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Capítulo 2

Penulis: Isabelly Cardoso
Edson não voltou para casa naquela noite.

Jaqueline, porém, sabia exatamente onde ele estava.

No story de Sarah, estava sendo transmitida ao vivo a festa de boas-vindas para celebrar a volta da Violeta ao país.

Edson tinha reservado o maior hotel de Rivéria e mandado soltar fogos de artifício a noite inteira.

Belas rosas-champanhe cobriam todos os cantos do salão de festas.

Os amigos dele se reuniam em volta de Violeta, celebrando com alegria.

Era um círculo de pessoas que Jaqueline nunca tinha feito parte.

Porque Edson sempre a tratou como uma empregada e nunca a apresentou para os amigos dele, nem admitia publicamente para os outros sobre sua existência.

Assim que terminou o café da manhã, Jaqueline recebeu o acordo de divórcio, enviado pela mãe de Edson.

Ela assinou seu nome e deixou o documento em cima da mesa. Depois, ela saiu para fazer compras.

No contrato estava bem claro: durante o casamento, ela tinha a obrigação de cuidar de Edson.

Então, mesmo que ele não voltasse, ela prepararia o jantar e ficaria esperando ele chegar.

Às oito da noite, Edson chegou.

O terno dele ainda estava impecável, parecia ter passado no escritório para se trocar.

Jaqueline estava prestes a esquentar a comida quando ele disse:

— Não precisa, eu vou sair daqui a pouco.

Ele nem olhou para ela, subiu direto para o segundo andar.

Jaqueline foi atrás e viu ele entrando no banheiro.

Então, ela preparou uma roupa limpa para ele e deixou em cima do armário perto da porta.

Depois, ela desceu e se sentou à mesa, esperando ele terminar o banho para conversarem sobre o divórcio.

Edson desceu enquanto colocava o relógio, falando com pressa:

— Vou fazer uma viagem a trabalho em Brumália por três dias. Vou sair amanhã à noite, prepare umas roupas para mim, por favor.

Jaqueline confirmou com a cabeça e pegou o documento na mesa.

— Dá uma olhada nesse papel...

Edson parecia com pressa. Sem paciência, ele perguntou:

— É o pedido para o tratamento da sua mãe de novo?

Todo mês, quando ela precisava de dinheiro, tinha que fazer um contrato explicando tudo direitinho, a maior parte era para cobrir o custo do tratamento da mãe dela.

Ele já estava acostumado, nem se deu ao trabalho de ler, assinou direto na última página.

— Já está tarde, não esqueça de arrumar minha mala.

Ele abriu a porta e saiu.

Jaqueline ficou olhando para as costas dele, com um sorriso meio amargo.

Na verdade, a situação da mãe dela já tinha melhorado bastante.

Desde seis meses atrás, ela nem tinha mais pedido para ele pagar o tratamento.

Só que ele nunca ligava para aquilo.

Ela chamou um serviço de entrega e mandou os documentos para Manuela.

Com o jeitinho que Manuela tinha, nem precisava ir ao cartório, dava para tirar a certidão de divórcio numa boa.

Mas existia um intervalo legal entre o pedido de divórcio e sua efetivação, e ela ainda precisaria comparecer a uma audiência de conciliação. Aquela audiência ficou marcada para dali a um mês, então ela teria que esperar mais um mês antes de poder ir embora de vez.

Pegou o celular e viu uma postagem da Sarah no story.

Ela postou uma foto do bilhete de avião e falou que ia aproveitar a viagem do irmão e da cunhada e que iam juntos para a Brumália ver o show de um ídolo.

Então aquela "viagem a trabalho" dele era para acompanhar Violeta no show.

...

Enquanto Edson "viajava a trabalho", Jaqueline também não ficou parada.

Ela procurou uma imobiliária, visitou vários imóveis e acabou alugando um apartamento de um quarto com sala.

A mansão que Manuela tinha dado para ela até era ótima, mas o condomínio era caro demais e ficava longe da empresa, o que tornava o trajeto complicado.

Ela planejou que, quando conseguisse transferir a escritura para o seu nome, ela venderia a casa, assim não ficaria apertada de dinheiro.

Além disso, a saúde da mãe já estava bem mais estável, então os gastos com tratamento diminuíram bastante.

Depois disso, ela voltou para casa e continuou arrumando as malas.

Ela deu uma olhada nas roupas do guarda-roupa. Todas eram peças que tinha levado antes de se casar. Edson nunca tinha comprado uma única peça de roupa para ela.

