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Capítulo 4

Autor: Tia Maldosa
A mulher tinha um ar arrogante e agressivo.

— Cecília! Minha filha querida! Quem foi que te fez mal?!

Assim que entrou, ela correu até Cecília e começou a examiná-la de cima a baixo, como se a menina tivesse sofrido a maior das injustiças.

Ao ver que tinha apoio, Cecília apontou para mim e para minha irmã, exagerando na denúncia:

— Mãe! Foram elas duas! A Helena insistiu em disputar comigo a vaga de intercâmbio, e a irmã dela tomou o partido dela, dizendo que a nossa família não respeita as regras!

Ao ouvir isso, a expressão da mulher endureceu.

— Que ousadia! Aqui em São Paulo, ainda tem quem se atreva a dizer que a família Almeida não respeita as regras?

Ela me mediu de cima a baixo, falando no tom carregado de desprezo.

— Minha filha quer essa vaga, e isso deveria ser um privilégio para vocês! Vocês sabem quem somos nós? A família Almeida é um dos maiores nomes desta cidade! E vocês, quem são? Que posição têm para competir conosco?

Fez uma pausa, elevando a voz, cheia de ostentação e ameaça:

— Sabem quem eu sou? Sou a esposa de Fernando, o homem mais rico de São Paulo e presidente do Grupo Almeida! Minha filha é a única herdeira da família! Quem se mete com ela, se mete com todo o Grupo Almeida! Pensem bem antes de agir!

Esposa do homem mais rico?

Pensei, olhando para aquele rosto completamente desconhecido.

Eu nunca tinha visto essa mulher. Minha mãe, Marina Martins, vinha de uma família tradicional, era elegante e discreta, e jamais falaria nesse tom vulgar.

Será possível que meu pai realmente mantivesse uma amante fora de casa? O pensamento me gelou por dentro.

A mulher continuou, com um olhar feroz:

— Vou falar claramente aqui e agora! — Ela apontou para minha irmã, dando ordens ao professor Ricardo Silva. — A vaga de intercâmbio tem que ser da minha filha Cecília Almeida! Quem ousar contestar, estará contra toda a família Almeida!

— Quero que vocês duas peçam desculpas imediatamente à minha filha e a mim!

Cecília se agarrou ao braço da mãe, rindo de satisfação, e ainda acrescentou:

— Mãe, só pedir desculpas não basta! Como elas foram tão arrogantes, têm que se ajoelhar e pedir perdão!

A mulher afagou os cabelos da filha com satisfação e assentiu:

— Cecília tem razão. De joelhos! Caso contrário, isso não vai acabar bem!

— Estão sonhando! — Helena, minha irmã, tremia de raiva. Apesar de ser introvertida, tinha uma força teimosa dentro dela.

— Ah é? Ainda querem bancar as fortes? — Cecília perdeu a paciência, sacou o celular e ligou novamente.

— Pai! Vem pra escola agora! Eu e a mamãe estamos sendo humilhadas! Se você não vier logo, vão pisar em nós!

Ao desligar, ela estava com a expressão de quem já se sentia vitoriosa.

Dez minutos depois, a porta da sala foi escancarada.

Ao ver quem entrou, eu e minha irmã ficamos imóveis de choque.
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    — Não! Por favor, não! — Cecília gritou, correndo até Fernando. — Pai, fala com eles! Você não doou um prédio para a escola? Eles não podem me expulsar!Mas Fernando estava em frangalhos, sem forças para defendê-la.Ao ouvir "doar um prédio", o diretor Jorge ficou ainda mais furioso.Explicou rapidamente para minha mãe:— Dona Marina, esse prédio foi prometido em nome da Estrela Nova, nós achávamos que vinha da senhora… não sabíamos dessa fraude!Minha mãe respondeu friamente:— Agora sabem.Olhou para Fernando, e em seus olhos não havia mais nenhuma compaixão.— Fernando, a partir de hoje você não faz mais parte da Estrela Nova. Tudo que recebeu da família Martins será retomado.— Amanhã, às nove da manhã, no cartório. Espero que cumpra seu destino.Sem dar mais atenção, ela se voltou para nós, com doçura:— Clara, Helena, vamos para casa.Fernando caiu sentado, derrotado.Sabia que estava acabado: arruinado, sem nada, desprezado por todos.Nos dias seguintes, o mundo dos negócios em

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