No entanto, Percival apareceu. Ele era sócio do escritório de advocacia, além de um dos proprietários, o que o livrava das amarras de horários fixos de trabalho. Dessa vez, Percival veio sozinho, sem a companhia de Estella. Em suas mãos, ele carregava um buquê de flores em tons de azul claro, composto por diferentes espécies raras e cuidadosamente combinadas. O arranjo era de uma beleza impressionante. — Dra. Helena, parabéns por finalmente receber alta. — Percival disse, entregando as flores para Helena. Helena aceitou o buquê e agradeceu com um leve sorriso: — Obrigada. Leonidas, olhando para Helena com evidente preocupação, comentou: — Você perdeu peso nesses últimos dias. Fernanda, por sua vez, disse com carinho: — Helena, hoje à noite vou cozinhar algo especial para você. Que tal jantar em casa? Helena assentiu, com um pequeno sorriso: — Tá bom. Obrigada, tia. — E sua tia ainda preparou um presente para você. — Leonidas disse, sorrindo. — Por que você con
Na tarde do dia seguinte, Helena recebeu uma ligação. A pessoa do outro lado da linha começou a relatar as atualizações sobre a situação do Grupo Mendes. — Vários credores entraram com pedidos na Justiça para declarar suas dívidas. Atualmente, o Grupo Mendes acumula um total de trezentos milhões em débitos. Leonardo, como acionista majoritário, abusou da autonomia da pessoa jurídica da empresa e da responsabilidade limitada dos sócios para evitar o pagamento dessas dívidas, causando sérios prejuízos aos credores. Diversas empresas credoras se uniram e apresentaram provas ao tribunal, exigindo que Leonardo seja responsabilizado solidariamente pelas dívidas da empresa. Os imóveis registrados no nome dele foram bloqueados pela Justiça, os bens móveis de maior valor já foram apreendidos e todas as contas bancárias dele continuam congeladas. Além disso, Maria procurou um advogado nesta manhã para redigir o acordo de divórcio. Helena ouviu tudo sem demonstrar surpresa. Maria, acostum
As flores Floyd, com suas cores intensas e vibrantes, exalavam uma energia apaixonada e cheia de vitalidade. Além disso, havia um significado romântico associado a elas: “Você passeia despreocupadamente pelos meus sonhos, transformando meu coração em um jardim perfumado.” Depois de organizar o buquê no vaso, Helena lembrou-se do que a enfermeira havia dito: Gabriel tinha estado lá há apenas meia hora. Com essa possibilidade em mente, sua respiração acelerou levemente. "Será que ele ainda está aqui?" Assim que esse pensamento tomou conta dela, Helena sentiu uma necessidade incontrolável de descobrir. Ela abriu a porta do quarto e saiu às pressas em direção ao elevador. Era pouco mais de sete da manhã, e o sol já começava a aquecer o dia com intensidade. Helena, vestindo um vestido lilás de mangas curtas, correu para o estacionamento ao ar livre do hospital assim que saiu do elevador. Após alguns minutos, ela avistou uma silhueta familiar e reduziu o ritmo dos passos. Gab
Maria avançou para cima de Helena, tentando atacá-la. Chloe, com um movimento rápido, segurou o braço de Maria e pressionou um ponto estratégico com força. — Ai! — Maria gritou, recuando dois passos enquanto seu rosto se contorcia de dor. Ela levou a outra mão ao braço que Chloe havia apertado e começou a massageá-lo. Sua expressão era de puro desconforto, e ela resmungou: — O que você fez comigo? Está tudo dormente! Seu tom desesperado e o jeito desajeitado de se mexer fizeram o público que assistia à cena soltar algumas risadas. — Saia daqui. — Chloe disse friamente, seus olhos brilhando com uma ameaça silenciosa. Maria estremeceu. Ela realmente achava aquela mulher assustadora. Um simples movimento da guarda-costas havia deixado seu braço completamente dormente. Nesse momento, alguns seguranças do hospital chegaram. — Vamos, pessoal, dispersem. Não há nada para ver aqui. — Disse um dos seguranças, enquanto os outros começavam a afastar as pessoas que observavam a c
Maria pensou em tudo isso e sentiu o arrependimento corroendo cada parte do seu ser. Ela tentou justificar-se apressadamente: — Não foi isso... Naquele tempo, eu não quis agir daquela forma, Helena, por favor, me escute, deixa eu explicar. Eu achei que você fosse só... Maria travou de repente, engolindo as palavras. "Eu achei que você fosse só uma garota pobre, sem família, sem influência, uma oportunista." Mas essas palavras não poderiam, de jeito nenhum, ser ditas em voz alta. — Achou o quê? — Helena perguntou com os olhos frios e penetrantes fixos nela. Maria gaguejou, mas não disse nada. Helena, com um meio sorriso, completou: — Achou que eu fosse uma interesseira sem dinheiro, que estava com o Leonardo pelo dinheiro dele, não foi? Maria, sem coragem de encarar Helena, abaixou o olhar, desviando-o para o chão. Helena manteve a expressão serena, mas seu tom era completamente indiferente: — Sabe, Maria, naquela época eu até cogitei levar o Leonardo para Cidade
Aquela mulher era realmente Maria, mas parecia completamente diferente de como Helena estava acostumada a vê-la. Antes, todas as vezes que Helena se encontrava com Maria, ela estava impecável. Ora com ternos de alta-costura, ora com vestidos de seda fina, sempre adornada com joias elegantes que combinavam com suas roupas. O cabelo, meticulosamente arrumado, completava a imagem de uma típica matriarca rica e poderosa. Cada detalhe exalava a ostentação característica de uma senhora da família Mendes. Mas hoje, Maria estava irreconhecível. Como Larissa havia descrito, ela estava muito simples. Sem maquiagem, com um rosto abatido, a pele amarelada e profundas olheiras. Vestia um conjunto casual de mangas longas em um tom apagado de cinza, algo tão comum que poderia ser encontrado em qualquer loja popular. Sua aparência não tinha nada da imponência de antes. Parecia apenas uma mulher comum de quarenta e poucos anos, completamente distante da imagem altiva que sempre carregava. Helena