza que João processou Sarah, acusando-a de fraude e apropriação.Mesmo grávida, ele não cedeu.Sarah implorou à minha mãe por ajuda, mas após João expor a verdade, minha mãe enxergou a real Sarah e a expulsou de casa.Sarah, desesperada, atacou minha mãe com uma faca.Felizmente, um empregado apareceu. A faca atingiu a mão dela, sem ferir gravemente.O empregado, vendo minha mãe em pânico, xingou Sarah e chorou, chamando por mim.Sarah acabou caindo e perdendo o bebê.Mas tudo isso para mim era mera fofoca.Logo, chegou o dia do meu casamento com Afonso.Ele voltou com o vestido de noiva, lindo e deslumbrante.Sem que eu soubesse, preparou meticulosamente o casam
Eu, Afonso e Luíza conversamos um pouco na saída do bar.Luíza queria pegar um táxi.Ela disse que não queria atrapalhar nosso momento.Mas ela tinha bebido, estava tarde, eu não estava tranquila.Então, fomos deixá-la em casa.Depois que ela partiu, o carro ficou só com Afonso e eu.O ambiente fechado, a atmosfera romântica.A temperatura só subia.Minha cabeça, já tonta pelo álcool, ficou mais pesada.Afonso se aproximou lentamente.Mordi os lábios, envergonhada sem saber o que fazer.— Cecília, Cecília...Seu hálito me envolveu, seus lábios quentes tocaram meu rosto, cheios de carinho e amor.Me senti tão nervosa que minhas mãos suavam.Meu coração batia desenfreado.— Tenho medo de estar sonhando, e quando acordar, descobrir que tudo era falso.Ele encostou a testa na minha.Pude sentir seu medo e tristeza.Instintivamente, acariciei seu cabelo, tranquilizando-o. — Não se preocupe, não é um sonho. Estou aqui, não vou te deixar.Ele relaxou, me abraçando ainda mais forte.Afonso vol
Então, alguém me segurou, afastando o bêbado com um chute.Olhei para trás.Era Afonso Silva, inesperadamente.— Com qual mão você encostou nela? Ou foram ambas?Afonso estreitou os olhos perigosamente.O bêbado parecia um homem morto sob seu olhar.Com o grito do bêbado, Afonso pisou em sua mão.O bêbado implorou e pediu desculpas.Afonso disse friamente. — Saia!Sempre conheci Afonso como um jovem gentil. Nunca o vi bravo.Foi a primeira vez que o vi irritado.Após o bêbado sair, Afonso apertou meu rosto. — Ainda bem que cheguei a tempo. Não quero que minha noiva se machuque.A palavra ‘noiva’ fez meu coração disparar.— Uau! Você é o Afonso Silva? Quando voltou? — Luíza, que eu ajudei a levantar, começou a perguntar a Afonso.Afonso pacientemente respondeu: — Cheguei uma hora atrás. E voltei porque...Ele me olhou com carinho. — Porque senti falta da minha noiva.— Noiva!? — Luíza ficou chocada.Ela se aproximou. — Cecília, você aceitou casar com ele?— Cecília, conte para Luíza.
Ri da cara de pau dos dois.— Pedir desculpas? Sonha!Meu carro chegou.Entrei e fui embora sem olhar para trás.Nos dias seguintes, sem pessoas e problemas para me incomodar, vivi tranquila.Mas minha mãe me mandou uma mensagem.[Cecília, hoje é meu aniversário, venha. Não queria que viesse, mas Sarah pediu por você. Quando a vir, agradeça.]Obviamente, não esqueci o aniversário dela.Mas não vou mais, como antes, preparar a festa e o presente, garantindo que tudo seja perfeito.E não vou voltar.Aquele não é mais meu lar, nem ela minha mãe.Perto do almoço, enquanto saboreava uma refeição deliciosa.Como eu não aparecia, minha mãe me mandou outra mensagem, [Por que ainda não veio? João já está aqui, e você, minha filha, não. Vão rir de mim. Nem te culpo por não preparar a festa este ano, mas ainda está chateada pelo tapa? Não pode aprender com a Sarah, ser gentil e generosa?]Ri sarcasticamente.Isso não parece algo que uma mãe diria?Estragou meu apetite.Coloquei-a na lista de bloq
Sarah rapidamente se ajoelhou e explicou.— Mamãe, me desculpe, não foi de propósito... Desculpe, mamãe, se a Cecília não me perdoar, então eu devo morrer!Sarah chorou tristemente.— Sarah, não...Antes que ela terminasse, minha mãe me deu um tapa no rosto.— Basta!— Não passam de cinzas. O seu papai está morto. As cinzas valem mais do que uma pessoa viva?— Se continuar incomodando Sarah, pode ir embora!Aquele tapa eliminou qualquer sentimento restante que eu tinha por ela.Assim é melhor.Posso partir sem nenhum arrependimento.Sem olhar para minha mãe surpresa, limpei o sangue do canto da boca e subi as escadas.Se minha mãe acha que sou um incômodo.Se Sarah tomou meu quarto.Em vez de ficar onde não sou bem-vinda, é melhor ir embora.Arrumei algumas roupas.Deixei para trás tanto os presentes da minha mãe quanto os de João.Queimei todas as fotos com eles.Se vou embora, que seja de forma limpa.Desci com a mala enquanto minha mãe passava pomada em Sarah.Ela me olhou friamente