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Bela Patrick e Taele

Author: Laurimeire
last update Last Updated: 2021-07-15 08:18:08

O pai de Pillar estava cada vez mais presente na vida dela e na de Tatá.

Procurando se inteirar mais sobre o meio equino e o ambiente que fazia parte da vida da filha e também de sua futura namorada,   no dia seguinte ele fez um convite totalmente inesperado para a loira.

- Ei! Um dos peões acabou de me avisar que nasceu um potrinho. Que tal se for comigo conhecê-lo? Adoraria dar as boas vindas.

- É sério isso?

                 Taele perguntou , seus olhos brilharam. O rosto afogueado.

- Sério.

- Sim. Podemos ver ele sim. Deixa eu só reabastecer as rações, encher os cochos de feno , Tosar a Dolly ... o que mais? Ah preparar o Tigrão para receber ferraduras novas. Aí a gente vai.

- Você tem mesmo que fazer tudo isso?

- É pouquinha coisa. Já terminei metade.

- Posso te ajudar?

- Se quiser mesmo vou agradecer.

- Eu quero.

- Então, prepare-se para a aventura. Me siga.

               E Patrick executou com maestria algumas das funções de Tatá e por vezes , sentiu na pele o quanto era duro para duas mulheres cumprirem certos tipos de tarefas debaixo de sol quente e em um curto espaço de tempo , como a dona daquele haras exigia. Ele por exemplo , levou um banho ao ferrar o cavalo. Temeu a todo momento levar um coice. Tinha que se valorizar demais quem tinha que lidar com aqueles animais. Quando a noite chegava terminaram os trabalhos no haras. O local começava a ficar vazio, silencioso e escuro. Então , Taele acendeu as luzes e foram conhecer o Potrinho.

Encantada, ela encostou-se na cerca admirando-o , quando de repentes sentiu duas mãos enormes enlaçarem sua cintura. Claro que era Patrick , ela procurou não se abalar.

- Meu Deus! Como ele é lindo.

- Ele é de qual raça?

- Andaluz.

                  Patrick com carinho e cuidado a virou para si.

- E se a gente o batizasse? Que nome acha que mais se parece com ele?

                Não foi Tatá que respondeu. Bela acabara de chegar e respondeu.

- Bartô. O potrinho tem cara de Bartô.

              Sorriu á vontade em seguida . Taele se afastou sentindo-se travada e intimidada perto daquela mulher. Na verdade , sentia-se invadindo o seu espaço.

Patrick gelado, já mudara toda a sua fisionomia e o suor começara a brotar.

- Será que posso saber o que faz aqui?

               Ele tentou perguntar com uma voz natural.

- Bem , querido! Para começar a minha mãe mora aqui. Esse é o nosso estabelecimento. É onde a minha filha também está morando no momento , mas hoje estou aqui para falar com você.

 - Não temos nada que conversar.

- Temos. Temos sim. E muita coisa. Moça , por favor, será que poderia me deixar sozinha com meu marido?

           Bela pediu a Taele em tom exageradamente doce. A outra concordou.

- Claro que sim.

          Patrick interviu furioso.

- Marido? Eu não sou marido de ninguém ! Minha esposa morreu fazem mais de vinte anos.

             Bela sentiu-se esfriar.

- Vem cá Patrick! Será que dá para parar com esses joguinhos e se entenderem de uma vez por todas você e Bela?

- Não tenho nada pendente com ela Tatá!

- Tem sim. E você vai resolver agora. Pelo bem de Pillar.

                 Dizendo isso , Tatá saiu correndo , deixando os dois sozinhos.

- Pois é! Mais sensata que você!

              Bela sentenciou sendo fuzilada com o olhar. Era a primeira vez depois de vinte e poucos anos que Patrick estava frente a frente com a mulher que durante muito tempo foi o amor de sua vida. A mulher pela qual ele considerou se seria possível respirar sem tê-la do lado. A mulher que preenchia seus braços e que de um segundo para o outro escapuliu do mesmo , deixando-o cego de dor. A sua esposa Bela, sua amada. A mulher que o condenou ao luto eterno estava de volta. Viva. Encontrava-se linda e irônica bem na sua frente. Envelhecera uns anos mas mesmo assim continuava incrivelmente linda. Preservava alguns daqueles traços misteriosos que ele tanto amara no passado e o principal, o que mais o estava torturando no momento , era o perfume. Ela usava o mesmo.

Ela sorriu quando Patrick procurou tomar distância. Ele andava de um lado para o outro, sua principal característica quando estava nervoso  entao, voltando-se e colocando-se na frente dela , ele cruzou os braços sobre o peito e perguntou:

- Por que?

- Calma Patrick!

- Odeio quando me pedem calma. Você sabe que eu não posso me acalmar. Está parecendo a sua mãe.

- Preciso que se acalme para podermos conversar e eu explicar tudo para você. Por que está gritando? Nunca falou assim comigo!

- Você fez por merecer.

- Ah é? E por que?

- Isso quem tem que te perguntar sou eu. O que deu na sua cabeça para abrir mão do amor que dizia ter por mim? O que deu na sua cabeça para querer se livrar de uma criança que acabara de nascer? Por que condenou sua filha a viver órfã? Órfã de uma mãe viva! Por sua culpa ela cresceu revoltada , arrumando briga com todo mundo , enfiou a cara na bebida , foi presa , tudo provocado pelo abandono da mãe e minha incompetência como pai. Acabamos com a nossa filha. Vamos ! Estou esperando uma explicação sobre tudo isso. Você não disse que queria conversar? Por que não fala nada? Fala alguma coisa.

              Patrick disparava sem controle. Bela tentava argumentar , mas sua voz não a obedecia. O nervosismo era tanto que ela só tremia. Seu corpo inteiro parecia uma gelatina. Mas decidiu se concentrar para pôr um fim em tudo aquilo , foi àquele haras disposta a encerrar um ciclo importante para ela e para Pillar. Não poderia se acovardar. Suspirando fundo pela terceira vez, ela se preparou para falar:

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