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Abortei o Filho Que Assistiu Minha Morte na Vida Passada

Abortei o Filho Que Assistiu Minha Morte na Vida Passada

By:  PomelanjaCompleted
Language: Portuguese
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Pouco antes do casamento, descobri que estava grávida de dois meses. Meu noivo, Diogo Bragança, com o hálito de quem havia bebido, pousou a mão na minha barriga, murmurou em tom de brincadeira: — Francisca, acho que ainda não estou pronto pra ser pai. Vamos... deixar esse bebê pra depois? Respondi com o coração vazio: — Tudo bem. Na vida passada, insisti em ter esse filho. Na mesma época, Antonella Coutinho sofreu um aborto e perdeu a chance de engravidar. Diogo me culpou por isso e, depois do casamento, foi frio comigo até o fim. O filho que carreguei com dor e quase à custa da minha vida, Lenor Bragança, mais tarde passou a chamar Antonella de “mamãe” aos gritos. No dia em que sofri um acidente e perdi muito sangue, pai e filho passaram por mim sem sequer olhar para trás. Eles tinham pressa. Antonella estava em trabalho de parto. Lá em cima, eu morria, esvaída em sangue. Lá embaixo, eles comemoravam o nascimento de uma nova vida, balançando bastões de luz. Desta vez, não vou mais me abandonar por ninguém. Disquei para o diretor do instituto: — Quero me juntar à expedição na Antártida.

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Chapter 1

capítulo 1

Minhas palavras pegaram o diretor de surpresa.

— Francisca, essa expedição vai durar quase dois anos. É longa, difícil. Você tá prestes a se casar. Tem certeza? Diogo concorda?

Olhei meu reflexo no espelho — ainda intacto, antes que o tempo deixasse marcas — e respondi com firmeza:

— Ele não merece.

O diretor me encarou por alguns segundos, como se, enfim, entendesse tudo.

— Certo. Você tem um potencial enorme na área de biologia polar. Se já decidiu, o grupo vai ter orgulho de te receber. Prepare-se, partimos na próxima semana.

A data da partida coincidia exatamente com a do meu casamento.

Não demorou muito para Diogo sair do banheiro, envolto em vapor. O álcool já começava a deixar seu corpo.

Sentou-se ao meu lado e me puxou contra o peito.

— Por que essa cara? Tá aí parada, com esse olhar distante...

O perfume de gardênia que ele usava me deu enjoo.

Ele notou minha expressão e sorriu.

— Eu tava bêbado, falei besteira. Aquilo foi só uma brincadeira. Foi mal, tá? Eu vou melhorar, prometo. Você e o bebê merecem mais de mim.

Mas na vida passada, todas as dores que vivi vieram justamente dele.

Enquanto falava, inclinou-se para me beijar.

Na vida passada, depois que Antonella conseguiu engravidar de novo, Diogo nunca mais me tocou assim.

Afastei o rosto, e ao fazer isso, a gola do seu roupão caiu um pouco, revelando uma tatuagem de mordida.

Ele sempre me disse que era só uma marca qualquer, que doía demais pra remover.

Mas quando descobri a traição dele com Antonella, entendi: era uma lembrança dela. Uma cicatriz da primeira paixão.

Diogo percebeu minha rejeição e franziu o cenho.

— Francisca, estamos juntos há seis anos. Vai fazer drama por uma frase fora de hora?

Balancei a cabeça devagar.

— Você tá exagerando. O bebê mexeu, só tô meio desconfortável.

Ele me pegou no colo com cuidado e me deitou na cama.

— Não se preocupe. Eu tô aqui.

Seus olhos sempre tão escuros, profundos. Já tinham me engolido uma vez.

Meus pais eram amigos dos pais de Diogo.

Quando perdi meus pais, a mãe do Diogo, Sra. Rosa me acolheu, foi assim que ele me olhou:

— Não tenha medo. Eu tô aqui. Eu vou te proteger.

O vento rugiu do lado de fora. Um trovão sacudiu a janela.

O celular tocou, insistente, arrancando-me do passado.

Diogo atendeu. E a voz de Antonella escapou, entre soluços:

— Diogo, tá doendo muito. Você pode me levar pro hospital?

Ele se levantou de imediato.

— É a nova secretária. A família dela teve uma emergência. E como patrão, é minha responsabilidade...

Na vida anterior, eu ainda não sabia que essa "secretária" era Antonella — a antiga namorada que ele nunca esqueceu.

Preocupada com a chuva e os perigos da estrada, tentei impedi-lo, argumentando que médicos e policiais estavam de plantão, que ele não precisava ir.

Mas ele insistiu.

Quando chegou ao hospital, já era tarde.

Antonella havia perdido o bebê. Com o útero danificado, quase nunca mais poderia engravidar.

E a partir daí, ele me odiou.

Mas nesta vida, não ia impedir.

Eu não o queria mais.

Fingi preocupação, com um sorriso suave:

— Você é um bom chefe. Vai lá. A vida das pessoas é o que importa. Não perca tempo.

Diogo hesitou. Um traço de culpa passou por seu rosto.
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Comments

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Claudineia Souza
pena que não dá pra ler os bloqueados
2025-06-20 03:03:38
17
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Rays Santos
não vai lançar mais?
2025-06-19 23:06:02
0
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Aline Oliveira
Péssimo, sem pé nem cabeça, não tem profundidade, história fraca. Nem acredito que gastei 17 reais nessa porcaria
2025-06-22 09:39:31
2
9 Chapters
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