Ao voltar para Cidade encontrou a casa um caos. Pillar estava aos gritos.
- Cala a boca pirralho!
Vasco de pé , em cima do sofá.
- Eu vou contar para o meu pai!
Soluçava , pronunciando dentro do seu vocabulário limitado.
- O que está acontecendo aqui?
Pillar se exaltou e voando até o sofá , tapou a boca do irmão.
- Tira esse moleque da minha frente papai. Manda ele ir dormir.
- Pillar , deixa o menino. Pare de atormentar seu irmão.
Patrick pegou o pequeno no colo que chorava pendurado no seu pescoço. Chorou até dormir. No dia seguinte , ao se inteirar sobre o ocorrido , o pai ficou sabendo que tudo começou quando o menino disse o que queria ser quando crescesse: Um fazendeiro e um rapaz muito elegante. Ele garantiu ainda que iria trabalhar muito e estudar para conseguir o que queria e isso irritou Pillar. Patrick se encheu de orgulho.
- E me diga rapaz. Você já comeu?
- Não. Estou com fome mas Pillar não me deu!
- Pode deixar que ela vai ficar sem comer também para aprender.
Foram para a cozinha preparar um lanche Leve. O menino conversava com Patrick como se fosse gente grande e ele ouvia interessado.
Outra noite chegava e com ela mais tormento. De repente Patrick ouviu Passos pela sala que estava ás escuras. seguindo extintos ele foi pé-anti-pé até lá e acendeu a luz do interruptor.
Era a filha.
- Onde vai?
A menina riu.
- Evidente. Vou sair.
- Você ia! Ia sair.
- Mas papai! Eu tenho que ir. Já marquei com meus amigos.
- Faz o favor de desmarcar . Eu te falei que hoje você não vai em nenhum lugar.
- Ai velho! Não torra o meu saco.
- Eu não sou velho coisa nenhuma. Vem cá garota. Você não é normal.
- Eu sou normal!
Ela caminhou até a porta e girou a maçaneta.
- Pillar!
Ele deu um grito que estremeceu o quarteirão. Ela se virou aborrecida .
- O que foi?
- Eu já te falei que hoje você fica em casa. Me obedeça. Eu não quero e nem vou falar de novo. Só quero evitar problemas. Não me faça usar de violência.
Ela o olhou assustada.
- Eu não sou mais criança.
- Volta para o seu quarto.
- Não...
O desafiou. Perdendo a paciência ele a arrastou pelo braço até o seu quarto. Correu e trancou a porta que passou a ser esmurrada. Patrick odiava aquele tipo de cena. Sua filha estava se parecendo com uma louca. Aquilo só poderia ser consequência do que sofrera na barriga da mãe em ocasião do atropelamento. Ele não encontrava outra justificativa. Depois de tanto gritar , ela resolveu mudar de tática , calando-se e apagando a luz. Mas Patrick tinha certeza de que o namorado estava lá fora. Foi dormir com esse pensamento na cabeça.
Pillar por outro lado se preparava para escapar. Ouviu um uivo , era o código usado entre ela e o namorado quando Patrick os proibia de se encontrar. Depois de se certificar que o Pai dormia , foi até a janela e a abriu devagar.
- O que ainda faz aí?
O cara indagou.
- Fala baixo! Meu Pai não me deixou sair. Me ajuda a fugir.
- Deixa comigo. É para já.
Pillar sentiu um frio na barriga. O processo que lhe concederia Liberdade era longo e difícil mas finalmente ela conseguiu atingir o térreo. Mesmo sabendo que estava no terceiro andar e que corria risco de vida ao escalar o mesmo confiando em lençóis amarrados com nós. Eles poderiam arrebentar. Aí ela estaria morta.
Quando entrou no carro , arfava e ria.
- Conseguimos Tob. Você é o meu herói.
- E você , minha bandida favorita.
Ele a beijou e foi logo lhe entregando uma garrafa de bebida. Já estava alcoolizado.
trocaram beijos longos e apaixonados . Pillar já se angustiava , pois nunca foi chegada em carinho. Era fechada em relação a esse assunto e detestava ser abraçada , mas não se sentia preparada para discutir sobre isso e não estava disposta a abrir mão da companhia daquele tresloucado. Ele é quem lhe dava energia.
- Vamos embora Tob.
Mesmo Sem Entender repentina mudança de comportamento, Tob optou por ficar calado e deu partida no carro obedecendo assim seu amor da juventude. Era difícil ter uma namorada tão estranha, mas como ele a adorava, procurava fazer todas as vontades da garota.
