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Capítulo 7

Author: Joe Dabay
Alice entrou em uma loja de equipamentos esportivos e comprou várias das melhores e mais resistentes tacos de beisebol disponíveis. Aproveitando a visita, ela também adquiriu um conjunto completo de equipamentos de aventura: lanternas, capacetes, armaduras, protetores, barracas, roupas de proteção, jaquetas impermeáveis e outros itens essenciais para atividades ao ar livre. No total, gastou pouco mais de 20 mil reais.

Além disso, a loja também vendia kits de emergência com itens como pinças, alicates, ataduras, termômetros e outros acessórios práticos. Isso lembrou Alice de que ainda precisava passar em uma farmácia.

Depois de sair da loja de equipamentos, Alice foi até uma farmácia e reabasteceu seu estoque de medicamentos básicos. Comprou remédios para gripe, antitérmicos, vitaminas, antissépticos como álcool e iodo, além de bandagens e curativos.

Quanto aos medicamentos controlados, Alice nem se preocupou em olhar. Ela sabia, por experiência, que não seriam úteis. Durante os dez anos que passou lutando no apocalipse, aqueles que dependiam de medicamentos diários não sobreviveram por muito tempo. No apocalipse, a saúde era algo definitivo: quem não tinha um corpo forte era rapidamente eliminado.

Depois de sair da farmácia, Alice percebeu que já eram quase cinco ou seis horas da tarde. As luzes de néon brilhavam no centro da cidade, iluminando o ambiente com um charme efêmero.

Alice já havia garantido quase tudo: comida, água, abrigo, itens essenciais para sobrevivência… Agora, só faltavam pequenos complementos de uso diário.

Ela ainda tinha 1,57 milhão de reais em mãos. Ela decidiu aproveitar o momento e caminhar pelas ruas, comprando o que achasse interessante. Afinal, antes do apocalipse, por que não aproveitar as últimas horas de paz para desfrutar um pouco do mundo como ele era?

Alice começou a noite com estilo: foi até um restaurante Michelin, onde nunca tinha se permitido comer antes, e pediu uma refeição digna de uma rainha.

Na mesa, havia uma verdadeira festa gastronômica: creme de cogumelos, foie gras, bacalhau, entre outros pratos refinados que ela nunca havia provado. Para completar, Alice pediu um filé mignon perfeitamente preparado e, encantada com o sabor, pediu à cozinha que preparasse mais dez porções para levar. Ela queria garantir que Thor também pudesse desfrutar de algo especial.

Depois do jantar, Alice reservou uma suíte no hotel e, satisfeita, desceu para explorar o shopping no andar térreo.

O shopping estava repleto de lojas de departamento e uma variedade infinita de alimentos. Mesmo sendo prática e focada, Alice foi atraída pelo cheiro de comidas deliciosas na área gourmet.

Ela começou pelo setor de confeitaria. Havia bolos elegantes, batatas fritas com trufas, sobremesas irresistíveis como éclairs e tortas. A cada nova prateleira, Alice percebeu que sua lista de compras estava longa demais. O principal problema era a falta de tempo e, claro, de dinheiro. Esses itens simplesmente não podiam entrar na sua lista de compras essenciais!

Ela sabia que a maioria desses itens era inútil no apocalipse. Eram luxos de um mundo que estava prestes a desaparecer, coisas bonitas e deliciosas, mas sem valor quando o caos começasse. Mesmo assim, ela decidiu se permitir esse momento. Por enquanto, podia comprar, comer e aproveitar sem pensar no amanhã.

Alice entrou em cada loja de alimentos do shopping de forma discreta, mas com uma atitude de quem não poupava gastos. Ela procurava os atendentes e dizia:

— Quero tudo o que vocês têm. Vou pagar agora e mandem entregar no meu quarto no hotel.

Os funcionários ficavam boquiabertos, mas corriam para embalar tudo o mais rápido possível.

Na primeira loja, uma padaria, Alice comprou todos os pães recém-assados, bolos de queijo, éclairs de creme e outros produtos. Na loja seguinte, uma de frango frito, ela encomendou frangos inteiros, além de porções de todos os molhos disponíveis.

Na cafeteria, Alice pediu todos os tipos de bebidas do cardápio: desde cafés gelados até cappuccinos. Ela pagava, deixava o endereço do hotel e seguia para a próxima loja antes que alguém pudesse reparar no que estava acontecendo.

Em pouco tempo, Alice já havia gastado mais de 200 mil reais apenas em lanches.

Cada loja tinha cerca de 10 mil reais em estoque, e Alice comprou praticamente tudo. Em lojas que vendiam itens menos úteis, como hot dogs, ela apenas comprou uma amostra de cada sabor. Essas paradas custaram entre algumas centenas e poucos milhares de reais.

No final, Alice havia esvaziado quase todas as lojas de lanches nos andares dois e três do shopping.

Depois de terminar com os lanches, ela desceu para o supermercado no térreo. Essa parada era essencial.

