Lisandra queria se aproximar de Samuel.— Samuel, eu...Mas Guilherme a impediu, segurando-a pelo braço.— Lisandra, vamos embora.Lisandra não teve escolha a não ser seguir o pai.Samuel ficou parado sozinho por um tempo e, em seguida, deixou o cassino e saiu para a rua.Nesse momento, o WhatsApp tocou. Era uma mensagem de Sofia.[Samuel, estou com febre!]Com uma das mãos no bolso da calça, ele não respondeu.Logo em seguida, chegou outra mensagem.[Samuel, estou com muita dor de cabeça agora. Será que você pode vir me ver?][Samuel, acredito que aquelas palavras não refletiram o que você realmente sente. Tenho certeza de que houve um motivo para você ter me tratado daquela maneira.][Se você vier agora, eu te perdoo e ainda podemos continuar juntos, felizes como antes.]O celular de Samuel não parava de vibrar, pois Sofia enviava várias mensagens seguidas.Ele já conseguia imaginar a expressão dela: talvez um pouco mimada, talvez preocupada, mas também com um certo encanto irresistí
O Sr. Jordão entregou o antitérmico para Sofia.— Sofia, tome o remédio agora.Sofia estava deitada na cama, abatida.— Papai, não quero tomar o remédio.O Sr. Jordão a olhou com atenção.— O que foi? Terminou um namoro? O Samuel te rejeitou?Sofia lançou um olhar irritado para o pai. Ele sempre sabia tocar na ferida. Ela já estava triste, e ele ainda tocava naquele assunto.O Sr. Jordão sorriu.— Sofia, o que foi que o papai disse? Você não vai conseguir conquistar o Samuel. É melhor deixá-lo para lá e esquecê-lo.Sofia permaneceu calada.Ele continuou:— Existem tantos rapazes excelentes por aí. O papai conhece muitos jovens talentosos. Depois lhe apresento alguns. Dizem que a melhor maneira de esquecer um amor é se jogar em outro, não é mesmo?Sofia abraçou o cobertor, sem dizer nada.O Sr. Jordão colocou o remédio sobre a mesinha.— Sofia, tome-o sozinha. O papai vai sair agora.Ele deixou o quarto.Sofia se sentou, tomou o remédio e voltou a se deitar, querendo dormir.Ela sabia q
Sofia disse:— Cala a boca, Horácio!Horácio afastou Sofia com um empurrão e avançou, tentando acertar um soco em Samuel.Dessa vez, porém, não teve sucesso. Samuel agarrou o punho que vinha em sua direção e, com um empurrão firme, fez Horácio perder o equilíbrio, cambalear alguns passos para trás e cair sentado no chão.Sofia se colocou imediatamente na frente de Horácio.— Samuel, já chega!Samuel olhou para Sofia.— Esse soco foi apenas para acertar as contas.Se ele não tivesse permitido, Horácio jamais teria chegado perto dele.Sofia ficou surpresa.Samuel continuou:— Vá embora daqui com esse Horácio. E não quero ver vocês nunca mais! — Disse ele, virando-se para ir embora.— Samuel! — Chamou Sofia.Ele parou por um instante.Nesse momento, Lisandra correu até ele e segurou seu braço.— Samuel, você saiu daqui? — Perguntou, olhando para Sofia e Horácio. — Você os conhece?Samuel curvou levemente os lábios e respondeu com frieza:— Não os conheço.Lisandra sorriu, satisfeita.— En
Samuel ficou em silêncio por alguns instantes e, então, afastou a mão de Sofia. Virou-se para encará-la e disse:— Srta. Sofia, está me fazendo um favor?Sofia balançou a cabeça.— Não, não é isso que eu quis dizer. Eu acredito na sua capacidade e no seu talento. Eu só quero...Samuel curvou os lábios num sorriso sarcástico.— Você quer? Percebe que tudo o que está dizendo é sobre o que você quer? Quer impor as suas ideias a mim.Sofia voltou a balançar a cabeça.— Samuel, eu juro que não é assim...— Pare de negar. Você quer me controlar! — Retrucou ele, frio. — Mas até entendo. Você é uma moça rica e, no seu olhar, nunca me colocou no mesmo nível que você. Quer manipular a minha vida!Ao ouvir palavras tão geladas e impiedosas saindo da boca de Samuel, os olhos claros de Sofia se avermelharam.— Samuel, eu já disse que não é isso. É assim que você me vê?Ela só estava preocupada com ele, sentia pena dele, sentia compaixão.Não queria que ele ficasse num lugar como aquele.Ela sabia q
— Sim, Samuel.Dois homens de preto arrastaram o homem de meia-idade para fora.Sofia lançou um olhar para Samuel e virou-se para ir embora.Samuel apressou o passo e a seguiu.Sofia acelerou, tentando deixá-lo para trás.Mas Samuel tinha passos longos e continuava logo atrás dela.— Pare de me seguir!Sofia saiu correndo do cassino e, já do lado de fora, torceu o tornozelo e caiu sentada no chão.Ela ficou sem palavras consigo mesma. Hoje parecia um dia de azar: tudo de ruim estava acontecendo.Sentada, Sofia ouviu sobre a cabeça uma voz grave e aveludada:— Está bem?Sofia levantou o rosto. Samuel estava ali.Ela, no chão; ele, de pé. Ele já era alto, e ela precisava erguer o queixo para encará-lo.Samuel estendeu a mão.— Levante-se.Ele queria ajudá-la.Sofia recusou, tentando levantar-se sozinha.Ela não conseguiu.Então Samuel segurou o braço delicado dela e, como se fosse uma pena, a colocou de pé com um só movimento.Sofia ficou sem reação.Ela ainda estava irritada, mas não pô
Sofia ficou parada, trocando um olhar direto com Samuel.Samuel congelou por um instante.Seguindo o olhar dele, Lisandra também viu Sofia.— Samuel, quem é ela? — Perguntou Lisandra.Samuel não respondeu.Sofia se virou e começou a andar. Ela queria sair dali; não gostava daquele lugar, sentia-se como se estivesse sufocando.Talvez por andar rápido demais, Sofia acabou esbarrando frontalmente com um homem de meia-idade.Sofia pediu desculpas imediatamente:— Desculpe, não foi de propósito.O homem resmungou com irritação:— E daí que pediu desculpa? Acha que resolve? Droga, já perdi muito dinheiro hoje e ainda vem me trazer azar...Quando viu o rosto de Sofia, ele parou. Ele ficou atraído pelo formato delicado do rosto dela, como um pequeno ovo de ganso, iluminado e limpo.O homem a examinou de cima a baixo.— Não imaginei que fosse uma garotinha.Sofia tinha saído direto da escola. Usava um suéter branco com saia plissada e, por cima, um casaco acolchoado branco. Os longos cabelos ne