" Certas coisas não voltam mais... simplesmente se vão”.
Bamm!!
O som do disparo é alto...
Vagarosamente, com as mãos trêmulas, Allan abre os olhos.
A porta do escritório na boca balança, fazendo ruído na mesma medida em que Allan deixa a metralhadora escapar de suas mãos. Ele acompanha o amigo virado de costas, cair para trás. Com dificuldade o segura e fica de joelhos colocando-o com cuidado no chão. Engole a seco ao ver a quantidade de sangue que mancha a camisa do rapaz e escorre pelo piso.
- Por quê fez isso? – Pergunta aos prantos. – Essa bala era para mim, não para você. – Seus olhos azuis enchem-se de lágrimas.
- Allan... – Repolho diz com dificuldade. – Você tem sonhos bonitos. Não importa o que acontecer... não deixe de se redimir e levar uma vida normal. – Sente s
A semana passou rapidamente, Bella retornou às aulas e recebeu uma enxurrada de matérias que havia perdido. Estava em casa, mordiscando a ponta da unha, entediada naquele dia de extremo calor.- Que tal um cineminha hoje? – Cris se joga no sofá onde a irmã está.- Estou com preguiça para ver filme. – Deita a cabeça em seu ombro. – Fiquei com cãibras no olho e nas mãos de tanto estudar.- Então podemos comer algo e dar uma volta; chama a Malu. – Bagunçou os cabelos dela.- Agora está cheio de gracinha para cima dela... só observo. – Gesticula com as mãos.- Ela não me trata mais como antes. – Baixa o olhar – Eu fiz tudo errado.- Você foi um completo jumento. É injusto com ela, sabe? Só porque você descobriu que a Paty não era quem voc&ec
Não era possível vencer a dor que o silêncio causava. A comunidade inteira permanecia de luto. Allan sentia muita falta do seu fiel amigo. O dono do morro segurava nas mãos a parte do dinheiro de repolho; exatamente no mesmo lugar em que seu parça estava antes de partir. Vasculhou a casa de Hulk e não encontrou um mísero real.Fontes haviam revelado que o traidor estava no morro rival. Allan ordenou dois de seus parceiros para ficarem vigiando Bella; sabia o quanto Hulk era vingativo. Com certeza planejava tocar em seu ponto fraco, e naquele caso era a ruivinha.Engoliu a seco enquanto cerrava os punhos.Gostaria de ver o sorriso dela, os olhos esmeraldas, e acariciar aqueles cabelos tão cheirosos. Desejava abraçá-la e não soltar mais. No entanto, não poderia realizar esse desejo. Não naquele momento.Na comunidade haviam muitas pessoas honestas, trabalhadoras. Allan
Malu havia crescido com Bella e Ryan. Cris era o mais velho, no entanto sempre esteve próximo deles. A jovem de feição doce cresceu admirando o irmão de sua melhor amiga. Não conseguia vê-lo com outros olhos.Ela observava Cris, que com destreza movia o volante. Seus pensamentos davam voltas e mais voltas.Talvez todo o amor que sentiu há tantos anos, fosse algo platônico. Uma espécie de desejo inalcançável. Cris sempre foi rodeado de meninas, e ela sabia que dificilmente teria a atenção dele para ela. É chato e doloroso quando a pessoa amada não lhe vê do mesmo jeito… quando não existe reciprocidade.Seu coração partiu em vários pedacinhos e seu mundo pareceu desabar quando descobriu que ele estava namorando. Parecia um relacionamento sério: Cris radiante de felicidade. E Malu, se sent
