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A Sentença da Lua e a Lealdade Sem Fim

A Sentença da Lua e a Lealdade Sem Fim

By:  Alyssa JCompleted
Language: Portuguese
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Minha irmã adotiva, Sophia, a última loba branca puro-sangue da vila Grell, foi violentada e torturada até a morte por um lobo rebelde desconhecido. A carta de suicídio dela continha apenas uma frase: “Lina viu o rosto dele.” A partir daquele dia, me tornei a maior pecadora da alcateia. Porque eu sabia quem era o assassino, mas permaneci calada por cinco anos. Até que meu irmão adotivo Damien, o Alfa mais poderoso da América do Norte, retornou. Ele trouxe de volta o Dispositivo de Visão da Alma e arrancou à força as memórias da minha alma de loba. Todos os lobisomens que tiveram o Dispositivo de Visão da Alma usado neles morreram ou enlouqueceram. Minha loba foi torturada repetidamente dentro do dispositivo, mas Damien reprimiu a dor nos olhos e rugiu: — Quando eu descobrir a verdade, vou mandar você e o assassino para o inferno juntos. Mas quando finalmente descobriram a verdade, Damien enlouqueceu.

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Chapter 1

Capítulo 1

Minha irmã adotiva Sophia, a última loba branca puro-sangue da vila Grell, estava morta.

Três dias. Foi por quanto tempo ela sofreu nas mãos de um lobo rebelde desconhecido antes de ser encontrada.

Sua linhagem de loba branca puro-sangue havia sido completamente profanada. Ela não conseguia mais encarar a alcateia. Estava apavorada com a ideia de trazer desgraça para todos que amava.

Então ela correu para a floresta. Rasgou a própria garganta com as presas. Depois se jogou no lago gelado.

A água ao redor de seu corpo devastado ficou vermelha.

A carta de suicídio dela continha apenas uma frase: "Lina viu o rosto dele."

A partir daquele dia, eu me tornei a maior pecadora da alcateia.

Porque eu sabia quem era o assassino. Sabia o nome, o rosto, o cheiro dele. Mas escolhi o silêncio. Durante cinco anos inteiros, protegi aquele monstro.

— Tia Lina, por favor! — A voz do lado de fora da minha caverna estava rouca de tanto desespero. — Só me diga o nome dele!

Era Aiden. O único filhote de Sophia. Ele ajoelhava na entrada da minha caverna de pedra a cada lua cheia, lágrimas escorrendo por seu rosto jovem.

— Por favor! Vingue minha mãe! Você viu o rosto do assassino! Por que não fala?

Os soluços dele ecoavam pelas paredes da caverna. Cada choro era como uma faca girando dentro do meu peito. Aquele garoto de sete anos havia perdido tudo. Sua mãe se foi. Sua infância, destruída.

E eu era a única que podia lhe dar justiça.

Fiquei atrás da porta de pedra, ouvindo seus lamentos de partir o coração. Minhas mãos tremiam contra a rocha gelada. Cada instinto gritava para eu ir até ele, confortá-lo, segurá-lo, dar-lhe as respostas que precisava.

Em vez disso, virei as costas. Caminhei mais fundo na caverna e fechei a porta interna.

O som do choro dele me acompanhou até a escuridão.

Cinco anos atrás.

— Maldita protetora! — As vozes furiosas do lado de fora cresciam. — Você traiu Grell!

A alcateia havia cercado minha caverna novamente. Eles carregavam tochas que projetavam sombras dançantes nas paredes. Seus rugidos furiosos faziam a base de pedra tremer.

— Saia e enfrente a gente, traidora!

— Você está protegendo o verme que profanou nossa puro-sangue!

— Covarde! Assassina!

Eu ouvia essas acusações. As palavras já não doíam. Mas o ódio por trás delas ainda queimava como ácido nas minhas veias.

Caminhei até onde Fenrir aguardava nas sombras. Meu cão de caça negro havia sido meu único companheiro desde a morte de Sophia.

— Afaste eles. — Sussurrei, segurando sua corrente de ferro.

Os membros da alcateia se dispersaram como presas assustadas.

Eles se foram. Mas eu também perdi tudo naquela noite.

Cinco anos depois, meu corpo estava fraco e debilitado. Eu mal conseguia deixar minha cama de pedra. Apenas as ervas medicinais nativas do nosso território me mantinham viva.

Foi então que Damien atravessou a destruição.

Meu irmão adotivo havia retornado. Ele não era mais o jovem lobo que eu lembrava da infância. Agora, era o lorde Alfa mais poderoso da América do Norte. Doze Guardas do Lobo Negro o acompanhavam como sombras da morte.

