Mas queria Tatá. Queria a paz que ela representava , queria a segurança e o amor que ela entregou á sua filha. Apesar de estar ciente que não conseguiria chegar ao coração da loira sem antes conquistar o da filha e Taele já deixou isso bem claro. Estava nítido para ele.
Dona Iolanda acabava de adentrar o hotel. Esperava pôr um fim nos seus problemas.
Furiosa ela subiu as escadas , sem se comunicar com o pessoal da recepção e bateu no 404 .
Quando a porta se abriu , ela se livrou de sua bolsa e foi logo se sentando na poltrona do quarto . Não perderia tempo. Iria direto ao assunto.
- Escuta aqui sua estupida! Até quando você vai deixar o que te pertence nas mãos de estranhos ?
- Estranhos? Você conhece a funcionária muito bem e sempre me mantem informada sobre ela.
- Não está preocupada?
- Não , não! De maneira nenhuma.
- Então quer dizer que eu sou a única aqui prestando papel de idiota , lutando para que não arranque das suas mãos aquilo que é seu.
- Eu quero te pedir uma coisa.
- Peça. O que quiser?
- Deixa Pillar e o cavalo em paz. O resto...
- O resto?
- Para mim não interessa.
- Interessa! E se interessa. Pois você vai voltar ! Sem discussões. Agora com licença.
- Mamãe!
E dona Iolanda já sairá.
Ao chegar no rancho , expôs seu plano á neta.
- Pillar, temos que tirar seu cavalo daqui.
- Mas por que?
- Ele não está dando lucro para o haras. Pretendo mandá-lo para a Europa.
- O quê?
- Lá ele poderá levantar uma boa renda.
- Vocês não sabem o quanto me fazem infeliz. Eu não tenho culpa da morte da minha mãe. Castanha muito menos. Quem causou o acidente foi Bonito! O pai dele.
- Não quero saber.
- Vai sonhando que vão tirar meu cavalo.
Ela olhava para o pai e a avó revoltada.
Passou a semana inteira só chorando e não se desgrudava de castanha. Queria ficar o tempo todo ao lado dele. Apavorada com a ideia de que viessem a tirá-lo mais uma vez. Temendo mais uma despedida , ela virava noites na estrebaria e não se alimentava direito.
Teve uma crise de choro forte , agarrada a Tatá.
- Pillar , você não quer conversar comigo? Não tem medo de ficar louca sofrendo sozinha?
- Tatá ! Eu vou morrer!
- Não! Pelo amor de Deus não diga isso.
- Sinto que vou perder de vez meu cavalo , mas não tenho mais forças para lutar contra isso. Por favor me ajuda! Vovó tem que nos deixar em paz.
- Dessa vez eu te garanto querida. Isso não vai acontecer. Fecha os olhos e tenta imaginar que isso tudo é um pesadelo. Que eles não vão tirá-lo daqui.
Dona Iolanda desobedeceu a uma ordem para que deixasse a neta e o cavalo em paz e seguiu com o seu Intuito. Patrick teve que ir cedo para o rancho dar a noticia para a filha . Ele não aguentava mais tanta pressão.
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.