Alice pegou dois carrinhos de compras gigantes e começou a circular pelo supermercado, enchendo-os com tudo o que considerava importante.

Quando ela chegou ao caixa, seus carrinhos estavam cheios de itens variados, mas de cada produto, havia apenas uma unidade.

Por exemplo, de cada sabor de salgadinho, Alice comprou um pacote de biscoitos e doces, ela escolheu uma unidade de cada, e ela também pegou uma garrafa de cada tipo de bebida, seja suco, refrigerante ou água com gás. Na seção de comidas prontas, não deixou faltar nada: salsichas assadas, frango grelhado, pães, arroz. E, claro, carnes semi-preparadas e marinadas, ela também comprou em grande quantidade.

Na lista de itens de uso diário, Alice incluiu produtos de higiene e cuidados pessoais, como xampu, creme hidratante e protetor solar. Além disso, lembrou de algo essencial: absorventes, toalhas descartáveis e lenços umedecidos.

Como o foco dessa compra era melhorar sua qualidade de vida, Alice aproveitou para adquirir alguns eletrodomésticos: uma máquina de lavar, um robô aspirador, um refrigerador e outros itens essenciais.

Em sua vida anterior, Alice jamais teria considerado esses luxos. Mas agora que ela tinha dinheiro, decidiu que era hora de gastar.

Depois de terminar as compras, Alice levou dois carrinhos cheios até o caixa. Assim que pagou, ela foi direto ao gerente da loja:

— Quero comprar todo o estoque que vocês tiverem desses itens no meu carrinho, exceto os eletrodomésticos.

No entanto, Alice subestimou completamente o quanto esses produtos processados custavam e a quantidade que havia no estoque.

Mesmo antes de ter comprado tudo que estava no carrinho, sua conta bancária já estava zerada. Ela gastou 1,3 milhão de reais e conseguiu apenas um terço do que queria levar.

A situação era constrangedora.

Quando ela comprou os grãos e óleos básicos, os preços eram baixos, mas os produtos processados custavam várias vezes mais.

Alice olhou para o saldo vazio em sua conta e suspirou. Com um sorriso resignado, ela decidiu que levaria apenas aquela quantidade. Se fosse o caso, no futuro ela mesma poderia usar os ingredientes básicos para preparar comidas mais elaboradas.

Ela deixou o endereço do depósito com o gerente e perguntou se era possível entregar tudo no mesmo dia.

— Sem problema, entregamos hoje mesmo! — Respondeu o gerente, animado com a grande venda.

Alice olhou para o supermercado enorme, ainda cheio de mercadorias, com um leve sentimento de arrependimento. Era uma pena não poder levar mais.

Ao sair do supermercado, Alice decidiu dar uma volta pelos andares superiores do shopping. Até aquele momento, ela só tinha visitado a área de alimentos e o mercado em si.

Nos andares de cima, onde ficavam as lojas de roupas, Alice sabia que não tinha mais dinheiro suficiente para comprar nada. Depois de tudo, só sobraram 70 reais na sua conta.

Mesmo assim, ela decidiu aproveitar o momento. Com o troco que tinha, ela comprou um café gelado por 14 reais em uma loja de conveniência e começou a passear pelas lojas de roupas.

Alice entrou em várias lojas, observando as vitrines e experimentando a sensação de estar ali. Ao terminar de explorar os três andares cheios de lojas de moda, seu café também havia acabado.

Durante o passeio, algumas peças de roupa chamaram sua atenção.

— Quanto custa essa jaqueta estilo beisebol? — Alice perguntou a uma vendedora.

— Senhorita, essa peça está na promoção por metade do preço. Sai por dois mil reais.

Alice ouviu o preço e não disse mais nada. Mesmo com o desconto, o valor estava muito além do que ela podia pagar. Aquele era o shopping mais sofisticado da cidade, e todas as lojas vendiam apenas marcas de luxo. Os preços eram absurdos.

Sem dizer nada, Alice saiu da loja de mãos vazias.

Assim que ela saiu, a gerente da loja se aproximou da vendedora que havia atendido Alice e deu um leve empurrão nela:

— Por que você gastou tempo atendendo essa garota? Dá para ver na cara dela que ela é uma pobretona que não pode comprar nada! Você não percebeu que ela já andou por vários andares sem comprar nada? Aprenda a avaliar os clientes antes de perder tempo com quem não tem dinheiro para pagar.

A vendedora, visivelmente desconfortável, balançou os lábios em silêncio, sem responder.

Alice ouviu claramente a conversa entre as duas, mas continuou andando, impassível.

Ela não era mais a garota que se deixava afetar por palavras maldosas. Após anos lutando no apocalipse, Alice sabia que dignidade e orgulho não tinham importância em um mundo onde o que realmente importava era sobreviver.

No apocalipse, não houve espaço para orgulho. Só importava quem vivia e quem morria.
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