— Levante-se, Lina. — A voz dele era mais fria que o gelo do inverno. — Hoje é o seu dia de julgamento.

Dois Guardas do Lobo Negro avançaram sem hesitar. Agarraram meus braços e me ergueram da cama como se eu fosse um saco de grãos.

— Damien, eu estou doente... — Eu arquejei, minha voz mal passando de um sussurro.

— Doente? — Ele riu, mas o som não tinha calor algum. Apenas desprezo amargo. — Você está doente porque a culpa está corroendo sua consciência!

Os olhos âmbar dele ardiam com uma fúria que eu nunca tinha visto antes. Ele já não era mais meu irmão. Era um estranho usando o rosto dele.

— Sophia foi cega ao chamá-la de irmã! — Ele rosnou. — Ela está morta há cinco anos! Enquanto isso, o desgraçado que profanou os puro-sangue está vivendo livre há cinco anos!

Os guardas me arrastaram em direção à saída da caverna. Meus pés descalços raspavam na pedra áspera, deixando rastros de sangue.

— Hoje, vou usar o Dispositivo de Visão da Alma, — Damien continuou, a voz aumentando a cada palavra. — E vou ver exatamente quem você vem protegendo todos esses anos!

A lua cheia brilhava no alto, iluminando com sua luz prateada a praça da vila logo abaixo.

Todos os lobisomens de Grell tinham se reunido para aquele momento. Formavam um círculo perfeito ao redor da antiga plataforma de julgamento. Seus olhos brilhavam com sede de sangue e expectativa.

Um escriba da alcateia ergueu um orbe de cristal. O dispositivo mágico pulsava com uma luz etérea. E, com horror crescente, percebi que aquele julgamento estava sendo transmitido ao vivo para toda a comunidade de lobisomens da América do Norte.

Os Guardas do Lobo Negro me arrastaram pela escada de pedra acima. Cada movimento disparava ondas de dor pelo meu corpo desnutrido.

— Tia Lina! — Uma pequena figura rompeu a multidão e subiu correndo até a plataforma.

Aiden. Agora com sete anos. O único sangue sobrevivente de Sophia. Os olhos lupinos dele já começavam a ficar vermelhos de raiva e luto.

Ele agarrou minha manga rasgada com as duas mãos. — Por que você não diz quem a matou? Por que não me deixa vingar minha mãe?

Lágrimas escorriam pelo rosto jovem. A voz dele se quebrava de tanta dor.

— Eu esperei cinco anos! Cinco anos inteiros! — Ele chorou. — Toda noite eu sonho com ela! Ela está chamando por justiça!

Olhei para aquela criança despedaçada. Minha garganta se fechou. As palavras que eu queria dizer viraram cinzas dentro de mim.

A multidão começou a uivar lá embaixo:

— Ela sabe quem é o assassino, mas não fala!

— Lobos rebeldes não têm coração!

— Ela trouxe vergonha à honra de Grell!

As vozes vinham como um tsunami, cada vez mais altas, até eu não conseguir mais pensar com clareza.

Damien parou diante de mim. Os olhos de lobo dele eram como lascas de gelo ártico.

Um dia, nós fomos família. Brincamos juntos quando filhotes. Compartilhamos refeições, histórias, sonhos. Mas após a morte de Sophia, ele decidiu que eu havia traído tudo que era sagrado.

— Ainda há tempo para dizer a verdade. — Ele disse, a voz baixando para um sussurro mortal. — Confesse quem você está protegendo. Diga qual desgraçado profanou nossa puro-sangue.

Ele se inclinou mais perto. O hálito quente roçou minha orelha.

— Caso contrário, quando o Dispositivo de Visão da Alma ativar, as vibrações de alta frequência vão fazer você implorar pela morte. Seus ossos de loba vão se estilhaçar um por um.

Eu me debati desesperadamente contra os guardas que me seguravam. — Damien, você não pode ativá-lo! Você vai se arrepender disso!

— Arrepender? — Ele riu friamente, cortando minhas palavras. — Meu maior arrependimento foi ter te pegado na neve quando éramos crianças!

A voz dele ficou crua de dor e fúria. — Todos esses anos, tratei você como uma irmã de verdade! Eu te protegi! Eu me importei com você!

Os Guardas do Lobo Negro me forçaram a sentar na cadeira metálica de julgamento. O aço gelado mordeu minha pele. Algemas pesadas se fecharam em meus pulsos e tornozelos.

Eu não podia me mover. Não podia escapar.

Um capacete metálico desceu do alto. Agulhas finas como fios pressionaram meu couro cabeludo, procurando pontos de entrada. As pontas afiadas perfuraram pele e osso, avançando direto em direção ao núcleo da minha alma de loba.
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