A Secretária do Meu Marido Me Chamou de Amante

Ultimamente, meu apetite estava ruim, vomitava tudo o que comia, então fui ao hospital fazer um exame.

No momento em que o médico me informou da gravidez, lágrimas de emoção escorreram dos meus olhos.

Samuel e eu éramos amigos de infância, casamos logo após a faculdade e começamos a tentar ter filhos, mas nunca consegui engravidar.

Meu marido me consolava: — Gravidez é algo natural, talvez nosso bebê esteja esperando o momento certo.

Agora, finalmente o momento certo havia chegado.

— Senhora, a senhora já está grávida de quatro meses, o bebê está bem estável, mas ainda assim precisa evitar qualquer impacto externo.

Com o rosto suave, acariciei a barriga levemente arredondada.

Já fazia quatro meses.

Meu ciclo sempre foi irregular e, como minha cintura tinha engrossado, achei que era só porque andava comendo demais.

Ao chegar em casa, não consegui conter a alegria. Fui cozinhar, preparando o almoço especial para levar ao meu marido e, de quebra, dar-lhe a notícia pessoalmente.

Com a marmita nas mãos, entrei sem problemas pela porta do Grupo Borges.

Estava prestes a abrir a porta do escritório do meu marido quando uma mulher exuberante me barrou o caminho.

— O que você quer aqui?

O tom dela era frio, me analisando de cima a baixo sem simpatia.

Ergui a marmita para mostrar e disse: — Vim trazer almoço para Samuel Borges.

Diante de estranhos, não gostava de chamar Samuel de marido.

Ela suspirou aliviada, mas com certo sarcasmo: — Então é uma empregada. Sou Yara Valente, secretária-chefe do Diretor Borges.

— Me entregue a comida, pode ir embora.

Balancei a cabeça: — Não sou empregada. Quero entregar pessoalmente a marmita ao Diretor Borges, por favor, deixe-me entrar.

Mal terminei a frase, a mulher explodiu de raiva e arrancou a marmita das minhas mãos:

— Quem você pensa que é? Uma empregada querendo seduzir o Diretor Borges?

— E ainda vem assim, toda provocante! Hoje vou te ensinar como se comportar.

Dizendo isso, ela rapidamente me puxou para dentro da sala de reuniões, fechou a porta e me deu um tapa.

Minha bochecha inchou na hora e caí no chão.

Antes que eu pudesse reagir, levei um chute na cabeça.

Meu filho!

Sem pensar em mais nada, encolhi meu corpo e protegi a barriga com força.

— Quero ver o que você trouxe de almoço para o Diretor Borges.

Yara abriu a marmita e despejou tudo sobre minha cabeça.

O caldo de costela, que eu tinha levado três horas para preparar, ainda quente, escorreu pelo meu cabelo e pingou no chão.

O couro cabeludo ardia intensamente.

Mas não ousei me mexer, com medo de machucar meu bebê.

— Olha só, ainda tem frango ensopado.

— Acho que a verdadeira galinha aqui é você!

Meu queixo foi agarrado com força e, usando os dedos, ela me obrigou a abrir a boca.

— Come bem, hein!

O pedaço de frango ensopado, coberto de molho apimentado, foi esfregado com força no meu rosto.

Ardência tomou conta dos meus olhos e nariz, e gritei de dor.

Yara limpou as mãos displicentemente, com nojo: — Que nojo, tão engordurado. Quase estragou minhas unhas novas.

Depois me olhou de cima a baixo, com desprezo: — Você não acredita mesmo que para conquistar um homem basta conquistar o estômago dele, acredita?

— Gente como você, de classe baixa, não tem o direito de gostar do Diretor Borges.

Tentei explicar, mas tossi violentamente assim que abri a boca.

A pimenta entrou na minha traqueia, era impossível falar.

Nesse momento, bateram na porta da sala de reuniões.

— Yara, que barulho é esse aí dentro?