Capítulo 8

Quando Samuel Melo se virou, Olívia ficou surpresa.

— É você.

Samuel estava parado ali, vestindo um casaco marrom que realçava sua altura e porte.

Seu rosto exibia um sorriso claro e gentil.

Olívia se aproximou e entrou no ateliê com ele.

— Não esperava que fosse você. Parece que temos bastante sorte.

Olívia sorriu levemente.

— O border collie não está aqui?

Samuel a guiou pelo local, um sorriso sereno em seu rosto, como uma brisa de primavera.

— Você gosta muito dela?

Na verdade, Olívia não tinha muito apreço por cães ou gatos, mas aquele border collie parecia entender a linguagem humana, era muito perspicaz.

Por isso, a impressão que ela deixou foi bastante forte.

— Ela é bem fofa.

Samuel não disse mais nada e continuou a mostrar o lugar para Olívia, explicando enquanto caminhavam.

— A parte de cima é a área de descanso, com banheiro privativo. Pode-se morar aqui. As medidas de segurança são excelentes, então não precisa se preocupar com isso. Embaixo, há dois cômodos que podem ser usados como ateliê e showroom.

Ouvindo sua descrição, Olívia ficou realmente tentada.

Ela precisava se dedicar totalmente ao projeto, e este ateliê parecia um presente dos céus, tão oportuno que a fez se sentir um pouco estranha.

Ela temia que o aluguel fosse astronômico.

Mordendo o lábio, Olívia falou.

Ela não queria mais continuar procurando.

Todas as instalações aqui eram perfeitas.

— Com licença, qual é o aluguel anual? Só para eu ter uma ideia.

Sua expressão era um pouco embaraçada, pois ela não tinha muito dinheiro extra no momento.

Se fosse muito caro, teria que desistir.

Samuel tinha uma expressão misteriosa.

Ele não respondeu, apenas sorriu levemente.

— Vamos continuar olhando primeiro.

Olívia balançou a cabeça.

— Eu gostaria de saber o aluguel desta área. É muito importante para mim.

Samuel sorriu.

— Certo.

Ele pensou um pouco e disse:

— Posso dispensar o aluguel.

Olívia ficou atônita.

— Por quê?

Mesmo estando com pouco dinheiro, ela sabia que não existia almoço grátis.

— Senhor...

Ela de repente percebeu que ainda não sabia o nome do homem.

— Como devo chamá-lo?

Samuel riu.

— Da última vez, eu disse que se o destino nos unisse, você me diria seu nome. Eu me chamo Samuel Melo. E você?

Olívia pensou um pouco e, desta vez, não escondeu.

— Olívia Campos.

Samuel ergueu as sobrancelhas.

— Sra. Olívia, é o seguinte: seu rosto me é familiar e eu ouvi falar da sua marca de perfumes. Por isso, gostaria de investir. Este ateliê pode ser minha contribuição. O que acha?

Olívia ponderou.

Por um lado, ela estava realmente satisfeita com este ateliê, tanto pela localização quanto pelo tamanho, especialmente por economizar o dinheiro do aluguel.

Por outro lado, ela não podia garantir que a loja traria lucro.

Se desse prejuízo, ela não conseguiria pagar o aluguel...

— Eu entendo suas preocupações. Pensei em tudo isso. Não posso entrar com conhecimento técnico, nem com capital. Mas posso entrar desta forma. Só não sei se você aceitaria. Se ganharmos dinheiro, ganhamos juntos. Se perdermos, naturalmente perdemos juntos. O que acha?

Olívia ainda hesitava.

Ela costumava ser uma pessoa muito decidida.

Agora, era ela quem tomava as rédeas de sua própria carreira.

Ela não era como Eunice, não tinha ninguém para apoiá-la.

Havia muitas coisas a considerar.

— Posso pensar um pouco?

Samuel assentiu, sem pressioná-la em momento algum, tentando minimizar sua presença.

— Claro que pode.

Olívia deu mais algumas voltas, e então Samuel, tendo um compromisso, foi embora.

Olívia ficou parada na porta da loja e recebeu uma ligação.

Era da irmã de Leonardo, Júlia Mendes.

Além do parentesco por meio de Leonardo, elas eram melhores amigas desde o ensino médio.