Meu Noivo, o Futuro Pai do Filho da Minha Irmã

Três meses antes do casamento, meu namorado postou no Instagram a certidão de casamento dele com minha irmã adotiva, junto com fotos da barriga de grávida dela.

A legenda dizia:

[Finalmente demos as boas-vindas ao nosso pequeno, dentro da lei.]

Minha irmã comentou com um emoji de vergonha.

Minha mãe até curtiu e escreveu:

[Quando o bebê nascer, eu cuido dele para vocês aproveitarem o romance de vocês.]

Não aguentei e comentei um ponto de interrogação.

No mesmo instante, fui bombardeada com mensagens furiosas dele:

[É só um casamento de um ano pra ajudar ela! Depois que o bebê nascer, eu volto pra você, pra que tanta pressa?]

[Não seja egoísta! Minha mãe já disse que só vamos nos casar de verdade depois que você me der um filho homem. Por isso é melhor fazer a festa primeiro!]

Respondi com um [Tá bom.]

Depois, apaguei todas as postagens relacionadas a ele e publiquei uma nova:

[A festa de casamento está mantida... mas falta um noivo. Alguém se habilita?]

--

João Silva, meu namorado, foi o primeiro a responder:

[Cecília Costa, você ficou louca? Eu só estou me casando com ela de brincadeira. Você precisa mesmo me provocar dessa forma? Não pense que um post no Instagram vai me deixar com ciúmes. É ridículo. Estou avisando, não cause problemas e não dificulte as coisas para a Sarah.]

Sarah Gomes logo comentou também:

[João só quer que nosso filho nasça legalmente. Não vou tirar o João de você. Quando você se casar com ele, meu filho também pode te chamar de mãe.]

Minha mãe então disse diretamente:

[Você é muito imatura. Você nem terá que passar pelo sofrimento de ter um filho, e a Sarah está te ajudando, você deveria agradecer.]

Havia várias outras mensagens apoiando João:

[Vocês e a Sarah são irmãs. Não importa com quem João se casa, vocês são uma família. Ele pode passar segunda, quarta e sexta com a Sarah, e terça, quinta e sábado com você! Assim, ele descansa no domingo, senão ele vai ter problemas de coluna!]

Todos estavam fazendo piadas e rindo.

Fiquei atônita por um tempo, com lágrimas amargas se acumulando nos meus olhos.

As lágrimas continuaram até não poderem ser contidas, escorrendo pelo meu queixo até a tela do celular.

Claramente, eles estavam errados.

Mas eles tiveram a ousadia de me culpar.

Que piada.

Essas pessoas não valem a minha tristeza.

Limpei as lágrimas com força e, em meio aos comentários caóticos, vi um que se destacou.

Era de Afonso Silva:

[Posso ser seu noivo?]

Afonso e eu crescemos juntos.

Depois de nos formarmos na faculdade, eu fiquei na Capital, enquanto ele decidiu estudar no exterior.

Quando comecei a namorar João na faculdade, ele se afastou de mim, e já faz um bom tempo que não nos falamos.

Enquanto eu pensava, Afonso me ligou.

— Cecília, gosto de você há muito tempo.

— Você sabe que nunca gostei da sua irmã adotiva, então não terei nenhum envolvimento com ela, nem tenho amigos problemáticos. Esses anos todos, me concentrei na carreira, sem nenhuma ex-namorada.

Enquanto ele falava, recebi um contrato.

Ao abri-lo, vi que era a transferência de todos os seus bens e ações.

Surpresa, ouvi Afonso falar timidamente.

— Cecília, esta é toda a minha sinceridade. Você me daria uma chance?

Meu coração se apertou.

Lembrei-me de quando éramos crianças, e o professor deu duas balas das quais ele gostava muito.

Mesmo com vontade de comer, ele guardou ambas para mim.

Ele sempre foi sincero comigo.

Com a voz embargada, respondi:

— Eu aceito.

O amor é intangível. Tentei agarrá-lo, mas fui ferida profundamente.

Eu pensei...

Que estaria bem sozinha.

Mas o desejo da minha avó, em seu leito de morte, era me ver casada e segura, com alguém para me apoiar.

João não merece.

Mas se o noivo for Afonso, tenho certeza de que ela ficaria tranquila.

Afonso soou cheio de alegria.

— Vou resolver tudo e, em duas semanas, volto para me casar com você.

— Cecília, você vai me esperar e não vai mudar de ideia, certo?

Sua voz tinha um tom de leve mágoa, e eu me lembrei da promessa de infância de ser sua noiva quando crescesse.

Eu concordei.

Uma vontade de chorar me invadiu.

— Afonso, está combinado.