Margarida não imaginava que Vicente também tinha tomado banho naquela manhã, assim como ela.
Só que, ao contrário dela, que se arrumou toda com calma, Vicente parecia ter se apressado, pois ainda havia pequenas gotas de água brilhando em seu pescoço, perto do pomo de Adão, deixando o visual um pouco bagunçado, mas estranhamente mais atraente.
Naquele instante, o desejo que Margarida vinha tentando esquecer nas últimas horas reacendeu de novo, tão intenso quanto antes, quase irrefreável.
— Sr. Vicente, bom dia. — Ela falou baixinho, sem coragem de encarar Vicente nos olhos, e quase fugiu para a sala de jantar, disfarçando o próprio nervosismo. De tão apressada, parecia um coelhinho branco tentando escapar das garras do lobo.
Pela primeira vez, Vicente também ficou em silêncio e não comentou nada com Margarida. Mesmo após ter passado uma hora inteira no banho frio para se acalmar, ele estava preocupado de que, se abrisse a boca, sua voz rouca desse alguma pista do que sentia.
Na noite a