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Capítulo 3

Author: Lua de Junho
Henrique levantou-se após o incidente e arrumou suas coisas para ir à filial. Antes de partir, inclinou-se e sussurrou em meu ouvido:

— Espere por mim. Quando voltar, darei uma solução.

Não perguntei que solução seria.

Quando ele soubesse que estava grávida de seu filho, certamente se casaria comigo.

Mas esses poucos dias tornaram-se extremamente difíceis de suportar.

O que eu e Isabela dissemos foi ouvido por várias babás. Elas acharam que eu havia seduzido Rafael.

Então ele reuniu todos e declarou:

— Minha futura esposa só pode ser Isabela. Quando a virem, tratem-na como se estivessem vendo a mim mesmo.

Os cochichos começaram imediatamente:

— Ei, vocês sabem o que aconteceu com a Sra. Sofia?

— Ouvi dizer que ela ficou com aquele guarda! Sendo a governanta, não cuida de si mesma e faz esse tipo de coisa durante o horário de trabalho!

— Pois é! E ainda dizem que é uma estudiosa! Na minha opinião, é pior que os animais da nossa fazenda!

Como ninguém vira eu entrar no quarto de Henrique, começaram a inventar histórias e se reunir para fofocar.

Rafael ouviu tudo com o rosto sombrio e depois saiu.

As babás, querendo causar boa impressão na futura patroa, começaram a desobedecer minhas ordens.

Minhas refeições eram servidas com terra e pedras - não apenas difíceis de engolir, mas completamente intragáveis. Até meu edredom era constantemente encharcado com água, tornando impossível dormir.

— Dona Sofia, seu cobertor está molhado de novo, né? — Disse Isabela, de braços cruzados, com um sorriso falso. — É realmente terrível viver nessas condições.

Virei o rosto para não ver seu sorriso hipócrita e continuei a pendurar o edredom no varal.

Os comentários maldosos só pioravam, alguns feitos diretamente na minha cara:

— Ela só entrou na universidade porque dormiu com os professores!

— Veio trabalhar na Família Costa só para seduzir homens!

À noite, chegavam a bater na minha porta para verificar se eu estava dormindo sozinha.

— Ela não estava no quarto ontem à noite! Acham que foi para o quarto do guarda?

— Aposto que foi com o Guilherme! Ele estava sozinho no quarto dele a noite toda!

Olhei para eles rapidamente, evitando um confronto direto por enquanto.

Todos estavam seguindo as ordens de Isabela, tentando me fazer desistir e sair.

Quando estava prestes a voltar para meu quarto, encontrei Rafael que acabara de chegar.

Ele me empurrou contra a parede com uma mão enquanto a outra me apertava o pescoço:

— Você é tão depravada assim? Nem um momento consegue ficar sem homem?

Seu rosto estava impassível, mas seus olhos transbordavam desprezo.

Fiquei apavorada e tentei me soltar, mas estava muito fraca.

— Você acredita mesmo nesse tipo de mentira? — Perguntei, olhando fixamente em seus olhos, enfatizando cada palavra. — Isso só mostra que você é esse tipo de pessoa.

Seus olhos se encheram de raiva:

— Vadia! Não há nada que uma como você não faria!

Ele continuou encarando meu rosto, nossos olhares travados.

Talvez meus esforços para me libertar o tenham irritado, pois ele acrescentou:

— Sofia Monteiro, permito que você seja minha amante. Mas a posição de Sra. Costa só pertence a Isabela.

Minha visão escureceu por um momento, e percebi como fui cega por tê-lo amado antes.

— Que nojo! — cuspi.

Ele repentinamente agarrou meu rosto:

— O quê? Quer dormir com outros homens? Sofia, não seja ingrata!

— Você só pode ser minha! Caso contrário...

Seu aperto no meu queixo doía, deixando marcas vermelhas em minhas bochechas. Depois de me encarar por um momento, ele de repente afrouxou o aperto e acariciou meu rosto, com uma expressão ambígua:

— Você só precisa ser obediente.

— Não posso me casar com você, mas qualquer outra condição eu aceito.

Franzi a testa:

— Rafael! Eu me recuso!

Ele repentinamente explodiu, batendo minha cabeça com força contra a parede:

— Você veio para a Família Costa só para se entregar a outros? Então saia agora mesmo! Não queremos uma governanta nojenta como você!

Aproveitei a oportunidade para me virar e sair. Talvez fosse melhor ficar longe da Família Costa - eu precisava de paz para cuidar da minha gravidez.

Mas ao virar a esquina, Isabela bloqueou meu caminho:

— Sofia, por que está seduzindo meu homem?

Fiquei sem palavras por um momento, pronta para ignorá-la e continuar. Mas então ela gritou repentinamente:

— Dona Sofia! Pare com isso!

Quando me virei, vi-a abrir a janela e cair do segundo andar da mansão.
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