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Capítulo 6

Author: Joe Dabay
Além disso, as sementes que Alice havia comprado também chegaram. Ela encomendou sementes de cultivos comuns e mudas de plantas. Quase todas as sementes de hortaliças podiam ser plantadas diretamente, enquanto tubérculos como batata-doce precisavam de mudas específicas.

As sementes eram extremamente baratas. No caso das mudas de batata-doce, Alice fez um grande pedido na maior loja de sementes que encontrou. Quando perguntou ao dono da loja sobre a disponibilidade, ele ainda ofereceu algumas mudas de presente.

Quanto às árvores frutíferas, Alice preferiu comprar mudas já desenvolvidas, com mais anos de crescimento. Cultivar árvores frutíferas do zero era um processo demorado e trabalhoso, e o tempo até começarem a produzir frutos era ainda maior. Comprar mudas com dez anos de idade era muito mais vantajoso.

Por exemplo, uma muda de laranja com dez anos de idade, pronta para começar a dar frutos, custava apenas 70 ou 80 reais.

Alice comprou um lote grande de mudas de árvores frutíferas de dez anos. Laranjeiras, macieiras e outras variedades disponíveis no mercado. Comprou pelo menos três mudas de cada tipo, garantindo que, mesmo que uma ou outra não sobrevivesse, ela teria frutas frescas o ano todo, colhendo em ciclos.

No total, Alice comprou mais de 100 mudas, gastando pouco mais de seis mil reais. Elas ocupavam menos de meio hectare, que ficava no lado direito do terreno ao redor do abrigo antiaéreo.

No lado esquerdo, Alice montou uma estrutura de estufas de plástico e treliças, onde espalhou sementes de diversos vegetais, como alface, pepino e muitas outras variedades.

Embora fosse possível plantar muitas hortaliças diretamente com mudas, Alice optou por começar a partir das sementes. Mudas prontas só davam uma safra, e no ano seguinte ela precisaria adquirir novas. Cultivando a partir das sementes, ela poderia manter uma produção constante no futuro.

Cultivos como batata eram ainda mais simples, pois bastava plantar os tubérculos.

Por sorte, o solo ao redor de sua Base havia sido transformado em uma terra fértil de qualidade superior. Alice sabia que, uma vez que as sementes fossem plantadas, as plantas cresceriam rapidamente e de forma saudável, sem que ela precisasse se esforçar tanto.

Em apenas dez dias, o abrigo antiaéreo de Alice havia se transformado completamente. Tanto a parte interna quanto a externa estavam quase irreconhecíveis, de tão organizadas e funcionais.

Com o passar do tempo, faltavam agora apenas três dias para o início do apocalipse.

Depois de plantar a última árvore frutífera, Alice começou a pensar no que mais precisava para garantir uma vida autossuficiente e tranquila no abrigo. Ela percebeu que, além de ter uma grande quantidade de alimentos estocados, também era importante ter acesso a alimentos frescos.

— Preciso de galinhas, patos... e talvez alguns peixes. — Alice murmurou para si mesma, já planejando o próximo passo.

Embora tivesse comida suficiente para sobreviver por anos, ela sabia que alimentos frescos eram insubstituíveis. Nos últimos dias, ela havia comido principalmente as refeições prontas que havia estocado. Apesar de práticas, essas comidas não tinham o mesmo sabor de algo fresco.

"Se eu criar galinhas, patos e peixes, posso comer carne fresca sempre que quiser." Alice pensou, animada.

Decidida, ela pegou seu carro e foi até o mercado agrícola da cidade. Como de costume, deixou Thor no depósito, para que ele pudesse vigiar as entregas que ainda estavam chegando.

Alice não ia ao centro da cidade fazia dias, mas, ao chegar lá, ela percebeu que o clima estava estranho. As pessoas estavam andando apressadas, todas usando máscaras, e os rostos delas mostravam preocupação e ansiedade.

— Moça, o que você quer? Seja rápida, porque vou fechar a barraca mais cedo hoje para ir para casa. — Disse o dono de uma barraca que vendia galinhas e patos vivos.

Alice olhou para os animais na gaiola. Havia cerca de vinte e seis, entre galos, galinhas, patos machos e fêmeas. Eles pareciam bem tratados.

— Me faça um preço bom e eu compro todos. — Alice disse com naturalidade.

O vendedor arregalou os olhos, surpreso:

— Vai levar tudo?

— Sim.

— Nesse caso, posso fazer 10 reais o quilo. Normalmente vendo as galinhas por 15 reais o quilo e os patos por 11.

— Fechado.

Os vinte e seis animais pesavam, em média, entre seis e sete quilos cada. No total, Alice gastou pouco mais de 1.900 reais.

Ela pediu ao vendedor que entregasse os animais diretamente no depósito, onde ela os colocaria no Espaço mais tarde.

Depois de resolver a questão das galinhas e dos patos, Alice continuou explorando o mercado agrícola. Foi então que ela avistou uma barraca de peixes frescos.

