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Capítulo 2

Author: Lua de Junho
No meio-dia seguinte, saí do quarto envolta em minhas roupas rasgadas.

Exatamente neste momento, vi Isabela entrando no quarto de Rafael com uma tigela de mingau, seu pescoço ainda exibindo uma marca vermelha.

Ela olhou para mim, seus olhos percorrendo meu corpo de cima a baixo com um sorriso provocador.

— Sra. Sofia, para onde corre com tanta pressa?

Ela se postou diante de mim, queixo levemente erguido.

— Por acaso fez algo vergonhoso? Afinal, seduzir um homem que poderia ser seu pai por riqueza e status... seria bastante ridículo se isso se tornasse público.

Ergui meus olhos para encará-la.

— Está descrevendo a si mesma?

Isabela soltou um riso desdenhoso.

— Sra. Sofia, não tente ser sarcástica. Não se compara a mim. Eu vou me casar com Rafael, enquanto você não passa de uma mera aquecedora de cama.

Ajustei minhas roupas com cuidado.

Aquecedora de cama? Na vida anterior, Henrique de fato contratara alguém para esse papel, pagando generosamente depois para evitar escândalos.

Mas esta vida era diferente - eu garantiria meu objetivo. Se consegui conceber o filho de Rafael antes, certamente conceberia de Henrique desta vez.

Meus olhos pousaram na tigela que Isabela carregava.

— Então a Sra. Isabela deve apressar-se em servir o Jovem Senhor.

Estava prestes a me retirar quando, pelo canto do olho, vi Rafael se aproximar.

Ele envolveu Isabela com um braço, puxando-a para um abraço íntimo.

— Isabela, depois de tão cansada ontem à noite, por que não dormiu mais comigo?

Isabela fez um beiço com seus lábios inchados.

— Preciso ir ao meu trabalho de meio período. Não posso ficar sempre com você.

Então ela olhou diretamente para mim.

— A Sra. Sofia parece ter bastante tempo livre. Como a invejo.

Rafael soltou um comentário desdenhoso:

— Ela não é nada.

Em seguida, voltou-se para Isabela:

— Querida, abandone esses trabalhos insignificantes. Você me pertence agora.

Seu olhar então se voltou para mim, carregado de frieza.

— Foi você quem mandou buscar Isabela ontem à noite? Foi inteligente... Mas lembre-se bem de sua posição. Não almeje o que não te pertence.

Sua voz gelada trespassou meu coração, fazendo-me sentir como uma completa tola.

Afinal, não há como esconder verdadeiros sentimentos.

Na vida passada, Rafael me salvara de sofrer bullying. Eu me apaixonara secretamente por ele, sempre procurando sua companhia. Após me formar, cheguei a trabalhar como governanta na Família Costa, apenas para ficar perto dele.

Perguntei-lhe se realmente queria se casar comigo.

Ele claramente assentira, dizendo:

— Claro que eu quero. Cuide bem do nosso bebê.

Mas assim que assumiu o controle total da Família Costa, sua paciência se esgotou.

Hipocrisia era a palavra que melhor definia Rafael!

— Eu sei — Respondi com naturalidade.

Nesta vida, com Isabela "salvando" a situação, seria interessante ver se esses dois realmente envelheceriam juntos.

Estava prestes a me retirar quando Rafael repentinamente bloqueou meu caminho.

Seus olhos fixaram-se em meu braço, onde marcas vermelhas de agarramentos ainda eram visíveis.

— Quem fez isso? — Perguntou ele, agarrando meu braço com força.

— É tão incapaz de ficar sem homem? Nem por um único dia consegue se controlar?

Seu aperto era doloroso, e minhas roupas rasgadas se abriram ainda mais. Usei a outra mão para tentar cobrir-me.

Suportando a dor, olhei para ele com desprezo.

— Jovem Senhor, solte-me imediatamente!

Seu rosto avermelhou de raiva, e seu aperto se tornou ainda mais forte.

— Foi com o guarda da casa? — Seus olhos queimavam de ódio. — É tão desesperada assim?

Estava prestes a respondê-lo quando o grito de Isabela ecoou:

— Ai, que quente!

Rafael imediatamente me empurrou e correu para ela.

Isabela estava agachada, a tigela de mingau derramada no chão, segurando seu braço enquanto soluçava.

— Está doendo tanto...

Rafael a levantou e a envolveu em seus braços.

Isabela apoiou o queixo em seu ombro, agarrando-se a ele enquanto me lançava um olhar de vitória.

Na vida anterior, além de seduzir Rafael, Isabela mantinha relações com vários homens mais velhos, tudo para conseguir casar-se com riqueza.

Quando Rafael se casou comigo, ela se tornou amante de um velho milionário, indo até mesmo para o exterior para lhe dar um filho. Lá, sofria constantes abusos até que, incapaz de suportar mais, matou o velho e cometeu suicídio.

Rafael sempre acreditou que ela tinha morrido por amor a ele.

Olhando-me no espelho, senti uma estranha sensação em meu abdômen.

Em breve seria mãe... e o herdeiro da Família Costa não precisaria necessariamente ser Rafael.

Soltei uma risada baixa, meus olhos completamente vazios de alegria.
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