A expectativa dominava a todos. Bela , Vasco e Pillar fizeram o exame e tudo se confirmou . O menino era sim filho dela . Era irmão legitimo de Pillar. O fato foi muito Comemorado. O rapazinho passou pelo processo sem traumas , não tinha idade para entender nada. E como prometido , o nome de Bela nunca foi mencionado a ele.Os dias seguintes começaram a fluir luz. Enfim Castanha apresentou significativa melhora. Dentro de mais 3 dias, receberia alta. Doutor Oliver era excelente veterinário, mas era também, médico do coração, pois cuidava de Pillar como ninguém.O tempo passou. Patrick e Tatá trocaram alianças e já esperavam um bebê. Era uma menina, e se agitava bastante na barriga da mãe. A mesma se encontrava agora na arquibancada de um haras internacional , onde Pillar competia saltos , montada em Castanha. A torcida era imensa.O pai não c
Ela aceitou de bom grado. Estava tão exausta que não pôde evitar cochilar até chegar no rancho. E como naqueles livros ela despertou com um beijo , mas não na boca. Na testa. Abriu os olhos devagar , ainda sem acreditar , tentando entender o que tinha acontecido. Mas nada que a surpreendesse tanto, quanto o quê ouviria a seguir. - Chegamos? - Sim Bela adormecida! - Não acredito que dormi . - Dormiu. Você está exausta. - Exausta mas muito satisfeita em ter conseguido ajudar meu cavalo. Estou tão feliz! - Vocês são dois guerreiros. - Ele está se curando. Nada disso seria possível sem sua ajuda. Obrigada. Todas as palavras que eu possa buscar não são suficientes para expressar a minha gratidão. - Gratidão tenho eu por ter conhecido alguém tão especial quanto você. - Especial? Eu ? - Sim. Você! - E será que posso saber por que? - Mas é claro! &nbs
Alegria para o coração da mocinha rebelde que chegou na clinica e encontrou castanha de Pé! Seu coração dava pulos de alegria.- Ele está curado? Já pode ir pra a casa? Ela perguntou ansiosa ao doutor Oliver.- Não. Ainda não. Hoje começamos com a fisioterapia. Preparada para ajudar?- E o que eu posso estar fazendo?- Vou te explicar. E com muita paciência doutor Oliver explicou que Castanha poderia ter lesões secundarias , mais graves que as primeiras se ele ficasse parado na cocheira. Por isso eles o colocariam em movimento. Um movimento de constância e direcionado.- O castanha pode se lembrar que sentiu essa dor? Que sofreu esse acidente?- Sim. O cavalo &e
Patrick resolveu se afastar do haras. Não cogitava a possiblidade de conviver perto de Bela e ela estava presente demais. Portanto, ele optou por voltar ao rancho só aos sábados como no começo . O dia em que ela se ausentava. Pela primeira vez na vida ele e Pillar sentaram-se na varanda da casa de Tatá , descontraídos batiam um papo cabeça e tomavam cerveja. Algo que ele nunca imaginou vivenciar. Constrangido , ele balançou a cabeça , lamentando o tempo perdido. Por outro lado , estava completamente encantado com a filha. Ela era uma garota espetacular. Bela versão dois. Elas tinham tudo e ao mesmo tempo nada a ver e isso o deixava impressionado. Ele roubou dela o ultimo pedacinho de tira-gosto: queijo assado com jiló e pedaços de fígado. A rebelde bateu o pé , pirraçando. Ele gargalhava alto. - Assim não vale não ! - Perdeu perdeu ! Sua comilona! Achou o quê? Que eu ia deixar tudo isso para você? Comeu muito mais do que eu! Direitos tem que ser iguais.
Dois dias depois estavam eles de volta ao rancho que virou um caos sem os serviços da moça. Pillar, focada na recuperação do seu animal praticamente passara a morar na clinica e as tarefas foram deixadas de lado , mesmo porque já havia sido absorvida. No haras , corria boatos de que dona Iolanda pretendia demiti-la e assim , matar dois coelhos com uma cajadada só , como diria o ditado.Afastando Taele de seus serviços , a afastaria do rancho e também de Patrick. Assim , o caminho estaria novamente aberto para Bela tentar reconquistar os sentimentos adormecidos, restaurar o casamento falido e unir a família e viverem felizes para sempre. Algo que ocorreria em um conto de fadas , mas não na vida real. Tatá se sentia de pés e mãos atadas. Não sabia o que fazer , não sabia se o que ouvira se tratava apenas de conversas, ou se havia um fundo de verdade. Fato é
Patrick tirou umas cartas da manga e fez do filminho com Tatá uma autêntica sessão de cinema com direito a pipoca , brigadeiro. Até dividiam o mesmo cobertor. Que romântico. Eles faziam maratona de filmes de amor , daqueles bem açucarados, tanto que a caixa de lenços da moça já estava pela metade. A intenção do pai de Pillar era deixar a crush no clima e dessa vez ele apostava tudo para conseguir. Até massagem no pé o cara fazia. Apesar de que precisaria muito mais para conquistar o coração dela. Encantado e curioso ao mesmo tempo ele observava cada detalhe ďela. Como gostaria que aquela fosse a verdadeira mãe de seus filhos. Se tivesse tido na vida uma esposa como Taele , com certeza Pillar não teria crescido rebelde e vasco nunca teria sido jogado no orfanato. A loira nao teria essa coragem. Os dois filhos cativaram o amor dela , ele rogava conseguir também.