Os olhos de Alice brilharam.

Ela sabia que o abrigo tinha uma fonte de água, o que significava que poderia cavar um pequeno lago e criar um ambiente semelhante ao de água salgada para criar peixes.

Naquele momento, Alice decidiu comprar uma grande quantidade de peixes. Ela escolheu principalmente garoupas e também comprou mais de 40 quilos de camarão fresco.

Alice adorava camarões e sabia que poderia prepará-los de várias maneiras diferentes.

Ela pagou um valor extra para que o vendedor incluísse tanques plásticos grandes e um sistema de oxigenação. Como sempre, deixou o endereço do depósito para entrega. No total, gastou pouco mais de 3.000 reais com os peixes e camarões.

Alice continuava suas compras sem parar.

Embora não fosse possível comprar porcos e vacas vivos, ela sabia que, com o armazém de armazenamento fresco e o Espaço, poderia conservar carnes por tempo indeterminado. Assim, encontrou um açougue e encomendou 500 quilos de carne bovina e 1,000 quilos de carne suína.

Como a quantidade era grande e Alice estava com pressa, ela pagou um valor adicional para agilizar a entrega. O dono do açougue imediatamente fez o pedido ao matadouro para garantir que tudo fosse entregue no mesmo dia, diretamente no depósito de Alice.

Essa compra custou mais de 40 mil reais, reduzindo seu saldo para aproximadamente 1,6 milhão de reais.

Alice então foi até o mercado municipal para comprar mais produtos frescos. No entanto, ao chegar lá, percebeu que muitas barracas já estavam fechando.

Enquanto se preparava para ir embora, algo chamou sua atenção: em um canto do mercado, perto de uma barraca que estava prestes a fechar, havia dois pequenos cabritos vivos à venda.

Sem hesitar, Alice comprou os dois por 1,500 reais.

O vendedor explicou que criava cabras para produção de leite e que esses animais haviam sido especialmente selecionados. Porém, devido à baixa demanda e à crise no mercado, ele estava vendendo os animais restantes. Os cabritos adultos já haviam sido vendidos, restando apenas os mais jovens, que Alice teve a sorte de encontrar.

— Moça, termine suas compras e volte para casa o mais rápido possível. — Recomendou o vendedor, enquanto contava o dinheiro. — Essa gripe está se espalhando rápido. É melhor evitar sair de casa.

Alice concordou com um aceno de cabeça. Ela sabia exatamente o que estava acontecendo. Sempre que saía, usava máscaras profissionais de nível médico para se proteger.

No entanto, Alice sabia que a gripe não era a origem do vírus zumbi. A epidemia de gripe apenas enfraquecia o sistema imunológico das pessoas, tornando-as mais vulneráveis quando o vírus zumbi finalmente chegasse. Aqueles com resistência baixa seriam os primeiros a se transformar, levando muitos a acreditar que a gripe era a culpada.

Alice só descobriu a verdade depois de uma década sobrevivendo no apocalipse. No entanto, a origem do vírus zumbi continuava sendo um mistério.

Havia teorias de que o vírus era algum tipo de "jogo de caça" criado por forças divinas. Afinal, a epidemia trouxe mudanças significativas para os humanos, alterando completamente a ordem mundial.

Alice instruiu o vendedor a entregar os cabritos diretamente em seu depósito e deixou o mercado municipal sem perder tempo. Agora que faltavam menos de três dias para o início do apocalipse, ela decidiu que não sairia mais de casa.

Antes de retornar ao abrigo, ela pretendia gastar até o último centavo. Não fazia sentido guardar dinheiro em um mundo que estava prestes a desmoronar.

Num local isolado e sem câmeras de segurança, Alice usou o Espaço para guardar os dois cabritos. Depois disso, entrou no carro com Thor e deixou o mercado municipal.

No caminho, ela passou por uma loja de ferramentas agrícolas e decidiu parar. Alice comprou um conjunto completo de ferramentas essenciais para o trabalho no campo e, além disso, adquiriu 20 pás.

Ela sabia que muitas pessoas subestimavam o potencial das pás como armas, mas Alice não era uma delas. Durante o apocalipse, as pás se mostraram ferramentas incrivelmente eficazes em combate corpo a corpo.

Em áreas rurais onde não havia armas de fogo, as pás eram frequentemente usadas como armas improvisadas. Quando um fazendeiro pegava uma pá para brigar, não era brincadeira.

Até mesmo as modernas pás militares, com alto poder funcional, foram desenvolvidas a partir do design básico das pás agrícolas.

No apocalipse, armas de fogo muitas vezes perdiam utilidade. Barulhentas e com munição limitada, elas não eram páreo para armas brancas, que eram silenciosas, eficientes e sempre prontas para uso.

Alice sabia disso e, por isso, ela decidiu estocar uma grande quantidade de pás para usar como armas no início do apocalipse. Além disso, ela comprou alguns bastões de beisebol, cujas capacidades de impacto eram igualmente impressionantes.
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