Almir falou com desdém:— Ele deve estar apenas cansado do trabalho. Não comece a ficar imaginando coisa.Mas Tereza balançou a cabeça, com um olhar inseguro:— Não é isso. Sinto que ele pensa em outra pessoa. Ontem, vi no celular dele que ainda guarda fotos da Isadora. Você acha que ainda sente algo por ela?Ao ouvir isso, o semblante de Almir escureceu de repente:— Esse Olavo é um verdadeiro canalha! Mana, não se preocupe... vou fazer esse cara pagar por te tratar assim!Tereza se apressou em interrompê-lo:— Calma, Almir! Agora não é hora de agir por impulso. O mais importante é conseguirmos as ações do Grupo Carvalho. O resto... resolvemos depois.Ele assentiu devagar, ainda com raiva no olhar:— Você tem razão. Não podemos assustar ele antes da hora.No escritório, enquanto organizava alguns documentos, Marcos encontrou algo curioso: notou que Olavo acessava com frequência notícias sobre Isadora.Achou estranho. Afinal, os dois já tinham terminado de vez. Por que, então, acompanh
Rafael explicou com calma os detalhes do processo de licitação a Isadora. Depois concluiu:— Acho que devíamos tentar. Se conseguirmos esse projeto, pode ser um salto enorme para o crescimento da nossa empresa.Isadora concordou com a cabeça e respondeu:— Você tem razão. Não podemos deixar essa oportunidade passar. Mas... a situação do Olavo está bem complicada. Tenho medo de que, no desespero, cometa alguma besteira.Rafael olhou para ela com suavidade no olhar e disse:— Isinha, não precisa se preocupar. Estou aqui. Vou te proteger, como sempre fiz. E sinceramente, acho que agora o mais importante é focar nessa licitação. O resto pode esperar um pouco.Enquanto isso, em casa, Tereza olhava fixamente para o celular de Olavo. A inveja e a frustração ferviam no peito. Quase sem perceber, acabou entrando na galeria de fotos... e viu as imagens salvas das reportagens sobre Isadora.Na mesma hora, o sangue lhe subiu à cabeça.Jamais imaginava que Olavo ainda guardava aquelas fotos. Aquilo
Já era tarde da noite. No quarto de Olavo, só a luz amarelada do abajur estava acesa.Deitado na cama, virava de um lado para o outro, sem conseguir dormir.Os problemas da empresa já haviam deixado sua cabeça um caos durante o dia. Mas era o nome de Isadora que continuava ali, latejando no fundo do peito como um espinho impossível de ignorar.Em silêncio, pegou o celular e abriu a galeria. Havia ali capturas de reportagens sobre Isadora. Nas fotos, ela surgia radiante e confiante, bem diferente da esposa gentil de antes.Ficou olhando para aquelas imagens por um bom tempo, até os olhos começarem a arder. Só então largou o celular.Fechou os olhos para tentar dormir, mas aquele sorriso não parava de voltar à mente. Antes, era só dele.Virou de lado, forçando o sono. Em vão.Tereza saiu do banheiro e, ao vê-lo ainda inquieto na cama, se aproximou e perguntou com delicadeza:— Olavo, ainda acordado? Está se sentindo mal?Ele balançou a cabeça, sem responder.Tereza se sentou à beira da c
— Está tudo certo. — Disse Olavo.— E, o que o médico falou?— Recomendou que eu pare de beber e descanse melhor.Tereza falou, com um tom cuidadoso:— Que bom. Vou cuidar de você.Olavo ficou em silêncio, olhando pela janela do carro enquanto a paisagem passava rápida, perdido em seus pensamentos.Lembrou do quanto Isadora cuidava dele. Quando exagerava na bebida, ela preparava uma sopa, massageava as costas dele e ficava ali, do lado, até o sono vencer.Já Tereza, costumava só preparar um copo de água morna e logo ficava no celular, sem se importar com isso de verdade.Olavo sentiu uma pontada de ironia. Foi ele quem afastou Isadora, então que direito tinha agora de sentir falta dela?Nesse instante, o celular tocou. Era Marcos.— Sr. Olavo, uma notícia ruim: acabamos de perder mais um cliente importante!A expressão de Olavo mudou na hora:— O quê?! Como assim?— Não sei ao certo. Mas o cliente cancelou o contrato de repente e decidiu fechar com a empresa da Isadora.Olavo bateu o p
Nesse momento, Zyan entrou na sala. Disse, hesitando:— Isadora, tem uma notícia que não sei se devo te contar.— O que aconteceu?Ele continuou:— Ouvi dizer que Olavo anda muito mal-humorado e que a empresa virou uma bagunça. Parece que está colocando a culpa toda em você.Isadora respondeu com tranquilidade:— Que fale o que quiser. Faço tudo corretamente, não tenho medo das acusações dele.— Só que ouvi também que anda bebendo demais, e a saúde não anda nada bem. — Acrescentou Zyan.Isadora sentiu um pequeno incômodo, mas logo afastou aquele sentimento.Falou, firme:— Isso é problema dele, não tem nada a ver comigo.Zyan concordou com um aceno:— Você tem razão. Só precisamos cuidar do nosso lado.No escritório do Olavo, ele gritava ao telefone, tomado pela raiva.— Inúteis! Um bando de inúteis! Vocês conseguiram estragar até um projeto simples. Qual é a utilidade de vocês?!Desligou com força e jogou o celular na mesa.De repente, a porta se abriu e Tereza entrou, preocupada:— O
Tereza disse com um tom suave:— Está bem, então. Descanse, e se precisar de qualquer coisa, é só me ligar.— Tudo certo. — Respondeu, e em seguida voltou a fechar os olhos.Tereza o olhou, com o peito pesado. Sentia uma frustração silenciosa crescendo por dentro.Sem dizer mais nada, organizou suas coisas e saiu do escritório sem fazer barulho.Ao ouvir o som da porta se fechando, Olavo abriu lentamente os olhos.Enquanto isso, Marcos entrou na sala de Isadora com uma expressão séria e colocou uma pilha de documentos sobre a mesa.— Sra. Isadora, dê uma olhada. Esses são os relatórios financeiros mais recentes que consegui levantar sobre o Grupo Carvalho.Isadora largou a caneta que segurava e começou a analisar os papéis com atenção. À medida que lia, seu semblante foi ficando cada vez mais carregado.— Esses números... tem muita coisa errada aqui.Marcos concordou com um aceno:— Exatamente. Tenho motivos para acreditar que alguém dentro do Grupo está fraudando as contas. E os valor