Já as roupas que ela tinha comprado para Edson, ele nunca usava. Todas continuavam lá, estavam com as etiquetas ainda presas.

Todos aqueles anos, Edson só usava roupas de duas marcas específicas.

Foi através de Sarah que ela descobriu que aquelas marcas tinham sido recomendadas pela Violeta.

Ela achou que manter aquelas roupas novas lá era puro desperdício, então as separou e colocou tudo para vender por um preço baixo no OLX.

Assim, Jaqueline passou três dias ocupada, organizando tudo que era dela e enviando para o apartamento novo.

Na verdade, ela não tinha muitas coisas. Mesmo que Edson voltasse, não perceberia a falta de nada, já que ele nunca se importava com o que tinha ou onde estava guardado.

Antes de voltar para Rivéria, Edson ligou para ela:

— Jaqueline, se arrume aí. Amanhã a gente vai no funeral do Sr. Lopes.

A família Lopes era muito próxima da família Freitas.

Jaqueline já tinha acompanhado Edson em um jantar na casa deles antes.

Então, era natural que ela também fosse ao funeral da família Lopes com Edson.

Na verdade, Jaqueline nunca gostava daquele tipo de evento.

No círculo social dele, quase ninguém a aceitava de verdade.

Ela sempre se sentia desconfortável com todos aqueles olhares.

A personalidade dela não permitia que fosse do tipo que agradasse todo mundo o tempo todo. Mesmo assim, ela não tinha escolha para dizer não.

Ainda bem que em breve eles estariam divorciados, assim ela não precisaria mais acompanhar Edson em situações assim.

Quando Edson voltou, de fato não notou nada de diferente na casa.

Era Jaqueline quem sempre arrumava a mala dele, então ele nem reparou que metade do closet estava vazio.

— Da outra vez, sua roupa não ficou apropriada. É melhor pedir a opinião da minha mãe. — Ele falou aquilo enquanto respondia uma mensagem no celular.

— Tá bom. — Jaqueline respondeu sem discutir.

Normalmente, ele nunca opinava sobre o que ela vestia.

Só se fosse um evento importante, mas era sempre para não passar vergonha, nunca por se importar de verdade.

Jaqueline ligou para Manuela e ela mandou entregarem uma roupa nova na hora.

Depois de experimentar, ela viu que ficou boa e a guardou.

No dia seguinte, ela vestiu exatamente aquele conjunto, entrou no carro de Edson e o acompanhou ao funeral da família Lopes.

Sentada no banco do passageiro, ela se sentiu um pouco desconfortável.

Ao passar a mão no vão do assento, seus dedos encontraram um pequeno prendedor de cabelo preto.

Ela já imaginava de quem era.

Pelo visto, Violeta usava muito aquele banco da frente.

Ela soltou um sorriso de deboche.

Ainda bem que eles já estavam no processo de divórcio, caso contrário, naquela hora ela teria ficado completamente enojada.

No funeral, Violeta também apareceu.

Foi a primeira vez que Jaqueline a viu pessoalmente.

Ela era magrinha, usava um vestido preto bem parecido com o dela, e a maquiagem era tão leve que a deixava ainda mais frágil e com aquele ar de inocência.

Como uma bela princesinha inocente.

Violeta se aproximou de Edson e chamou, num tom doce:

— Edi...

Provavelmente queria segurar no braço dele, mas como Jaqueline estava ali, não chegou a fazer aquilo.

— Vivi. — Edson sorriu de leve para ela e respondeu. Depois apresentou Jaqueline ao lado dele. — Essa é a Jaqueline Silva.

Jaqueline entendeu tudo na hora.

Ele a chamava de "Vivi" com tanta intimidade, mas usava o nome completo dela.

Ela já não se importava mais, mas mesmo assim achou graça.

Ela não quis atrapalhar o clima entre os dois, então falou direto que ia encontrar Manuela, se separando de Edson.

Ele ficou olhando para as costas dela, com uma expressão estranhamente contrariada.

Violeta reparou no jeito como ele olhava para Jaqueline e sentiu o peito apertar.

Ele não dizia que não ligava para Jaqueline?

Mas aquele olhar não parecia tão indiferente assim.

Ela tratou de engolir aquele pensamento na mesma hora.

Ela e Edson tinham crescido juntos desde crianças, eram o primeiro amor um do outro.

Ela não acreditava que fosse perder para Jaqueline.
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