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Capítulo 18

Author: Sofia Dourado
— Maysa.

Um chamado de repente trouxe Maysa de volta de seu sonho. A mulher abriu os olhos, ainda com a visão embaçada, encarando um rosto bonito, mas carregado de irritação.

Maysa ficou paralisada por alguns segundos, esfregou os olhos e viu Heitor sentado ao lado de sua cama, com uma expressão nada amigável. Ela quase achou que estivesse alucinando.

Por que Heitor estava aparecendo naquela casa com tanta frequência ultimamente? Ele não tinha outra “casa” para morar?

Ela agradeceu mentalmente por não ter o hábito de dormir nua. Instintivamente, puxou as dobras de seu pijama, amarrotado por causa do sono agitado, e se sentou na cama, olhando para Heitor.

— O que você está fazendo aqui?

— Aqui é minha casa. — Heitor soltou uma risada fria. Foi o suficiente para Maysa entender a situação.

O que ocorreu na noite anterior, quando a mãe dele tentou expô-la, mas acabou sendo desmascarada, agora parecia estar sendo cobrado por Heitor.

E, como esperado, Maysa viu o desprezo nos
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    — Eu… — A voz de Maysa saiu trêmula, quase distorcida pelo susto. — Por que é você? — Por que não seria? — Ryan respondeu, com as sobrancelhas bem desenhadas franzidas em um misto de raiva e frustração. — Você acorda de um sono profundo e chama o nome do Walter, o que isso significa? Maysa, você tá me dizendo que tem alguma coisa com ele? Maysa mal teve tempo de abrir a boca antes de sentir a mão de Ryan apertar os dois lados do rosto dela. Ele respirava com dificuldade, visivelmente fora de si. — Por que você chamou o nome dele? — Ryan exigiu, os olhos cravados nos dela. — Eu pensei que fosse o Walter… — Maysa respondeu, com esforço. — Ah, é? E se fosse o Walter? Você teria transado com ele também? — Ryan questionou, completamente indignado, sua voz transbordando sarcasmo e fúria. Ele nem sequer explicou por que Walter tinha ido embora e ele havia aparecido no lugar. Não conseguia pensar em mais nada além do fato de que Maysa havia dito o nome de outro homem. — Maysa, vo

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    — Mas você já foi namorada do Ryan. — Walter comentou, com um tom casual. — Sim, fui. E naquela época eu era uma idiota. — Maysa respondeu, com um sorriso amargo e o olhar já perdendo o foco. — Fui uma idiota por deixar ele brincar comigo. Faz parte da cadeia alimentar, né? Eu devia ter percebido que nesse mundo ninguém dá nada de graça... Se eu tivesse sido mais prática, como você... Ter pedido algo em troca logo de cara teria sido bem mais fácil… Amar alguém? Isso sim era o verdadeiro suicídio emocional. Walter abriu a boca para dizer algo, mas, antes de conseguir, percebeu que as orelhas de Maysa estavam levemente avermelhadas. Ele ficou surpreso e, quase sem pensar, perguntou: — Maysa, você… Antes que ele pudesse terminar, Maysa fechou os olhos e encostou o rosto na palma da mão dele, que permanecia imóvel. — Tá fria. — Ela murmurou suavemente. Naquele instante, algo dentro de Walter pareceu se romper. Como assim? Ele instintivamente tentou segurá-la pelos ombros

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