Bella permanecia com os olhos arregalados. Fez menção em fechar a janela, no entanto a voz do rapaz fez com que ela parasse.- Não fuja, por favor! – Diz em tom baixinho, mas audível.- O que você quer? – Engole a seco, sentindo um aperto no peito.- Desce aí, a parada é séria. – Encarou ao redor.- Não, eu...- O Allan não está legal. – Tentou dar alguma justificativa que a fizesse descer. – Aconteceu uma treta lá no morro e ele se feriu, o chefe só chama pelo seu nome.- Eu já estou indo. – Sem pensar duas vezes, Bella puxa a calça e o casaco de moletom. Não faz ruídos ao descer até o primeiro andar.O rapaz que a esperava esteve no dia do resgate, foi um dos parceiros de Allan que ajudou naq
Era bem cedo quando Joana sacudiu de modo insistente o filho.Allan bufou, apertando forte o travesseiro. Vencido pelo incomodo de ser balançado, virou-se e sonolento abriu os olhos.- Qual foi mãe? – Sua voz é carregada de rouquidão.Joana o encarava com a expressão séria.- Tem visita. – Disse baixo.Allan suspirou. Após revirar os olhos demonstrando impaciência, encarou a mãe.- Quem é tão importante para me acordar tão cedo?- Malu e Ryan, disseram que são amigos da Isabella.No exato momento em que ouviu o nome de Bella, deu um salto da cama. Assim que ele entrou na sala, a amiga de Bella se levantou com os braços cruzados e olhos furiosos.- Cadê ela? – Perguntou alterada.- Bom dia, tudo bem? – Allan foi sarcástico. – O que foi?- Não seja cínico. C
Allan saiu da boca mais cedo. Foi para casa esfriar a cabeça. Sentado no sofá da sala, recorda os doces momentos que viveu ao lado de Bella. A saudade desmedida invade seu peito.O toque estridente do celular faz com que o rapaz desperte de seus devaneios.- Allan? – Ouve a voz de Malu do outro lado da linha.- Sim. Diga!- Conversamos com o Cris. No começo ele chiou um pouco, queria comunicar a polícia. Mas explicamos a situação a ele: que acabou concordando. Já falamos com o Hector e ele topou se passar por usuário.- Beleza. – Allan sentiu alívio. Quanto mais ajuda tivesse seria melhor.- Vou botar no viva voz e você passa os comandos a ele. – Malu pousou o celular na mesa de centro para que os outros ouvissem.- Pode falar. – Allan ouve a voz que deveria ser de Hector.- Então mano... primeiro valeu aí! A parada &eacut
Allan chega em casa e rapidamente troca de roupa. Coloca um boné de aba reta e óculos escuros.Minutos depois, seus dois comparsas chegam até ele.- Trouxe as armas chefe. – João abre a mochila mostrando.- Hector falou que hoje vai ter uma festa de arromba no morro rival, festa do chefe de lá. Isso vai facilitar demais nossa chegada. – Allan comenta enquanto pega uma arma e coloca em sua cintura.Erick como sempre está com um palito entre os dentes. Vestido com uma blusa cinza desgastada e uma calça jeans levemente amarrotada.- Já marquei com Ryan e o Cris em uma rua deserta daqui; vamos nos encontrar lá e trocamos de carro. – Erick avisa – Não pode dar nada errado.- Eu sei mano, um erro e vai tudo por água a baixo. – Allan se vira notando a presença de sua mãe.A expressão de Joana é nitidamente s&
Allan estufou o peito. Cerrou os punhos e trincou os dentes.- Deixa a Bella fora disso e vamos resolver as coisas de homem pra homem.- E perder o melhor? – Hulk reveza seu olhar de Allan para Bella. - Quer levar sua mina daqui? Então vai ter que me matar! – Desafiou.Allan retira a arma da cintura e aponta para Hulk. – Eu não me importo em atirar em um verme como você!O traidor abre os braços. Um sorriso divertido pairava em seus lábios.- Machão. – Desdenhou. - Então mata, não vai ser a primeira vez que tira a vida de um amigo.- Tu nunca foi meu amigo!! – Allan aumenta o tom de voz.- E o Repolho? Ele era?- Não dê ouvidos a ele Allan. - Bella diz pede. A intensão de Hulk era apenas deixar ele desestabilizado.- Qual foi? Só estou faland