Naquela tarde, a fila na neurologia era longa. Mais de uma dezena de pacientes aguardava por atendimento, muitos deles já conhecidos de Valentino. Ao lado dele, assumindo as anotações, Luana registrava tudo com agilidade enquanto o médico examinava laudos, analisava exames e decidia, paciente por paciente, se o caso pedia cirurgia, tratamento clínico ou apenas acompanhamento regular.Perto da metade dos atendimentos, uma senhora entrou empurrando uma cadeira de rodas, onde estava um senhor de cabelos totalmente brancos.— Doutor Valentino... — Chamou a mulher, hesitante, a voz oscilando entre a esperança e o medo.Valentino olhou rapidamente e reconheceu a família à sua frente.— São familiares do senhor Salvador, correto?A mulher assentiu, claramente constrangida. — Isso. No ano passado, meu marido ficou internado aqui na neurologia. Naquela época, o chefe de setor pediu para o senhor montar um plano de tratamento. Se tivéssemos seguido sua sugestão e feito logo a cirurgia, talvez
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