MasukDaniel também nunca fez questão de agradar ninguém e menos ainda de se aproximar de mulheres.Por isso, mesmo já estando em idade para casar, ninguém da família Cardoso ousava o pressionar.Era simplesmente inaceitável imaginar alguém como ele sendo "desrespeitado" por Ayla em público e ainda assim reagindo com gentileza, perguntando sobre uma solução.Ayla sentiu o peso do olhar daquele homem. A pressão era enorme. Mas ela respirou fundo e, com voz tranquila, continuou:— Respeitar o que já foi feito e transformar o erro em uma oportunidade de organizar melhor a situação.Ela fez uma pausa e olhou ao redor da ampla mesa.— Este espaço é grande o suficiente. Não seria difícil acrescentar uma cadeira. A equipe pode providenciar imediatamente um assento do mesmo padrão ao lado do meu para o Sr. Daniel.— Assim, a imagem do Grupo Fonseca será preservada, o Sr. Daniel demonstrará grandeza e elegância, e a organização mostrará agilidade e sinceridade ao lidar com contratempos. Isso não seri
Mas Ayla continuou sentada em seu lugar, com uma expressão serena que em nada parecia forçada.O responsável da organização, vendo que não conseguiria convencer ela facilmente, praticamente implorou:— Srta. Ayla, reconhecemos que cometemos um erro! Podemos realocar imediatamente um assento à altura para você, garantimos que não será maltratada!— Mas este lugar já estava reservado. O convidado principal vai chegar a qualquer momento. Por favor, não dificulte para mim, sou apenas um gerente...Quanto mais Ayla resistia, mais constrangedora a situação se tornava. Saindo ou ficando, seria impossível evitar um momento desagradável.Gisele, com um sorriso de satisfação no rosto, não perdeu tempo:— Tem gente que força tanto a barra, que acaba se colocando numa posição vergonhosa. Que papelão...As palavras de Gisele foram provocativas e logo ecoaram entre os convidados. Muitos começaram a comentar em voz baixa, achando melhor que Ayla cedesse logo o lugar. Pelo menos, assim, ela ainda pode
Mafalda não tinha realmente a intenção de ajudar Ayla, mas, enquanto estava no banheiro, ouviu Gisele conversando com outras pessoas. Ela simplesmente não queria ver Gisele se dar bem.E afinal, Ayla era prima de Nuno. Depois da forma como Nuno a defendeu na noite anterior, parecia até que ela fosse fazer mal para Ayla.— Muito obrigada pela boa intenção, Srta. Barbosa, mas... eu ainda prefiro sentar aqui. — Disse Ayla, se virando e puxando a cadeira do lugar vazio, se sentando sem hesitar.— Ayla, quem deixou você sentar aí? Você é uma caipira? Não tem nem noção de etiqueta! — Gisele se exaltou, perdendo toda a compostura, e se levantou gritando.— De fato, eu não entendo muito dessas coisas, porque é realmente a primeira vez que participo de um jantar desse tipo. — Respondeu Ayla com calma, seu sorriso leve acompanhando o tom tranquilo. Ela simplesmente seguiu o gancho da acusação de Gisele.Gisele ficou sem reação.Ayla admitiu que não sabia, o que fez com que Gisele perdesse o próx
Mas, para sua surpresa, Ayla procurou em todas as mesas e não encontrou nenhum lugar com o nome dela.Naquele momento, todos já estavam sentados, e o fato de ela ainda estar de pé a deixava visivelmente deslocada.O gerente responsável pelo serviço de mesa se aproximou com gentileza:— Srta. Ayla, o jantar vai começar. Por favor, sente-se o quanto antes.— Tudo bem. — Respondeu ela.Ayla percebeu que havia uma cadeira vazia em uma das mesas principais e caminhou até lá.Mas, no instante em que tentou se sentar, uma voz feminina a deteve:— Com licença, esse lugar não pode ser ocupado.Ayla levantou os olhos. Era Gisele, como esperado. Ela sorria com aquele ar ambíguo, quase debochado. As outras jovens à mesa rapidamente baixaram a cabeça, rindo em silêncio.— Não encontrei meu lugar. E esse aqui não tem plaquinha com nome, não é?Ayla analisou com cuidado. A cadeira realmente não tinha nome reservado.— É um assento reservado. — Explicou Gisele, com um tom aparentemente paciente, mas c
Era a primeira vez que Ayla enfrentava uma ocasião como aquela. Mesmo tentando se controlar, o nervosismo ainda dominava.— Quem é essa aí? Não era pra ser o Bruno ou a Sra. Carolina representando o Grupo Fonseca?— Você não sabe? Dizem que ela é filha ilegítima do Samuel, herdou tudo por sorte, coisa de centenas de bilhões.— O Grupo Fonseca está tão desesperado assim? Essa garota entende de negócios?— Pelo que ouvi, a família Fonseca virou um caos. Agora uma desconhecida herdou tudo, parece que estão indo pro fundo do poço.— Olha só como ela se arrumou... toda cheia de brilho. Deve achar que isso aqui é passarela.As vozes cresciam no salão. Ayla hesitou por alguns segundos, parada diante do microfone.Justo quando estava prestes a travar, um aplauso rompeu o silêncio.Foi Nuno.Ele começou a bater palmas, e sua atitude rapidamente contagiou outros convidados.Aquela salva de palmas, ainda que tímida e espalhada, foi suficiente para Ayla se recompor.Ela inspirou fundo, lançou um o
A cada vez que ele encerrava uma fala, o salão inteiro irrompia em aplausos. Até mesmo Ayla, sem perceber, se viu batendo palmas junto com todos.Pessoas com verdadeira competência profissional eram simplesmente irresistíveis.Daniel, mesmo parado friamente no palco, mais parecia uma escultura inalcançável. Mas aos olhos de Ayla, ele exalava um charme quase físico, uma presença marcada por pura testosterona.Quando a transmissão acabou, Ayla entendeu perfeitamente por que ele era tão reservado.Com um nível de excelência como aquele, bastava ser admirado de longe. Nem precisava socializar, muito menos pensar em relacionamentos.No celular, nenhuma nova mensagem chegou.Com isso, Ayla finalmente sentiu o sono chegar e se enfiou debaixo das cobertas.Na noite seguinte, o coquetel de gala. Felipe acompanhou Ayla por boa parte da recepção, mas no meio da noite precisou sair para resolver um assunto urgente.Nuno também estava muito ocupado: ora atendendo ligações, ora sendo abordado por em







